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4 DE MARÇO DE 1948 288-(127)

em 1946 e 139:656 em 1938. Os pesos nos dois anos foram, respectivamente, de 8:962 e 11:133 toneladas.
Não é possível estudar, com a minúcia que conviria, tudo o que se encontra nesta rubrica da estatística pautal. Há, nas mercadorias que a formam, campo vasto para progressos. A actividade interna poderia suprir a necessidade de importação em muitas delas e, convenientemente organizada, auxiliar até a exportação, depois de satisfazer as exigências do consumo.
Compreende grande variedade de objectos, desde brinquedos, jogos e botões, até escovas, espelhos, fitas cinematográficas, perfumarias, relógios, canetas de tinta permanente, chapéus e outras coisas.
Procurar-se-á, neste rápido estudo, fixar alguns dos artigos mais importantes, a fim de mostrar a sua influência nas importações e até certo ponto deduzir regras que possam explicar as possibilidades de produção interna.

QUADRO XLII

Manufacturas diversas. Alguns artigos de interesse

[Ver Quadro na Imagem]

(a) N.º 203:192.
(b) N.º 389:637.

56. Bem mais de metade das importações de diversas manufacturas recai sobre cabos e fios isoladores, nos relógios, lâmpadas eléctricas e medicamentos. A conta dos últimos continua elevada e parece ser possível reduzi-la muito. Há sinais de progresso sensível nos laboratórios de produtos farmacêuticos e crê-se que em breve a indústria nacional, neste aspecto, diminua o dreno de todos os anos para pagamento de artigos medicinais.
O desenvolvimento da electrificação produzirá grande consumo de cabos isoladores e muitos deles terão de ser importados. O País deve estar preparado para pagar, nos próximos anos, grandes encomendas de cabos, mas a indústria existente pode desenvolver-se muito, sobretudo nos fios isoladores de pequeno diâmetro.
O problema dos relógios parece não ter solução. É uma indústria especializada com grandes tradições na Suíça. Internamente poderão ser fabricadas qualidades inferiores, mas os de precisão hão-de vir sempre daquele país. Parece que parte dos que actualmente vêm paru Portugal é depois reexportada para outros países, e na verdade se verificará isso mais adiante.
Quanto a outros artigos inscritos na lista, há lugar para consideráveis melhorias na produção interna.
O caso de fitas cinematográficas, que aparecem em 1946 com a verba de 10:000 contos, não diz o que na realidade pesa na balança de pagamentos, porque os produtores cobram sobre a exibição das fitas percentagens variáveis que vão muito além dos valores declarados nas alfândegas. Afecta isso a balança de pagamentos.
A indústria nacional neste aspecto está a entrar no caminho seguro de produção popular e já há a certeza de que pode substituir fitas estrangeiras com muito êxito. Isso significará, evidentemente, grandes melhorias no actual dreno de cambiais para pagamento de direitos cinematográficos.
Há casos que surpreendem no exame da importação de diversas manufacturas, como, por exemplo, a dos pentes, a de canetas de tinta permanente, a de lâmpadas eléctricas, a de máquinas de barbear, de escovas para dentes e ainda outras. São muitos milhares de contos que poderiam, parcialmente, ser poupados, porque em grande número de casos é possível produzir dentro do País coisas semelhantes e de categoria idêntica.
Não se compreende bem se é a qualidade do artigo, se a tendência para comprar o produto estrangeiro, que avoluma este tipo de importação.

EXPORTAÇÕES

57. A debilidade do nosso comércio externo deriva em grande parte das incertezas e insuficiências da exportação. Não é que o País seja pobre de recursos naturais relativamente a outros de área e população semelhantes. Mas o rendimento económico no conjunto nunca foi, e ainda não é, de molde a permitir exportação de maior volume de mercadorias em circunstâncias satisfatórias.
O consumo interno está ligado às importações e, por consequência, à possibilidade de exportar muito mais, e o exame dos números da balança comercial no longo período que vem desde 1900, depois de expurgadas influências momentâneas ou ciclícas, não acusa neste aspecto progresso tão sensível como seria de desejar e é imposto pelas circunstâncias actuais. Hão-de estudar-se adiante os factores que porventura possam ter influído neste estado de coisas.
O País conseguiu, na verdade, suprir, pelo trabalho interno, muitas das necessidades que emergiram do aumento de cerca de 2 milhões e meio de almas em quarenta e sete anos. Mas em matéria de exportações manteve cifras que não correspondem a este desenvolvimento demográfico.
Em 1900 exportaram-se 1.008:000 toneladas, no valor de 23:200 contos-ouro, e foram enviados para fora do País em 1938 cerca de 1.540:500, no valor de 28:000 contas, que, corrigidos, se aproximariam talvez de 40:000. Mas o índice simples da tonelagem, para 1900-1905 = 100, foi, respectivamente, de 85,6 e 99,8 em 1900 e 1946. Idênticos índices para 1904 e 1988 foram 97,9 e 130,7 nos pesos e de 108,1 e 117,9 em moeda-ouro.