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Diário das Sessôeê do Senado

lecção dos verdadeiros beneméritos da República, daí veio essa legião enorme de revolucionários civis que têm sido reconhecidos pelo Parlamento e que o Parlamento ainda há-deo reconhecer em maior escala para ficar bem com os seus Srenti-mentos de justiça.-

0 homem que se chamou Almirante Cândido dos Eeis soube dar cru exemple aos revolucionários de fancaria que. metendo-se em revoluções, não têm -a coragem e força moral precisa para procurarem o remédio para a sua situação no cano da sua pistola.

O Almirante Cândido dos Eeis, julgando vencido o movimento revolucionário, cumpriu a sua palavra porque, horas antes, tinha dito àqueles que não confiavam no triunfo da revolução que assumia a responsabilidade do movimento sob pena de dar um tiro nos miolos.

O Almirante Cândido dos Eeis, na, avenida que hoje tem o seu nome e que então tinha o nome de avenida D. Amélia, sacou da arma e porque era leal e um verdadeiro republicano como visse perdida a causa republicana desfechou a sua pistola no ouvido e desaparece do convívio de todos os seus admiradores e correligionários, ^^lma aquela que podia servir de travão a todos os latrocínios dentro da própria Eepública e dos grandes desvarios dos próprios republicanos.

Eu, Sr. Presidente, entendo que tendo o Senado aprovado uma pensão à f r. ruí lia do almirante Eeis, bem como aquela concedida ac médico Miguel Bombarda e a tantas outras que poucas horas antes da implantação da Eepública perderam a sua vida, não fez mais do que praticar um acto de justiça.

* Nós, nas Constituintes e depois outros legisladores, votámos para todos os hor mens que contribuíram para a implantação da Eepública uma pensão.

Sr. Presidente: chegou o momento em que uma figura' grande da revoluj£o de 31 de Janeiro, e que também na revolução de 5 de Outubro ocupou um lugar de destaque, desapareceu do número dos vivos.

O G-ovêrno apresentou uma proposta de pensão de estado pcira a sua viúva e filhos órfãos.

As circunstâncias em que o Governo da Eepública apresentou ao Congresso

esta proposta não são precisamente as mesmas e idênticas àquelas em que nas-Constituintes se votaram aquelas pensões que há pouco citei,- nessa altura não podemos averiguar se a fortuna pessoal do almirante Eeis permitia ou não que o Estado acudisse às necessidade da sua família, porque dava-se como una preito de-homenagem da nação republicana ao homem que fora o expoente máximo da revolução de 3 de Outubro de 1910.

Era por -assim dizer uma homenagem praticada em nome daquelas virtudes cívicas do Sr- almirante Cândido dos Eeis, e nunca por .averiguarmos se a sua íamí-lia estava ou não em condições de poder espsrar do Estado um auxílio.

Agora o caso ó diíerente: vamos acudir ao estado da família.

Se é isto, abençoado sentimento este do Govôrno republicano, que acode com 'o sou dinheiro aos necessitados e aflitos.

Mas, se não é, e disso receio eu muito, não me capacito de' que possa efectivamente haver um alto funcionário da Eopú-blica ao qual não faltariam jamais os amparos e auxílios do Estado que depois de uma longa vida deixa a família mergulhada na maior indigência e miséria.

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Não, Sr. Presidente, só nos engrandecemos, só abraçamos bem o ideal democrático quando o ncsso voto é seguro e certo de que vamos acudir à miséria, à fome num lar que em quanto.foi vivo o seu chefe foi feliz e ditoso.

Mas. Sr. Presidente, palavras leva-as o vento, e ou gostaria que, sem o sopro frio ds. campa do Sr. João Qhagas, as minhas palavras ficassem vinculadas nos anais cesta casa do Parlamento, sem sombra do menor desrespeito, da menor desconsideração para com o homem que em vida só chamou João Chagas.