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< Sessão de 12 de 'Aqòsto'de>192õ

«y

•-projecto de lei,- porque então, ao procla-mar-so a República, todos esses esforços

-e auxílios eram de desejar, pois se transformava • por completo a vida política-e constitucional de um País. • ;-•'•

Agora que, constantemente, haja peitos valorosos que venham bater-se pelo seu ideal e que venham depois, sem dúvida nenhuma com espírito ganancioso,-a troco de uma cousa que é nobre, que é um sentimento legítimo-de um -qualquer:idealista político, exigir com ês'se espirito de ganância a criação de uma casta privilegiada dentro do Estado -republicano, constitui

-:um grave atropelo èom que o Executivo, o Legislativo e as próprias instituições têm de acabar para que se não diga que todos têm medo dos revolucionários civis.

De resto, Sr. Presidente, eu queria mais, e muito mais : queria que nesta lei

'n.° 1:691 não só-fossem anuladas as disposições constantes do artigo 1.° ao artigo 7.°, mas que toda a lei o fosse in li-

• mine, lei que dá regalias aos revolucionários civis de tal ordem-que chegamos a pasmar- como existe' um Estado, em regime deficitário, esmagando-o contribuinte com novas contribuições incomportáveis, que quási fazem-levantar o país de. norte a sul num unânime protesto, que excedem em muito a capacidade tributária de todos os portugueses, que perturbam toda a vida nacional e toda a riqueza pública, que admita :um bodo de quantias importantes por inivíduos-qúé, dizendo-se revolucionários, -não; duvidam estender a mão

para que lhe paguem o seu esforço em íavor do regime que ajudaram a- implantar. • •.-;:'..

E preciso que os poderes públicos confessem que têm medo dos revolucionários, civis, e que precisam deles, porque não 'têm confiança no exército, e na armada.':

Sr. Presidente: veja V. Ex.a'e compa-

•re -p procedimento desses homens com o

'de um outro de quem eu-sou adversário

-intransigente, e por isso agora insuspeito

na minha o,pinião.

• v Reconheço as suas qualidades de- sugestão e de poder magnético sobre as

' multidões, no tempo' da propaganda, mas

• não deixo de reconhecer também o seu valor mor'il, embora por vezes proferisse

'palavras que n-ão eram próprias de um homem como S., Ex.a.' ;

Refiro-me ao Sr. DF.;António José de

"Almeida, que tudo deu pela" causa da República. •••• ••' - "••-• • . •

Pode"d-izer-se que S. Ex.a hoje é pobre, •e quando':agora -depois de'exercer o=seu 'mandato: presidéucialj lhe- vão oferecer prato na Companhia dos Caminhos-de ' Ferro Portugueses ou no Conselho Supe-' rior (Financeiro do Éstado^S. Ex-.a -^-'assim o : disseram 'os jornais -W repudiou- a oferta. --• ••-• =-. -v... -. •" - " -

Quem s'ábé''so S. OEx:a precisaria-ou'não desses —como devo dizer—- dêsses-bene-fícios,'dessa obrigação do Estado republicano ser : gr ato a' um- homem, como o:Sr. DrV António-J os;é de-Almeida.-;-'••>•-'• i i-'•- Não aceitou porquê foi'sempre um bom republicano^ apesar de 'ser .muitas vezes -in á'-a1 demente- quê -semeou pelo país fora; nada 'quis .porque "ér-a um/ sincero. . ,; • ÍNinguém '-pode^^duvidar da sua, sinceridade, nem1 ninguém podo-Ver- nos- se.us actos.' O' espírito m ercantik'de tanto s. outros,1 -e- sobretudo de outros que foram tam republicanos até-5-de Outubro como.eu.

- O Sr. Ribeiro de Melo (interrompendo) :^~ Lembro a: Y.-• ^-Ex.a -Os chamados• oficiais de galão braineO,- dum corpo criado para

•defender'oconstitucionalismo monárquico.

- Vitoriosa este-, ' conservou todos os oficiais1, dàriílo^hes -pensões- o às .famílias,- ;o

- até'eles • passaram. à- História; .-

•' Õ'' Orador:'—Admira m-e . que -sendo

V. Ex.a tani conhecedor "da história ido

constitucionalismo, úão-'vá-mais.adiante.

" Eu venho-'até talvez em-socorro1 da tese

•de"Y.':Ex;a.falando-lhe,-dós 7:00.0.bravos do Mindelo. ..-... : ,

• ••" ^Masque ;quere V.-Ex.a dizer com isso?

',; Qúeré-porventura dizer que, se,a: prática1 tem' sido essa,-a República deva seguir igual caminho'? •'-.- -,.;..-.;.

^-"W- Ex.a; quére que- eu vá defender..e sancionar com • o. meu voto> um ^projecto

• desta 'natureza? • -'••!:'•: /.;. •_•' •.:.-,

,j Y. Ex.'a,. porventura- -acha.- que era legítimo1 defender, perante >uffia.'.situarão aflitiva como aquela em q.ue se .encontr.a o Tesouro Publico, um projecto ,destes ?

• V. Éx.a não vê-quê não-há actualmente nada, que .não.se paga aos pTofessores-de instrução .primária, que não se pagam ,a,s rendas dos edifícios que o JEstado aíuga?