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288-(134) DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 132

Uma rápida análise permite averiguar alguns progressos importantes desde 1938. O primeiro é nas matérias-primas de origem animal, onde se notam os óleos de baleia e de sardinha, com cifras superiores a 40:000 contos.
Nas matérias-primas de origem vegetal, além das cortiças e resinosos, aparecem também, quase pela primeira vez, mercadorias de certo interesse, como plantas de diversa natureza para perfumaria e usos medicinais. Outras exportações acentuaram a sua importância, como a cravagem de centeio (15:531 contos). Embora a cortiça e resinosos representem 577:000 contos num total de 655:000, há indícios da possibilidade de alargar a exportação a outras matérias-primas de origem vegetal.
Nas de origem mineral os combustíveis referem-se ao abastecimento da navegação em portos portugueses; e nos materiais para construção está o cimento que se exportou para, a África, o mármore e a lousa em placas das pedreiras do norte, com somas que se avizinham de 5:000 contos.
O estanho continua a ser o mais valioso dos metais explorados - não só abastece o consumo interno como permite exportações substanciais - e o volfrâmio volta pouco e pouco às vendas normais de períodos de paz.
Há possibilidades de grandes desenvolvimentos na indústria química em Portugal, sobretudo pela utilização da energia temporária dos aproveitamentos hidráulicos do Tejo e do Douro quando eles se realizarem, e conviria desde já estudar este assunto, que pode ter vasto interesse no futuro. A electroquímica está hoje em grau de avançado progresso e permite a utilização máxima da energia sobrante.
Existem em Portugal matérias-primas, como o sal e os calcários, próprias para esta indústria, e não há razões especiais que se oponham ao seu desenvolvimento.

II

Produtos têxteis

68. As exportações de produtos têxteis em 1938 e 1946, expressas em contos, podem apresentar-se do modo seguinte:

QUADRO L

Exportação de produtos

[Ver Quadro na Imagem]

Em remessas por via postal incluem-se, além das que se mencionam acima, mercadorias de todas as fibras, mas em 1946 as que predominam são os bordados da Madeira, com 30:615 contos; os tecidos, fio e vestuário de algodão, com 28:697; os tecidos e fio de lã, com 7:091; os tecidos e fios de seda, com 6:315, e outros não especificados, no total de 6:347 contos.

69. Durante muitos anos o mercado externo para produtos têxteis quase se limitou às províncias ultramarinas, e até esse era bastante resumido. Os produtos nacionais sofriam em África a concorrência de diversos países, sobretudo do Japão e Alemanha.
Em 1938 as saídas de produtos têxteis andavam à roda de 6:094 toneladas, no valor de 118:979 contos, mas em 1946 os números já atingiam 878:646 contos, representando cerca de 9:300 toneladas.

Algodão

70. Tão grande aumento - perto de 3:000 toneladas, ou 50 por cento da exportação de 1938 - deu-se sobretudo nos produtos algodoeiros, que, em peso, tiveram a exportação máxima em 1941.
Em 1940 o seu valor não passara de 82:262 contos, inferior ao de 1937, que havia sido de 103:104. Mas em 1941 o peso de produtos exportados de algodão subiu para 9:433 toneladas, comparável apenas a 3:480 no ano anterior.
Os números para a produção e exportação de 1938 a 1946 foram os seguintes:

QUADRO LI

Exportação produção de artigos de algodão

[Ver Quadro na Imagem]

Na produção, além do fio, tecidos e malhas, nos quais se compreendem cobertores, colchas e outros artigos, como malhas em peça, em interiores e exteriores, ainda haveria que incluir meias e peúgas, que em 1946 se elevaram a 1:150 milhares de dúzias.
Da comparação entre o que se produziu e se mandou para fora do País resulta que em certos anos, como o de 1941, se exportou um pouco menos de metade da produção de tecidos. Nos outros anos a exportação foi menor. Assim, em 1946 a produção de tecidos e malhas foi de 23:645 toneladas e a exportação não passou de 7:611, cerca de um terço, incluindo 295 toneladas de fio. O resto deve ter sido consumido dentro do País.
A matéria-prima utilizada pela indústria algodoeira em 1938 vinha em grande parte do estrangeiro. Neste ano importaram-se das províncias ultramarinas portuguesas 10:505 toneladas e o resto foi comprado nos Estados Unidos, no Brasil e no Egipto. Em 1946 quase tudo foi produzido em território português. Num total de 39:407 toneladas importadas apenas 1:725 vieram do Brasil e do Egipto.
Estes números mostram o enorme progresso realizado em matérias algodoeiras pelos domínios de além-mar.
As cifras, em toneladas, da importação de algodão em rama e caroço para os anos de 1938 a 1946, foram as que vão mencionadas no quadro da página seguinte.