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288-(142) DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 132

Obras de matérias vegetais

82. As obras de matérias animais não têm grande importância, mas as de matérias vegetais aumentaram imenso em relação ao começo do século e ao início da guerra. Parece ter sido a primeira grande guerra que deu origem a certo número de indústrias relacionadas com obras de matérias vegetais, pois que o peso subiu em 1920 para 34:598 toneladas, de 5:200 que era em 1914. Manteve-se em cifras de idêntica ordem de grandeza até 1940. Neste ano atingiu 47:700 toneladas e dobrou para 97:000 em 1946.
As obras de matérias vegetais consistem em cascos ou barris acondicionando bebidas alcoólicas, palitos, madeira serrada e aparelhada para soalho, caixas, madeira em tabuado, fasquiado ou em contraplacado, cortiça em obra, como aglomerados, quadros, discos, rolhas e outras obras, e finalmente em matérias filamentosas como capachos, cordame e outras, incluindo borracha em obra.
É grande, por consequência, a variedade de produtos, mas os que suplantam todos os outros pela sua importância são os de madeira e de cortiça em obra.
A exportação total atingiu 575:803 contos, contra 95:930 em 1938. Houve um aumento no peso de 73:389 toneladas, que se deu sobretudo na madeira e na cortiça.
A indústria de tanoaria está muito dependente da exportação de vinho, e o grande aumento notado em 1946 na madeira em obra é em parte devido à grande exportação de vinhos neste ano.
Também se desenvolveu bastante a exportação de madeira serrada para caixas e barris. Fez-se para a Palestina, Inglaterra e Marrocos.
A fim de esclarecer melhor a importância deste capítulo da exportação, publicam-se a seguir os números para os principais produtos:

QUADRO LXIV

Exportação de manufacturas de origem vegetal

[Ver Quadro na Imagem]

Madeira

83. A exportação de madeira em obra atingiu em 1946 uma grande soma, comparada com as dos anos anteriores.
A média no quinquénio 1935-1939 não passara de 15:762 toneladas, no valor de 6:757 contos, e no de 1940-1944 fora de 24:220 toneladas, na importância de 32:874 contos. Cotejando estes números com os de 1946, nota-se o enorme caminho andado, o qual se não deu apenas no vasilhame para vinhos, mas incidiu sobretudo na madeira para embalagem de citrinos e de outros frutos enviados para Marrocos e Palestina.

Cortiça

84. Na cortiça em obra a exportação em 1946 foi o dobro da média do quinquénio 1940-1944, que andou à roda de 180:000 contos.
O progresso na transformação da cortiça dentro do País tem sido contínuo e benéfico, sem contudo atingir grandes aumentos quando estimado pelo peso dos produtos exportados.
As fábricas portuguesas enviaram em 1935 para fora 10:408 toneladas de produtos, e a média 1935-1939 não chegou a 11:000 toneladas (10:888), que se não afasta muito da média do quinquénio 1940-1944, que se avizinhou de 13:000.
O ano de 1945 representa já um avanço sobre o anterior de cerca de 5:000 toneladas, que é na verdade muito grande e conveniente se puder ser mantido no futuro.
Par dar ideia da importância da transformação da cortiça em bruto em cortiça em obra, basta verificar os valores médios de uma e outra nos dois quinquénios 1935 a 1944.