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288-(138) DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 132

O simples exame das cifras mostra logo a importância dos vinhos comuns e do vinho do Porto, sobretudo deste último. O ano de 1946 foi excepcionalmente bom paira a saída de vinhos comuns.
A exportação vinícola, tanto em litragem como em escudos, atingiu o maior volume até agora, com 1.303:442 hectolitros, na qual o vinho do Porto entrou com 284:092, inferior, contudo, à dos anos anteriores à guerra.
O progresso mais acentuado foi nos vinhos comuns e de outras qualidades, que em 1936 apenas contaram na exportação com 343:698 hectolitros, enquanto que em 1946 passaram além de 876:000.
Estes números reflectem o carácter aleatório e errático da exportação vinícola. Apenas a do vinho do Porto apresenta constância dentro de largos limites. Tem no entanto variações semelhantes à apontada acima, e daí crises graves.
As saídas de vinho do Porto em 1941, 1942 e 1945 não atingiram os 100:000 hectolitros. Em um dos anos, o de 1942, pouco passaram de 70:000.
Com a exportação de vinhos comuns ou semelhantes ainda é pior a situação. Um relancear de olhos sobre a vida deste produto, nos últimos onze anos, dá impressão de desequilíbrio. Em 1936 a exportação foi de 343:000 hectolitros e em 1940 mantinha cifra idêntica (345:000), depois de ter passado por 496:000 em 1939. Atingiu 876:000 hectolitros em 1946, com o valor de 294:000 contos.
Apesar de tudo, a produção vinícola continua a ser um poderoso esteio na fragilidade da nossa balança comercial, e talvez pudesse ainda ser maior a sua importância se houvesse a preocupação de produzir maiores quantidades de vinhos de qualidade. Mas, como já se disse atrás, o amparo é tanto maior quanto mais estáveis e prósperas forem as economias dos países importadores. A crise que a Europa atravessa no momento actual reflecte-se na exportação vinícola, porque todos os países pretendem reduzir ao mínimo as importações de coisas dispensáveis à vida do dia a dia - e o vinho e seus derivados são um produto dispensável.
O único país que, de qualquer modo, poderia suprir as falhas de outros - os Estados Unidos - protege em elevado grau os seus próprios produtores californianos.
É notável a pequena exportação vinícola para este país. O total em hectolitros em 1946 pouco passou de 28:000, quase tudo constituído por vinhos do Porto
(25:185 hectolitros). O total das bebidas e seus derivados exportados em 1946 para os Estados Unidos foi de apenas 55:653 contos, incluindo 38:500 de vinhos do Porto e 15:500 de aguardente.
A juntar ao valor das bebidas há o acondicionamento, que é formado por cascos e barris de madeira, garrafões e garrafas fabricados em Portugal. É uma exportação acessória das bebidas, cujo produto fica quase todo dentro do País. As únicas importações são as de certas madeiras. Mas hoje grande parte das matérias-primas para o vasilhame é obtida em Portugal.
Em 1946 a exportação para acondicionamento de bebidas alcoólicas, incluindo cerveja, atingiu cerca de 165:000 contos. Destes, perto de 93:000 são formados pelo vasilhame de vinhos do Porto comuns e outros e 72:000 por garrafões e garrafas de fabricação nacional.
O número de garrafas de vinho do Porto atingiu 7.429:985, no valor total de 19:175 contos, o que tem certa influência na indústria vidreira.

Pescarias

77. O outro grande produto da exportação, no capítulo das substâncias alimentícias, é constituído por pescarias, e, dentro destas, quase tudo se refere a conservas de peixe, principalmente sardinhas.
As conservas não têm, porém, tanto interesse económico como os produtos vinícolas. Uma parte do que se exporta nas conservas - a folha de Flandres - é totalmente importada, enquanto que as embalagens da exportação vinícola, quer as garrafas, quer os cascos ou pipas, são, na sua quase totalidade, de produtos portugueses.
Dos 586:653 contos de pescarias exportadas em 1946 cerca de 582:000 representam conservas. Dos 4:600 restantes a verba mais importante é constituída por peixe conservado pelo frio, a maior parte do qual é consumido na Argentina.
A indústria da pesca é uma das mais valiosas do País. Emprega grande número de pessoas; tem em certos casos o carácter intermitente, que permite a actividade mista do pescador. Nalgumas zonas ele exerce simultaneamente a faina agrícola em conjunção com a da pesca.
A exportação atingiu cifras importantes. Para os anos que decorreram de 1936 a 1946 pode sumariar-se do modo que segue:

QUADRO LIX

Exportação de conservas de sardinhas

[Ver Quadro na Imagem]