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288-(128) DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 132

58. Os valores da exportação de 1941 a 1946 constituem um caso à parte e tiveram origem em razões conhecidas: a venda anormal ou por preços anormais deste ou daquele minério, deste ou daquele produto de origem vegetal, como a cortiça ou os resinosos, ou ainda o consumo puramente acidental de conservas ou vinhos. O sentido geral da baixa exportação manteve-se durante o largo período de trinta e oito anos até ao começo da guerra.
Houve três, 1936, 1937 e 1938 - em 1935 o índice ainda era de 94,3 -, que, na verdade, saíram fora dos limites normais da tonelagem exportada nesse período - à roda de 1.100:000 toneladas por ano, com baixas graves nas épocas de crise internacional. Mas esses três anos constituíram o vestíbulo, no tempo, do começo da guerra. As grandes diferenças para mais na tonelagem da exportação incidiram quase sempre nas matérias-primas de origem mineral, principalmente nas pirites, que passaram de 356:000 toneladas em 1936 para 554:000 em 1938.
Mas as pirites são minérios pobres, e por isso o grande aumento notado no peso das matérias-primas de origem mineral em pouco influiu no significado dos números, vistos no seu conjunto. Continuámos a mandar para fora em certos anos, como os de 1931 a 1936, se considerarmos agora os valores, coisa parecida ou de idêntica ordem de grandeza como o que mandávamos nas décadas anteriores. Esta fraqueza na exportação condiciona em grande parte o nível de vida do povo português. Sem maiores vendas para o estrangeiro não pode haver maiores compras. E já em diversas épocas sofreu muito o consumo interno por falta de cambiais para aquisição de mercadorias indispensáveis à vida nacional.

As principais exportações

59. Não é possível dar neste estudo uma resenha completa, no período sujeito a exame, da importância real de todas as exportações. Mas convém esclarecer o assunto de um modo geral de maneira a ter uma ideia da actividade do País nesta matéria. O quadro seguinte mostra as principais exportações:

QUADRO XLIII

Principais exportações

(Toneladas - Contos-ouro)

[Ver Quadro na Imagem]

A balança comercial, na parte relativa a exportações, tem sido amparada pelas matérias-primas de origem vegetal e em certas épocas também pelas de origem mineral, pelas substâncias alimentícias, que se podem limitar para todos os efeitos práticos às bebidas e pescarias e, nestas últimas, às conservas e um pouco ùltimamente às manufacturas de matérias vegetais, que compreendem a cortiça e a madeira em obra. A indústria dos algodões, no período da última guerra, concorreu também com somas importantes para o total da exportação. Mas esta encaminhou-se, como no passado, essencialmente para as províncias ultramarinas. De qualquer modo são os produtos de origem florestal, os de natureza vinícola e a pesca que nos últimos quarenta e seis anos, de forma contínua, mais concorreram para a exportação.
Os de natureza mineral - o volfrâmio, o estanho- e outros - vieram influenciar bastante a balança comercial no período que decorreu entre 1940 e 1944.
Os números que seguem, em toneladas e contos-ouro, dão ideia da influência das mercadorias citadas nos anos de 1900, 1926, 1938 e 1946.