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Diário das Sessões do Senado

desprimores para a Guarda Nacional Republicana.

E a este comício presidiu um juiz do Supremo Tribunal.

^Pregunto ao Sr. Ministro da Justiça se está disposto a meter na ordem esse, juiz?

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos (Adolfo Coutinho):—Tive já conhecimento de que o comício de domingo no Teatro Nacional não tinha corrido com aquela calma que seria para desejar em actos de propaganda republicana.

Deu-se a circunstância de não estar presente a autoridade, porque, se estivesse, estou convencido que ela teria aconselhado os oradores a tomarem uma atitude um pouco mais cordata.

Já ontem tive ocasião de conferenciar com o Sr. Ministro do Interior e S. Ex.a está na disposição de mandar instaurar processo crime contra aquelas pessoas que se excederam, e pela minha parte e como Ministro da Justiça tenciono também chamar a atenção do Conselho Superior Judiciário.

Como V. Ex.a sabe e a Câmara, apenas me compete chamar a atenção do Conselho Superior Judiciário para o caso.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. D. Tomás de Vilhena:—É simplesmente para agradecer ao Sr. Ministro da Justiça as suas explicações, que me satisfizeram em absoluto.

O Sr. Procópio de Freitas:—Sr: Presidente : o Sr. D. Tomás de Vilhena referiu-se a um comício que houve no Teatro Nacional, promovido por alguns membros do Partido Republicano Radical.

Eu não assisti a esse comício, não sei portanto o que .lá se passou, mas estou convencido que não se passaram cousa* diversas das que se passaram no comício havido oito dias antes, feito pela facção esquerdista do Partido Democrático.

Não apoiados.

Foi na altura em que o Sr. D. Tomás de Vilhena se referiu ao Sr. António José de Almeida que eu pedi a palavra para declarar que os oradores que falaram

nesse comício não têm responsabilidades absolutamente nenhumas pelas palavras que qualquer espectador tivesse proferido, • desagradáveis para o Sr. António José de Almeida, por quem todos nós temos a mais alta consideração.

Segundo vi num jornal as palavras a_ que o Sr. D. Tomás de Vilhena se quere referir foram proferidas na ocasião em que um dos oradores se referia elogiosamente a S. Ex.a, assim como.a outras fi-' gurf.s em destaque na República.

Portanto riem essas pessoas que promoveram o comício, nem quem a ele presidiu, nem o Partido Republicano Radical têm nenhuma responsiibilidade por essas palavras ou outras quaisquer que tivessem sido proferidas pelos espectadores.

É evidente que urna pessoa que está

num palco a falar ou a presidir a um

' comício não pode impedir que qualquer

espectador diga palavras desagradáveis a

alguém. . .

O Sr. D. Tomás de Vilhena (interrompendo):— O Sr. Presidente ó que tinha obrigação de reprimir esses gestos, tanto ^ mais que ele era um alto magistrado.

O Orador:—Mas diga V. Ex.a quais foram as palavras que se proferira.ni, que eu apenas vi num jornal isto: mandem o Sr. António Josó de Almeida para Roma.

Tenho dito.

O Sr. D. Tomás de Vilhena:—Foram essas' palavras e outras mais.

O Sr. Ribeiro de Melo (para-explicações) : — Sr. Presidente: é apenas para varrer a minha testada.

Também não concordo com o que se passou no comício do Teatro Nacional.