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288-(132) DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 132

As resinas são um precioso subproduto dos pinheiros. A sua exploração valorizou zonas atrasadas e pobres, que, à míngua de outros recursos, viviam em circunstâncias muito precárias. Todas as regiões montanhosas do centro e norte do País, para só falar nas mais pobres, têm hoje na exploração resineira um forte apoio da sua economia, quer mo que diz respeito a mão-de-obra quer ao próprio rendimento.
Depois da reorganização da indústria, por volta de 1930, foi possível produzir internamente, em circunstâncias que rivalizam com os maiores produtores desta matéria - a França e «s Estados Unidos e em menor escala a Espanha.
As resinas portuguesas de todos os graus têm hoje mercado garantido e vendem-se bem.
A exportação de resinosos aumentou multo em peso: passou de 10:000 toneladas de produtos baixos em 1926 para perto de 36:000 em 1946, com valores que se aproximam de 140:000 contos, e em 1942 atingiu cifra bastante mais elevada.
O consumo interno de produtos resinosos ainda é muito pequeno. Não passou de 2:846 toneladas para o pez e 2:470 para aguarrás em 1946. Houve, é certo, um ligeiro aumento em relação a 1938, mas foi bem pequeno, e neste caso é um mal, porque os resinosos são a base de certo número de indústrias de fácil adaptação em Portugal, como vernizes, dissolventes para pintura, tintas, perfumes e outras. Na base desta matéria-prima se poderão desenvolver certas fontes de exportação mais rendosas.
O que acaba de se dizer explica a importância dos pinhais na economia nacional e é suficiente para justificar uma política enérgica no sentido de aumentar as sementeiras desta planta, sobretudo nas regiões montanhosas mais pobres e mais sujeitas à erosão. O pinhal é nestas zonas a cultura mais valiosa e mais útil no ponto de vista económico.
O revestimento florestal das encostas por intermédio do pinheiro ou de outras essências tem além disso grande influência no regime dos rios.
São conhecidos os tremendos efeitos da erosão. As matérias terrosas que anualmente a chuva arrasta das serras e declives montanhosos vêm assorear vastas e ricas regiões. São bem conhecidos os casos do Ribatejo e outros. As sementeiras nas cabeceiras dos rios têm a propriedade de atenuar a influência das grandes precipitações pluviométricas e regularizar apreciàvelmente os caudais dos cursos de água.
Estas razões tornam claros os motivos por que sempre se pugnou pelo aproveitamento integral dos rios, que compreende a totalidade das suas bacias hidrográficas.
As madeiras produzidas nos pinhais, as resinas que anualmente se exportam, a influência das florestas no débito dos caudais, o declínio na erosão que pode resultar do revestimento florestal, concorrem, em alto grau, para dar relevo à importância que o pinhal pode ter na vida económica da Nação.

Outras matérias-primas

67. As cortiças e os resinosos são as duas matérias-primas mais valiosas, como acaba de se verificar. Mas há muitas outras que auxiliam bastante a balança comercial. O quadro que se publica na página a seguir exprime, em contos e em toneladas, a exportação de matérias-primas para 1938 e 1946.

QUADEO XLIX

Exportação de matérias-primas

[Ver Quadro na Imagem]