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4 DE MARÇO DE 1948 288-(125)

complicado e até pode levar a confusões, discriminar, por capítulos, a origem tias mercadorias importadas, tendo em conta os materiais que as formam. Tomaram-
se em consideração os dois anos de 1938 e 1946, conforme se pode verificar no quadro XXXVIII, que segue, em contos e toneladas:

QUADRO XXXVIII

Importação de manufacturas diversas

[Ver Quadro na Imagem]

(a) Armas do guerra não incluídas em 1946.

Para comparar os totais de 1938 e 1946 devem excluir-se do primeiro destes anos as cifras relativas a armas de guerra, que se não contém no de 1946. Na rubrica total estão as cifras comparáveis dos dois anos.
Um simples exame mostra que em 1938, em peso, se importou mais de manufacturas do que em 1946. A diferença principal deu-se na rubrica «Diversas» e nas obras de matérias vegetais. Adiante se discriminam as mercadorias.
É talvez de surpreender que não seja maior o peso das mercadorias manufacturadas vindas de fora, sobretudo se for levada em linha de conta a variedade dos artigos que se incluem nesta classe. Isto até certo ponto mostra que existe já dentro do País uma variedade de indústrias interessantes.
Sabe-se que muitas delas vivem à sombra de forte protecção pautal, que é consequência imediata do seu rudimentarismo em muitos casos.
Tá se disse noutro lugar que o atraso em certas actividades fabris e sua protecção leva a dois graves inconvenientes. Um, que é de natureza económica, torna caro o produto - porque dentro de uma indústria o preço de venda adapta-se sempre à protecção pautal -, e, se esta é excessiva por haver indústrias rotineiras, é alto o preço em comparação com outros no exterior. E não se fala agora na qualidade.
O outro inconveniente é de natureza social e significa baixo nível de vida por ser de custo elevado o produto e, portanto, não poder ser usado nas proporções em que o deveria ser, e ao mesmo tempo permite lucros excessivos nas indústrias melhor apetrechadas, visto a protecção pautal ser originada por indústrias rudimentares, de preços de custo elevados.
Todo o problema da manufactura de mercadorias que cabem neste capítulo necessita estudo minucioso.
Há que ter em conta nesse estudo as realidades dos progressos externos nos últimos anos, as possibilidades das matérias-primas produzidas dentro do País e nas províncias ultramarinas, a qualidade da mão-de-obra, a extensão dos mercados e até as probabilidades de exportação que nalguns casos, como se verificará adiante, parecem existir.

Obras de matérias animais, vegetais e minerais

52. Nas obras de matérias animais as que têm maior importância são as peles, tanto em cabelo como em obra. Os números não são por aí além.
Em 1946 importaram-se 4:931 contos de peles em obra, acabada ou não. A importação havia sido em 1938 de 684 contos apenas.
Nas obras de matérias vegetais os números, embora relativamente baixos, já atingem valias que convém observar.
A borracha em obra atingiu 5:027 e 26:429 contos num e noutro ano e respectivamente 282 e 718 toneladas.
Aparece sob variadas formas - em folhas, em fio, em tecidos, em tubos e obra não especificada. Já hoje se manufacturam em fábricas portuguesas, com êxito, muitos artigos de borracha e a indústria parece estar em desenvolvimento progressivo.
Viu-se atrás que esta matéria-prima é originária em parte das províncias ultramarinas portuguesas. Vieram de lá em 1946 mais de 16:838 contos, num consumo total de 36:557, de borracha e similares. Além da Guiné e Angola, foram fornecedores importantes em 1946 os Estados Unidos da América e a Inglaterra.
A posição dos domínios nacionais tem importância, porque era quase nula a sua exportação antes da guerra, mas os processos de preparação que ainda hoje prevalecem hão-de anular está interessante possibilidade ultramarina.
As obras de madeira importadas não têm grande valor: 1:150 toneladas em 1938 e apenas 36 em 1946, ou, respectivamente, 4:092 e 4:128 contos.
Finalmente, nas obras de matérias minerais incluem-se variadas mercadorias, mas as relacionadas com o vidro ocupam uma posição dominante.
Os totais foram nos dois anos agora sujeitos a apreciação, respectivamente, 3:696 toneladas e 12:868 contos em 1938 e 2:110 toneladas e 19:467 contos em 1946. Se for levada em conta a diferença de preços, houve apreciável decréscimo na importação, e isso foi devido essencialmente à indústria do vidro.