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Sessão de 8 de Marco de 192o

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como aliás já o.tenho dito nesta Câmara, a sua obra não produzirá decerto aqueles efeitos que S. Ex.a espera e está convencido de produzir.

Vejo, igualmente, entre os Srs. Ministros, o meu antigo amigo.e contemporâneo da Escola Naval, capitão-tenonte Correia da Silva, a quem há muitos anos me ligam laços .do sincera amizade.

Sr. Presidente: foi com verdadeiro-pesar quo vi há pouco sair desta Câmara os meus colegas nacionalistas, que, como muito bem disse o Sr. D. Tomás de Vi-Iheua, são todos ou- quási todos antigos republicanos, republicanos do tempo da propaganda.

E triste, Sr. Presidente, que a situação política chegasse ao ponto de se dar um caso desta natureza.

E preciso- que a situação se resolva o mais rapidamente possível, de modo a esses Senadores podei em novamente vir colaborar comuosco na 'obra que é necessário fazer-se. • •

E absolutamente indispensável qne.se acabe com esta situação de Minisíérios--relampagos. Apesar da minha curta vida parlamentar, são já tantos os Ministérios que tenho visto passar por esta Câmara que ato já lhes perdi a conta, e tudo isto, Sr. Presidente, consequência da forma como está hoje íeito o xadrez político.

E absolutamente indispensável quo as forças políticas se arrumem conAreniente-mento duma vez para seinpie de modo a quo os Governos possam de facto governar.

O' que se tom visto até hoje é o Partido Democrático, que-é o. principal :partido da República, cólocar-se numa tal situação que não governa nòm deixa governar. • .

Ê indispensável que esta situação termina para bem da Pátria, porque o bem da Pátria está acima de tudo. E necessário que toda a gente patríòticamente ponha de parte, pelo menos momentaneamente, todos os interesses, e veja que acima de todos esses interesses está. o bem da Naçã».

Emquanto isto não se der, não há maneira de haver um Governo que vá para essas cadeiras com um plano absolutamente definido, uma política definida, porque nós todos sabemos que os Governos ao tomar posse já vão duvidosos, vacilantes, porque sabem muito bem que não

se apoiam numa maioria sólida, que lhes dê garantia de estabilidade, .e portanto ó absolutamente humano que um Ministro nestas condições não tenho aquela vontade de trabalhar que'teria, se n3o visse quo--.duui momento para outro atiram ao Governo a casca de laranja que o há-de fazer cair.

. Sucedeu isso ao Ministério do Sr. Rodrigues Gaspar, sucedeu o mesmo ao Ministério do Sr. .José Domingues dos tantos, o estou corto do que no dia em que o Sr. Vitorino- Guimarães tomou conta do Poder se começou a miuar-o terreno para ele,cair. •

E absolutamente indispensável que esta situação termine, parque estou certo de que se assim não.suceder negros dias nos esperam.

Assisti na outra Câmara ao debate Parlamentar e tive perfeitamente a impressão do que quem estava em discussão não 'era o Governo quo aí está, era ainda a política do Sr. José Domingues dos Santos. . ' •- ' . ,

A obccecação que eu vi na maior parte das pessoas que falaram era ainda a dessa política.

Eu não dei o meu apoio ao Governo do Sr. José Dominguos dos Santos, mas a •verdade ó que muita especulação se fez com as palavras proferidas por esse homem público. . ' .Eu ouvi várias vezes falar em explorados o exploradores, c em-volta desses simples e claros termos fazer-se uma especulação muito grande. . . . . .

É evidente que todo o homem público deve estar ao lado dos explorados e não dos exploradores, mas ouvi também querer explicar.essa situação dizcndo-se que sempre-houve exploradores, e explorados.

Mas, Sr. Presidente, houve sempre de facto exploradores, mas há exploradores e «exploradores»; havia noutros'tempos ex-; ploradores que se contentavam com Incro. razoável do seu capital, mas p que é ver-dade~óquo'há uns anos para cá eles não se contentam com osso lucro razoável, e só não nos tiram apele porque não podem, e é absolutamente indispensável meter esses exploradores, verdadeiros criminosos, na ordem.