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Diário das Sessões do Senado

Devo dizer a V. Ex.a que, para prova das minhas afirmações, tenho em minha casa obras feitas com eucalipto, entre outras tenho quadros grandes com moldaras de eucalipto com vidro, isto é, se tivesse havido qualquer empeno, por pequeno que fosse, o vidro tinha estalado, como tenho também estantes e outro mobiliário feitos de eucalipto.

Sr. Presidente: eu não quero cansar a atenção "da Câmara sobre este assunto e por isso vamos às observações do Sr. Sá Viana. Nós temos de contar com o espírito arboricida do nosso povo e temos de tratar com os confinantes das estradas, que são eles em geral que dão cabo da sua^ arborização.

Aparte do Sr. Sá Viana que não se ouviu.

O Orador:—Nem há mesmo no país quem forneça em dois ou três anos metade das árvores para cumprir este projecto; além disso não temos trabalhos feitos para classificação das árvores que são próprias para cada região.

Há dois caminhos a seguir: ou mandam sem classificação, ou querem fornecer conscion ciosamente, e então só o pó dera fazer duma fornia, que é mandando UEI técnico estudar a região para depois fornecer.

Imagine V. Ex.a que começava a mandar para o norte alfarrobeiras e amendoeiras ; o resultado era não darem nada.

V. Ex.as sabem muito bem que nós estamos constantemente a aumentar os quadros dos militares e dos funcionários públicos, mas nunca aumentamos os quadros dos professores, dos agrónomos ou dos veterinários.

Aqui têm V. Ex.as as razões porque eu, com muita mágoa, não dou a minha aprovação ao projecto.

Eu quereria ainda fazer algumas eon-siderações sobre o projecto, mas, como naturalmente a Câmara o aprovará na generalidade, reservarei essas considerações para a discussão da especialidade.

Em todo o caso, quero desde já d;'zer que é espantoso o que.se faz na defesa das nossas riquezas, quer. florestal, quer agrícola.

Há verdadeiras epidemias que atacam as árvores como uma verdadeira praga e contra as quais não há defesa eficaz por-;

que, para essa defesa ser eficaz, era-pre-ciso que fosse feita por todos os proprietários duma região.

Como não há nenhuma disposição de lei que obrigue o lavrador a defender o que lhe pertence, não há maneira de lutar eficazmente contra essas epidemias. Está sucedendo isso com a processionária, lagarta que ataca os pinheiros e que seria possível combater; para isso, poróm, não basta que um ou outro lavrador produzisse uma defesa, é necessário que os seus vizinhos façam o mesmo.

Na região da Albergaria dos Doze há pinhais inteiros que não têm uma única folha, está tudo destruído por esse mal, que. todavia, podia ser fácil e eficazmente combatido.

Se não cumprimos as .leis que já te-, mós, para que vamos fazer mais? Se os corpos administrativos se não interessarem por ôste projecto, ele ó perfeitamente uma inutilidade, e, se nós conseguirmos fazê los interessar, também não precisamos do projecto porque podem obter árvores gratuitamente.

O Sr. Santos Garcia: — Sr. Presidente: a quando da primeira vez em que este ' projecto de lei entrou em discussão nesta Câmara, eu já tive ocasião de notar que, na sua essência, ele não era combatido, pois todos concordaram e fizeram a apologia da árvore.

Agora, novamente, o assunto vem à tela da discussão; não o projecto que eu tive a honra de submeter à apreciação desta Câmara, mas sim um contra-pro-jecto.

Eu direi a V. Ex.a que entre um e outro há diferenças manifestas.

No mpu projecto de lei, o qnal também foi assinado polo meu ilustre colega Sr. Sá Viana, ilustre inspector de agri-: cultura do nosso País, entendeu-se que com três essências florestais poderiam ser arborizadas as estradas do nosso País, não só com o fim de serem arborizadas e terem as vantagens que advêm da sua arborização, mas ao mesmo tempo para nos darem receita para que a conservação dessas estradas possa efectivar-se constantemente.