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Sessão de 31 de Marco de J925

Eu posso citar um exemplo interessante a respeito deste assunto.

Um funcionário da contabilidade foi a uma escola da província no desempenho das suas funções e teve o cuidado de ensinar, à entidade a quem isso competia, como se faziam as folhas dos vencimentos.

Pois muito bem. Eles .que estavam com muita urgência só mandaram as folhas 'decorrido uni mês depois de o empregado ter chegado a Lisboa, o ainda assim vinham erradas.

Havia um remédio: serem as folhas entregues nas repartições de finanças "de cada localidade, que fariam o respectivo pagamento.

Era descentralizar a contabilidade, o que somente poderia fazer-se com a reforma desses serviços.

A contabilidade do Ministério da Instrução tem um pessoal insuficiente, as vagas mio têm sido preenchidas, e acontece que esta repartição tom de processar por mês 10:000 folhas, o que representa um trabalho insano.

Heiativãmente ao caso dos inspectores escolares tem V. Ex.a inteira razão o eu estou plenamente do acordo com V. Ex.* Desde que po;lein ser nomeados os professores porque são funcionários técnicos, os inspectores também o deviam poder ser. O Congelho Superior de Fnanças, porém, não os acoita como tal, de forma que ôles têm de sor Domeados interinamente, o que não se compreende bem, visto que ôles vão fiscalizar o serviço dos técnicos, têm como eles o mesmo curso o ainda fazem um concurso.

Eu vou chamar a atenção do Conselho de Ministros para o caso, porque lhes assiste inteira justiça nas suas reclamações.

O Sr. D. Tomás de Vilhena: —Sr. Presidente: como era de esperar, o comício, que se realizou no domingo, no Teatro Nacional, foi uma segunda edição mais rubra e mais estrondante de bolchievismo, visto estar anunciado e previsto.

Não imagine V. Ex.a nem a Câmara qne eu vá tratar dôste assunto com o Sr. Ministro da Instrução Pública; S. Ex.a já outro dia expôs as suas razões a esse respeito, disse que na primeira concessão ignorava .que o regulamento proibisse reuniões de carácter político no Teatro

Nacional, e da segunda que, tendo já au torizado uma, tinha melindre em não consentir a outra.

Está claro que não aplaudo a resolução de S. Ex.a e registei.

Deus me livre de estar agora a repetir as mesmas cousas; por consequência, dou esto assunto como liquidado.

Mas agora vou chamar a atenção de S. Ex.a para um outro assunto que me parece ser mais grave.

O comício do Partido Republicano Radical não foi um comício de propaganda eleitoral, foi' um comício de ataque violento aos poderes constituídos da República.

Nesse comício disse-se o qne nós, mo-nárqÃíicos, não dissemos dos republicanos; foi diima crueldade verdadeiramente notável; não nos poderão dizer que nós indi^ cassemos isso, mas o que é certo é que umas pessoas, figuras do maior destaque da República, foram mutiladas seriamente. Sr. Presidente: e que cousa tam extraordinária: quando se citaram vários nomes houve um nome, que foi talvez o que mais alarido houve contra elo, e eu que sou monárquico, mas que procuro fazer justiça aos meus adversários' políticos, não pudo deixar de sentir extraordinariamente quo o nome do Sr. António José de Almeida, a quem a República deve tam altos serviços, quer antes da proclamação da República qaer depois, fosse enxovalhado por essa multidão.

E extraordinário que seja eu, um monárquico, que, ao ver enxovalhado esse grande republicano, venha aqui prestar a minha homenagem a esse homem de bem, quo durante o seu Governo procurou, tanto quanto era possível, dentro do meio que estava governando e dentro das cir-cuntâncias que assediaram todos os portugueses, sempre a melhor forma de debelar essa crise.

Pois, Sr. Presidente, contra esse nome parece que a fera popular se levantou.

Ah! Sr. Presidente, se eu fosse republicano, com certeza que não me sentiria glorificado ao ver enxovalhado o nome do Sr. António José de Almeida.