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Sessão de 31 de Março de 1925

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qualquer que seja o partido óm que mili-toiu.

E, Sr. Presidente, se presidente eu fosse desse comício, não teria permitido que se enxovalhassem pessoas que nos merecem a maior consideração.

Se o Partido Radical fez um comício naquele lugar, foi devido á correcta e republicana atitude do Sr. Ministro da Instrução, por da mesma forma já o ter cedido a um outro partido.

As afirmações que lá se fizeram foram bom mais violentas que as que se produziram pelo comício organizado pelo Sr. José Domingúes dos Santos (Apoiados)-, neste comício houve consideração e respeito por todos os republicanos e neste ponto não estou de acordo com o que disse o Sr. Procópio de Freitas.

Os correligionários republicanos do Partido Radical tinham certamente também essa orientação, mas como a desorganização ó a mesma em todos os partidos, sucede que a organização, a única, que se apresenta unida é justamente aquela que tem sido atacada pela minoria monárquica.

Houve então pessoas que foram ao COT mício do Teatro Nacional, não para dar número, mas para deprimir e rebaixar.

Desde que um partido não sabe dar orientação aos seus comícios, e desde que não impede que outros partidos sejam rebaixados, e até ultrajados os seus homens mais eminentes; desde que um partido não tem bem agasalhada-dentro da sua alma republicana a consideração que devem merecer todas as figuras da propaganda, os homens desse partido nãojtêm politicamente mais razão de existir nem de embargar o passo àqueles que proclamam, bem alto as virtudes da democracia e da República.

Junto os meus protestos àqueles que foram feitos nesta casa, e faço-o com sinceridade e com alma republicana, esperando que aqueles que foram atingidos pelos insultos, e que merecem de nós aquela consideração a que têm jus, esqueçam que, numa assemblea de homens que se dizem republicanos, os- seus nomes foram achincalhados e tidos em menos apreço.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Agricultura (Amaral Beis): — Pedi a palavra para responder

ao Sr. Alvares Cabral, que abordou um dos assuntos que. rnais interessam à economia nacional. . , -. .

De facto em todo p país

O assunto ó muito Complexo e- ele só pode ser resolvidp por, uma .reforma agrária. , ...'.'...'

De facto sou daqueles que' entendem que é preciso apresentar ràpidaniente ao Parlamento a reforma agrária, mas, como a questão é muito complexa, como já. dis-se, ela só deve ser apresentada ao Parlamento com o's elementos necessários para sobre ela poder . incidir" -uma discussão com perfeito conhecimento - da situação económica do país e~do estado desses terrenos.

No emtanto é preciso vermos desde já que, pelo que respeita sobretudo a ter*, renos incultos no Alentejo, a denominação nem sempre é feliz, nem sempre ,é verdadeira.

Há terrenos a que nós chamamos incultos que de facto não.o são.

São sim terrenos de pousio.

A cultura-exploração de muitos desses terrenos, quer pela falta'de transportes, quer pela falta do adubos, ou pelo elevado preço destes, não permite que seja feita de forma mais intensiva do que aquela que se está fazendo.

E preciso de facto melhorar e aumentar a produção desses terrenos, mas isso só se pode conseguir pelo povoamento do Alentejo.

Como V. Ex.a vê, é um problema complexo.

Eu tenho estado a preparar elementos, a coligi-los,. a ver mesmo as medidas a tomar, para fornecer à comissão de agricultura os dados necessários para solução desta questão, havendo também já vários projectos de reforma agrária, como um do Sr. Santos Garcia, e outro do meu antecessor, Sr. Ezequiel de Campos, além de vários elementos já colhidos pelo. Ministério da Agricultura, em virtude de um regulamento publicado sobre incultos.