O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 108 42

por forma tam feliz que bem mereceu as calorosas manifestações e o sincero reconhecimento que portugueses e brasileiros lhe tributaram.
E, dos membros da missão especial, é dever salientar o seu presidente, a alta figura de intelectual do Dr. Júlio Dantas, que, com o coração a sangrar pelo falecimento de sua santa e idolatrada mãi, e quando era natural esperar acabrunhamento inibitório, heroicamente conseguia dominar a sua imensa dor e, de olhos postos no prestígio Asa Nação de que era principal representante, desempenhou-se da missão que lhe cometeram com raro brilho e felicidade.
Já antes desta memorável embaixada diplomática outra missão havia ido ao Brasil desbravar caminho à política de entendimento económico luso-brasileiro; o seu esforço contribuiu bastante para a intensificação das relações comerciais, ora em via de franco incremento.
E, em reforço de uma mais ampla e fecunda compreensão espiritual entre Portugal e Brasil, há que pôr em relevo a acção do director do Secretariado da Propaganda Nacional e a do agente geral das colónias.
O acto cultural recentemente assinado e entusiasticamente saudado pelos intelectuais dos dois países é um dos maiores passos dados a favor da consolidação da política atlântica; entre as múltiplas e proveitosas diligências promovidas pelo director do Secretariado da Propaganda Nacional, no sentido de revelar a actividade mental portuguesa, deve ser apontada a Exposição do Livro Português.
Também a exposição das numerosas e doutas publicações editadas pela Agência Geral das Colónias despertou a maior curiosidade e interesse nas elites brasileiras; na verdade, este aspecto da actividade cultural do Ministério das Colónias, que tantos encómios suscitou entre nós, merecia ser conhecido pelos nossos irmãos de além Atlântico, em cuja terra ocorreram muitos dos factos relatados naquelas obras, feitos que emprestam honra e grandeza às duas nações lusitanas.
Sr. Presidente: embora a ida de contingentes militares para as ilhas adjacentes o para as nossas colónias corresponda a simples deslocação de forças entre territórios da mesma nação, une e indivisível, Portugal de aquém e de além-mar, pela patriótica intenção que preside a estes movimentos de tropas, só há que aplaudir a actuação do Governo, que tam conscientemente nos guia na hora torva que avassala o mundo ensandecido e feroz.
Por mais este inestimável e oportuno serviço que virá a ser registado como sendo um dos mais brilhantes capítulos da história dos nossos dias, a Nação é devedora a Salazar de infinda e enternecida gratidão. .
Aproveito o ensejo, Sr. Presidente, para afirmar desta tribuna que quando, a caminho de outras terras de Portugal, vejo desfilar os nossos soldados, altivos e marciais, garbosos e cientes do sen valor e da missão que lhes compete, o meu orgulho de português parece redobrar-se.
Vai longe o tempo em que a vestimenta dos nossos militares era pobre nas matérias utilizadas e defeituosa no modelo e confecção e o apetrechamento guerreiro era do mais antiquado; graças à sábia administração de Salazar, agora temos forças que, em indumentária, adestramento e material bélico, podem equiparar-se aos mais bem vestidos e preparados exércitos modernos. Sobejavam aos nossos soldados espírito de sacrifício, qualidades de abnegação, patriotismo e bravura; porém, no nosso tempo, só a homens providos de todas as condições materiais será lícito exigir-se completo rendimento e eficiência combativa.
Sr. Presidente: se, como acabo de expor, no concernente à política externa, à preparação militar e ao apetrechamento bélico, trilhamos a única via mais conforme com o interesse nacional, e, para dentro da mais rigorosa e honesta neutralidade, continuamos a zelar pela integridade e independência da nossa Pátria, no que respeita à política interna a nossa actividade material e espiritual toma grandes proporções, que deslumbram o mundo entregue às suas loucas cobiças e ambições.
Afanosa e infatigavelmente concebemos e realizamos obras cujo importe ascende a muitas centenas de milhar de contos: tratando de intensificar os trabalhos de fomento agrícola e industrial, cuidando do beneficiamento dos portos e vias de comunicação, criando condições materiais ao ensino para bem do desempenho da sua superior missão, melhorando os nossos edifícios prisionais, erigindo hospitais, esforçando-nos, emfim, por minorar os efeitos da repercussão económica que advém da conflagração actual, conseguindo manter um nivel de bem estar e de conforto que tornam Portugal um oásis de ventura e abastança, tam ambicionado por todos quantos já foram rondados pela enorme desgraça que aniquila o mundo.
Eis, Sr. Presidente, o dilatado sumário da exposição que pretendo fazer.
Sr. Presidente: vai por todo Portugal de aquém e de além-mar uma ânsia febril de progresso. A era de renovação que Salazar deu à Nação foi bem compreendida por todos os serviços públicos; chefes e subordinados, todos se empenham em exercer, cabalmente, as suas funções, sendo notório o carinhoso e patriótico orgulho com que os realizadores se referem à sua obra.
E apraz-me dizer desta tribuna que Portugal, mercê da política do Estado Novo, já tem técnicos que, em perícia e cultura, podem ombrear com os dos mais progressivos países; neste sector da vida nacional já se encontram muitos indivíduos preparados nos centros científicos estrangeiros, onde foram enviados pelos respectivos serviços ou pelo douto e prestimoso Instituto para a Alta Cultura.

Sr. Presidente: das obras que mais prendem a nossa atenção, pelo montante pecuniário que exigem e pelos fins económicos em mira, salienta-se o aproveitamento hidroeléctrico dos nossos rios.
O aproveitamento hidroeléctrico dos rios Zêzere, Cávado e Rabagão será levado a efeito pelo Estado; às obras a efectuar no primeiro desses cursos de água aludirei em outra ocasião. Mas não basta que o Governo se encarregue de obras de tanta importância; urge que sejam dadas todas as facilidades às empresas particulares idóneas na obtenção de concessões para a construção de centrais em outros rios, por exemplo no rio Guadiana, sob pena de a nossa indústria, por carência de energia não poder ir muito além da vida modesta que leva, absolutamente incompatível com as necessidades vitais do fomento nacional.

E consolador reconhecer que as empresas particulares, estimuladas pelo exemplo do Estado, pretendem acompanhá-lo no campo do progresso ê da valorização económica colectiva. A par dos grandes empreendimentos, em via de conclusão ou já em pleno rendimento, outras empresas privadas constróem e montam centrais: a Companhia Eléctrica das Beiras - empregando mais de 30:000 contos na construção da barragem no rio Pampilhosa; a Companhia Electro-Hidráulica de Portugal - construindo quatro grandes barragens no rio Ave; u Companhia Hidro-EIéctrica Alto Alentejo; a Companhia da Lagoa Escura, etc.
Em S. Tomé construir-se-á no ano que vem uma central hidroeléctrica, destinada a fornecer energia a toda a ilha.
Sr. Presidente: os planos de regularização dos caudais e de defesa dos campos marginais dos nossos rios
com o fim de evitar as inundações e assoreamentos,