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288-(124) DIÁRIO DAS SESSÔES - N.º 132

O exame, ainda que superficial, mostra ter havido em 1946 grandes importações de automóveis e vários de seus acessórios, como peças, câmaras de ar e protectores. O aumento em 1946 em relação a 1938, e em unidades, foi de 4:754, num total de 8:749. Nos automóveis destinados a pessoas incluem-se vários tipos.
A estatística destrinça-os pelo seu peso, conforme se verifica no quadro XXXVI, que segue:

QUADRO XXXVI

Automóveis importados, por categorias

[Ver Quadro na Imagem]

O acréscimo deu-se em elevado grau nos automóveis de carga, corça de 3:131, sendo o restante nos de passageiros, que também absorvem a pequena diminuição nas ambulâncias e carros de incêndio.
Dadas as dificuldades de importação durante o período de guerra e o desgaste sofrido pelos veículos nos anos em que ela durou, as importações de automóveis em 1946 não parecem exageradas, embora no total os números mostrem o grande aumento, que vai de 64:849 contos para 312:442.
O preço por unidade importada passou de 16 para mais de 35 contos.

50. Mas no ano de 1947 a importação continuou em muito larga escala e vieram para Portugal mais do dobro de automóveis de passageiros do que em todo o ano de 1946.
Esta tendência para a compra de automóveis, se se mantiver na escala dos últimos tempos, será extremamente ruinosa para a economia do País. Em nada ajuda a sua vida, já bem difícil. Vem, em contrário, causar danos em muitos de seus aspectos.
Não vale talvez a pena pôr em relevo os inconvenientes do excesso de consumo em automóveis - a gasolina e os óleos, os pneumáticos e as câmaras de ar, os acessórios e peças de diverso tipo e os materiais de vária natureza. Grande parte destes consumos dissipam-se - representam apenas a satisfação de desejos pessoais sem retribuição económica, traduzida em auxílio ao desenvolvimento material do País.
Não haveria muito a opor a essa, satisfação se as circunstâncias nacionais fossem prósperas, tanto em matéria de alimentação como de outras necessidades inadiáveis. Mas ninguém desconhece as condições actuais, tanto interna como externamente. Com uma balança comercial de elevado débito ao estrangeiro e dificuldades que crescem em cada dia, no que respeita a possibilidades de exportar, as importações de automóveis, sobretudo as que foram permitidas em 1947, e a sua intensa circulação, representam, em grande parte, um erro, que deveria ter sido evitado.
As medidas tomadas no princípio do 4.º trimestre deste ano vieram muito tarde e em pouco podem contribuir para resolver uma questão de grande importância e bem mais profunda. Em 1946 e até fins de 1947 o País importou automóveis assim repartidos:

QUADRO XXXVII

[Ver Quadro na Imagem]

Outra rubrica de importância em 1946 foi a dos navios, com perto de 180:000 contos. Começou neste ano a reconstrução da frota mercante.
Nos vinte e cinco navios com mais de 200 toneladas já se incluem unidades do programa de renovação da frota comercial, que ajudará sem dúvida o fomento das províncias ultramarinas e as relações entre elas e a metrópole.

Devem ter sido pagas neste ano grandes quantias em conta de outros barcos, que influirão na balança de pagamentos em grau mais elevado do que na balança comercial. É de lamentar, porém, que a verba adstrita a material circulante para caminhos de ferro se limitasse apenas a cerca de 50:000 contos, dadas as insuficiências bem conhecidas de todos. Ela inclui a compra de vagões, num total de 37:960 contos, quase todos nos Estados Unidos da América.

V

Manufacturas diversas

51. Nesta designação inclui-se grande número de mercadorias. Não seria difícil conseguir fabricar grande parte delas dentro do País para consumo interno e das províncias ultramarinas, além de possíveis exportações para o estrangeiro. Convém, para tornar mais clara a exposição de um assunto que é por natureza bastante