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8 DE FEVEREIRO DE 1947 499

des no passado, se sentiam impotentes para dominar os acontecimentos. É uma data que deve estar sempre presente, sempre gravada no coração dos que combateram pela salvação de Portugal, e muito especialmente nos corações dos militares, pois foram eles que mais de perto sentiram a importância da luta, as surpresas e incertezas dos primeiros momentos, a vontade decidida de vencer, o desapego à vida com que se atiraram para a vitória, sempre guiados pela grande fé na salvação da Pátria, sem quererem, nem cuidarem de honras ou benefícios pessoais.

Vozes:- Muito bem!

O Orador: - Eram poucos, talvez, os que apareceram dispostos a lutar e a vencer, mas eram os suficientes para representar o exército digno e honrado, esse exército que, após a vitória, na posse de todos os poderes, orgulhoso do cumprimento do dever, não se embriagou com o triunfo e passou as rédeas da governação a mãos honradas, que, por sua vez, com aplauso unânime, as entregaram ao homem que se revelou o maior estadista do nosso tempo.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O exército recolheu ao seu posto de vigilância, e nele se mantém sempre atento, para que não haja desvio nem perda da obra eminentemente nacional já realizada e da que está em via de realização.
E quero aqui acentuar bem alto, para que seja ouvido em todo o País: o exército nada impõe, nada quer para si! Sente os sacrifícios do momento e sofre-os como os mais sacrificados.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Faltam a verdade os que afirmam que o exército faz imposições. Nada há mais falso.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Têm uma epiderme muito sensível alguns servidores do Estado que manifestam a sua estranheza pelo facto de o exército não se desinteressar da administração pública.

Mas descansem esses servidores dedicados: o exército não os incomodará. O que o exército exige é que eles procurem seguir o exemplo de Salazar, que trabalhem com a isenção e o patriotismo que constituem o seu sistema de acção.
Se o fizerem, não lhes faltará o aplauso do exército.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: dirijo agora as minhas palavras à memória dos nossos mortos, dos que regaram com o seu sangue generoso o caminho que trilhamos e que tornaram possível esta hora de ressurgimento nacional. Morreram pela Pátria. Eles viverão, eternamente, nos nossos corações.

Saúdo os heróis vivos, desde os chefes, como o coronel Passos e Sousa, Ministro em 7 de Fevereiro e que tão notavelmente cumpriu o seu dever de chefe, até aos mais humildes soldados, muitos deles hoje escondidos e esquecidos por essas aldeias de Portugal.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - É hoje o vosso grande dia, heróis do 7 de Fevereiro!
É hoje o vosso grande dia, humildes soldados de Portugal, que nessa hora distante, com ardor e valentia, junto das peças ou empunhando espingardas e metralhadoras, castigastes uma traição e impedistes que o País fosse de novo arrastado para a desordem.

É a vós que o Pais deve a tranquilidade e a ordem de que hoje desfruta.
Podeis dignamente erguer as vossas cabeças e gritar com justo orgulho que JK> vosso esforço heróico e sacrifício devem milhões de portugueses uma vida de homens livres, e não de escravos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: seja-me permitido, a mim, que sou um dos mais apagados componentes do exército...

Vozes: - Não apoiado, não apoiado!

O Orador: - ... que faça neste dia um pedido a Salazar, o grande chefe da Revolução Nacional - pedido que não me beneficia pessoalmente, nem ao exército que sirvo, mas que está no ânimo de todos os portugueses.
Faço-o com o interesse de combatente do 7 de Fevereiro, que nada quer para si, mas é cioso, como todos, da notabilíssima obra de Salazar, que desejamos e queremos ver continuada e cada vez mais grandiosa.
O meu pedido, o meu ardente desejo, ou, melhor, o nosso ardente desejo, é que não demore o momento do olhar com a maior atenção e carinho para os novos, para a geração que há-de continuar e manter o esforço notável já realizado.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não busco com este apelo adeptos novos para o Estado Novo, que está em mãos firmes.
Sosseguem os maus portugueses, os renegados, que, em países estrangeiros, venderam a sua Pátria pelo ouro das várias internacionais.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Estão vivos os combatentes do 7 de Fevereiro e os seus continuadores.
Enquanto a chama que nos animou nesse dia, e ainda anima, viver nos nossos corações, o País continuará a ser livre.

Por isso mesmo procuramos que a continuidade espiritual e moral através das novas gerações garanta que não foram perdidos os esforços e os sacrifícios dos que se bateram pela ordem e dos que souberam, com uma sábia política administrativa, honrar esses combatentes.

Se faço este apelo não é porque sinta afrouxar o interesse pelo Estado Novo. Faço-o porque vejo com tristeza muitos milhares de novos, tão bons, tão valentes, tão nacionalistas como nós, ansiosos por serem úteis à sua Pátria, abandonados, desamparados, na iminência de se perderem, como já se perderam muitos- outros, e por nossa culpa.

É preciso tirá-los das garras dos abutres que os espreitam de perto e só esperam o momento oportuno, um momento de desânimo, para os arrebatar. Peco-vos que não demoreis o momento de olhar para eles.

Sr. Presidente: estou certo de que este apelo será atendido.

Não se perdeu o sangue dos nossos mortos; não foi em vão o sacrifício dos nossos heróis. Portugal há-de continuar a prosperar, a engrandecer. Portugal há-de