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784 ACTAS DA CÂMARA CORPORATIVA N.º 83

Quantas mulheres que são mouros de trabalho não fazem felizes o marido e. os filhos l Falta-lhes a doçura do sorriso, a bondade das palavras, a calma do domínio próprio... Tudo isto é preciso ensinar às raparigas nos centros familiares rurais. Fazer-lhes considerar os afazeres domésticos um ideal de utilidade, de dedicação e de alegria; fazer-lhes compreender que, na humildade dos serviços domésticos, estuo contribuindo para o bem-estar e felicidade da família.

24. Os centros familiares nas localidades industrializadas devem possuir certas características especiais, baseadas na observação das realidades materiais e psicológicas do meio operário.
Não pensam do mesmo modo, nem vivem do mesmo modo, a operária e a camponesa. A fábrica, desviando a mulher do lar, modifica a sua mentalidade e desapega-a dos deveres familiares.
A formação a dar às alunas de um curso familiar que funcione numa indústria ou mesmo independente de qualquer empresa ou sindicato, se se destina a filhas de operários ou a raparigas já operárias, embora a matéria do programa seja aproximadamente idêntica, requer orientação adequada.
Métodos de trabalho, conselhos de dignidade pessoal, problemas de felicidade, tudo deve ser visto no prisma que decompõe a realidade da vida da família operária, se a fábrica está instalada na aldeia, procurar-se-á conservar ou ressuscitar tradições, costumes, relações de família e solidariedade de vizinhança, para corrigir a de formação que o trabalho profissional e o clima da fábrica exercem sobre a personalidade feminina.

25. A maioria dos centros familiares rurais da Obra das Mães pela Educação Nacional - dezassete - funcionam em colaboração com as Casas do Povo, que, normalmente, fornecem instalações e contribuem com uma verba que varia segundo as possibilidades de cada organismo.
A Obra das Mães possui ainda centros rurais em colaboração com outras entidades: câmara municipal, Instituto de Assistência à Família e paróquia.
Sem exclusivismo - como se vê - a preferência da colaboração tem sido dada às Casas do Povo.
Parece à Câmara acertada essa preferência.
Na fase de organização corporativa em que nos encontramos convém ligar a acção social, na medida do possível, às Casas do Povo, como forma de valorização e a fim de evitar duplicações.
Se as obras se não agrupam, ficam, no seu isolamento, fracas e desamparadas. A dispersão de serviços sociais numa localidade onde exista uma Casa do Povo só serve para diminuir e empobrecer esta, quando tudo deveria concorrer para a tornar um organismo vivo, cheio de interesse e utilidade.
A coordenação das obras é indispensável. Obra das Mães, Instituto Maternal, Instituto de Assistência à Família - e até instituições particulares - todos deveriam conjugar-se para completar a acção social da Casa do Povo, pois cooperar com as Casas do Povo é fazer obra nacional.
Em algumas Casas do Povo os centros rurais da Obra das Mães colaboram nos serviços materno infantis ali em funcionamento; noutras asseguram os serviços da cantina. E em todas as Casas do Povo, a que os centros rurais estão ligados, colaboram nos festas e noutras manifestações familiares.
A ocupação dos tempos livres deve ser preocupação comum às Casas do Povo e centros rurais.
Das reuniões internacionais faz-se ouvir, soltado por representantes de todas as nacionalidades, um grito de alarme pelos perigos que ameaçam a juventude na ocupação das horas vagas. Muitos divertimentos, se não são imorais, são amorais, quando a sua função deveria ser contribuir para a formação e educação perfeita e equilibrada do corpo e da alma. Não falta quem afirme:
Amanhã serão em grande porte as ocupações dos tempos livres que condicionarão o valor moral e mesmo intelectual da mossa dos cidadãos. Um sistema de horas vagas, que no sen conjunto seja imoral, ou mesmo simplesmente amoral, traria riscos de abaixamento de todo um povo, marcaria a perda de gerações inteiros.

26. Além da coordenação das obras, indispensável na aldeia, haveria vantagem em rodear os centros familiares rurais de colaboradoras benévolas, que pela sua situação social, superior à da auxiliar rural, seriam para estas um precioso apoio, ao mesmo tempo que supririam a inexperiência da sua juventude. Por outro lado, essas senhoras poderiam cooperar na educação familiar doméstica ainda poro lá das actividades ordinárias do centro.

Os leaders existentes nos Estados Unidos também entre nós seriam úteis. Estes leaders são pessoas de todas as classes que se oferecem poro colaborar, no meio rural em que vivem, com os a serviços de extensão». (Na América chamam a «serviços de extensão» a todos os serviços que abarcam, os sectores da vida rural, desde os ensinamentos para a cultura da terra à economia doméstica, não descurando o problema da alimentação, vestuário, recreios, etc.).
Atribui-se a essas colaboradoras benévolas grande parte dos resultados obtidos, apesar dos «serviços de extensão» contarem 8500 técnicos espalhados pelos vários estados.
As estatísticas mostram como a acção dessas voluntárias (às quais se juntam também homens e jovens de ambos os sexos) é admirável.
Técnicos regionais preparam as leaders por meio de cursos, reuniões, palestras e demonstrações, organizados especialmente para elas; publicações periódicas e folhetos completam a sua formação.
Afigura-se-nos que uma organização semelhante poderia dar grandes frutos nas nossas aldeias: almas de boa vontade levariam às famílias os seus conselhos e ensinamentos, em visita amiga, e divulgariam esses conhecimentos em reuniões, pelos métodos que se revelassem mais convenientes.
A preparação das colaboradoras voluntárias poderia ser feita pela supervisora dos centros quando visita estes. E publicações da especialidade, como A Campanha, poderiam destinar-lhes mensalmente uma secção que lhes levasse ideias e conhecimentos práticos, segundo um plano anualmente organizado pela Obra das Mães pela Educação Nacional, que se entenderia com organismos representativos da gente rural ou a ela particularmente votados paro um movimento de conjunto.

27. Como fica dito, destinam-se os centros rurais à formação familiar das raparigas e, por extensão, das mulheres.
E os rapazes?! Os rapazes da aldeia, saídos da escola primária - para a maioria o único quinhão de estudo e educação da vida inteira-, não seria bem pensar também neles ?! Principalmente nos anos perigosos da adolescência, em que o vazio das suas horas perdidas se enche de tanta coisa má!
A juventude desta geração não nasce pior do que as antecedentes; mas a atmosfera que a criança e o adolescente respiram no mundo moderno não é favorável para a sua saúde moral. E como as forças educativas da família andam muito enfraquecidas, não há remédio senão ajudar a família na educação da juventude, para a defen-