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978 ACTAS DA CAMARÁ CORPORATIVA N.º 97

imensa na fecundidade e n;i generosidade, não piirurú e que o aorporutivismo irá até onde deve ir, no seu lógico desenvolvimento. Isto o espero. Isto o esperam os trabalhadores portugueses. Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Vaz Guedes: — Sr. Presidente, Dignos Procuradoras:- ao tomar a palavra pela primeira e naturalmente pela última vez em uma sessão plenária desta Câmara, não posso deixar de aproveitar a oportunidade pura apresentar as minhas respeitosas homenagens à pessoa do Sr. Presidente, a cujas qualidades de inteligência, equilíbrio e inteireza moral há muito tempo me rendi.

Peço, pois, a V. Ex.º que aceite a expressão da alta consideração e apreço de mais um cidadão português.

As considerações que vou proferir representam pontos de vista individuais de quem está ligado a sectores da actividade nacional que, dentro do condicionalismo de relação da economia portuguesa, estão ainda entregues totalmente à iniciativa particular.

Os aspectos focados não representam, por isso, mais do que comentários e apontamentos do desempenho da nossa actividade profissional no presente e no futuro. Nada têm de original, mas pretendem focar pontos de doutrina sobre os quais se torna mister 'tomar decisões efectivas, de modo a permitir a cada unidade produtora saber com que pode contar, quando faz o balanço do presente e tenta orientar a sua actividade futura.

Neste mundo conturbado, em que a palavra svirtude» quase perdeu o sentido e em que parece ter de optar-se entre a cilada e a abdicação, não há tempo para parar e perguntar se vale a pena.

Há que escolher rapidamente o caminho e seguir sem hesitações, porque o tempo é curto e há quem já tenha andado muito.

Se, como espero, neste sector das actividades produtivas, optarmos pela solução de nos ajudarmos a nós próprios para que Deus nos ajude, garanto, pela experiência de uma 'vida inteira de trabalho, que temos todos os trunfos para atingir a maioridade.

Para muitos dos que ansiosamente perscrutam o futuro da Nação parece evidente que chegou a hora do grunde progresso material. Foram criadas as condições para. ele se efectuar e acelerar e daí resultou já uma melhoria inegável do nível de vida e um ritmo de aceleração que se supunha inatingível.

As condições fundamentais a que nos referimos resultam da continuidade e estabilidade políticas, do arranjo financeiro e da atitude psicológica do povo português, que neste momento vive um ambiente de confiança em si próprio e de dinamismo realizador.

E evidente que cada país tem o bem-estar material correspondente àquilo que a média dos seus indivíduos pode produzir e na nossa terra a valorização individual no sentido da capacidade de produção está a pperar-se no duplo aspecto do aumento do nível da instrução e da criação do hábito à nova organização material e a utilização dos meios mecânicos e científicos que a técnica põe à disposição do homem.

Parecem estar assim criadas as condições políticas, sociais e psicológicas para a grande expansão nacional, na qual se enquadra o Plano de Fomento.

Este Plano é de importância fundamental, por ter realizado a planificação do modo de mobilizar os grandes recursos-bases e porque tem a apoiá-lo uma vontade forte que dispõe dos meios efectivos de realização.

E evidente que ele será uma das peças fundamentais do fomento geral do País, o que não impede que haja outros factores com importância igualmente decisiva.

Entre estes factores avultam o desenvolvimento agrícola, as obras públicas correntes e o desenvolvimento industrial.

Algumas palavras apenas sobre o desenvolvimento agrícola. Neste ramo da actividade humana tem sido verdadeiramente espectacular a transformação nos países mais evolucionados. Nos Estados "Unidos da América foi possível, em cerca de meio século, reduzir de uurenta e cinco milhões a dezasseis milhões o número e habitantes ocupados na agricultura, triplicando, no entanto e no mesmo período,- a -produção global do país.

Três factores fundamentais contribuíram para este resultado: a mecanização dos meios de cultura, a expansão do emprego dos adubos químicos e a aplicação dos princípios da genética ao melhoramento das espécies cultivadas. Mais recentemente. a monda química veio trazer o seu contributo a este conjunto formidável.

É evidente que as consequências desta revolução pacífica foram multiformes. Em primeiro lugar, libertou para outras ocupações dezenas de milhões de elementos humanos, criando simultaneamente o problema da sua preparação profissional. Por outro lado, provocou o aparecimento de mercados enormes para produtos da indústria química e da construção de máquinas agrícolas. Finalmente, tornou possível a melhoria de vida das próprias populações rurais, pela redução do esforço físico a despender e pela possibilidade de pagar melhores salários aos operadores da maquinaria agrícola.

Algumas crises.terríveis de ajustamento constituíram o preço amargo da transformação.

No nosso país e em escala reduzida estamos assistindo a uma revolução paralela.

Sobretudo no Sul, a mecanização, a adubaçao química, as sementes seleccionadas e a nova e esperançosa técnica de rega por aspersão permitirão que se verifique um fenómeno de transferência de actividades sem quebra da produção nacional.

As indústrias nascentes irão absorvendo a parte da população menos inculta e já hoje se vai sentindo em algumas zonas uma certa escassez de mão-de-obra agrícola. É este o único processo efectivo para se atingir uma mais equilibrada distribuição do nível de salários.

Aqui, na actividade agrícola, tem de predominar fundamentalmente a acção individual do agricultor, que pode ser ajudado, mas que, -como todo o homem adulto, não gosta de ser tutelado.

E ele que, levado pelas necessidades da conjuntura económica e pelas possibilidades criadas pela técnica, terá de vencer a própria rotina e enveredar por caminhos novos.

Um outro aspecto tomará, porém, a colonização interna nas extensas zonas de regadio que vão ser criadas no Sul do País. Aí, pela falta de uma cultura, industrial pioneira, como o algodão ou a beterraba sacarina, que no nosso país, por razões diversas, não podem ser cultivados, terá de fazer-se a colonização pobre do tipo familiar e para a produção de géneros de que já hoje, com excepção do trigo, começamos a ter superabundância.

Embora reconheça que essas obras são de altíssimo significado na valorização do factor humano e pela sua contribuição para a estabilidade social, não creio que seja possível resolver o problema da transferência de ulgumus centenas de milhares de almas para uma região nova, sem tima série de ajustamentos na legislação actual da especialidade s uma contribuição maior do Estado para o pagamento definitivo das obras de transformação fundiária. Trata-se de uma verdadeira operação de tranformação da geografia humana a ela tem de ser feita sob o signo da promessa de uma rela-