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288-(140) DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 132

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(a) Inclui 356 toneladas (92 contos) de alfarroba triturada.

Cerca de metade dos valores exportados é formada por amêndoa, em casca e miolo, e castanhas (9:807 contos), incluídas em frutas verdes.
Do resto destaca-se a exportação de azeitonas e tomates de conserva, os figos (frutas secas), o caroço de alfarroba e pouco mais.

79. É até certo ponto paradoxal a baixa exportação de frutas e produtos hortícolas num país extremamente próprio, no dizer dos entendidos, para a sua produção.
Havia mercados antes da guerra que absorviam vastas quantidades destes produtos, como o da Inglaterra. E, apesar das velhas e intensas relações comerciais com este país, nunca conseguimos criar lá condições que pudessem absorver as possibilidades, que realmente existem, da produção hortícola e frutífera nacional.
O motivo não reside certamente na falta de consumo, mas na falta de produção em qualidade própria.
Antes da guerra a Inglaterra importava só em produtos hortícolas e fruta verde cerca de 35 a 40 milhões de libras, distribuídas por maçãs, bananas, pêssegos, grape fruit, limões e limas, laranjas, peras, ameixas, amêndoas e diversos vegetais frescos, incluindo batatas, tomates e outros.
De todos estes produtos o único de origem portuguesa que merece menção são as amêndoas, com 111:212, 89:162 e 187:332 libras, respectivamente em 1935, 1936 e 1937. A Itália e a Espanha suplantavam, neste aspecto, o nosso País.
Na exportação de uvas para a Grã-Bretanha tiveram papel predominante a União Sul-Africana, a Holanda, a Bélgica e a Espanha, com 1.700:000 libras importadas em 1937. No caso de limões e outros citrinos, a Espanha e a Itália eram os principais abastecedores.
As laranjas poderiam ser uma óptima fonte de cambiais. Só em Inglaterra o consumo foi de cerca de 8 milhões de libras (£ 7.955:661) em 1937. Vieram da Palestina (£ 2.550:000), da África do Sul (£ 2.050:000), de outros territórios britânicos (£ 226:000), do Brasil (£ 1.189:000) e de outros países (£ 104:000).
Sabe-se que a cultura dos citrinos em larga escala é recente na Palestina, pois data da outra guerra. No entanto, em vinte anos foi possível organizar a produção e a exportação na grandeza assinalada pelos números acabados de mencionar. A Palestina é, como se viu atrás, um grande importador de caixotaria portuguesa, com que embala as frutas (citrinos) que exporta para Inglaterra e mais países.
Poder-se-iam fazer considerações idênticas a respeito de outros produtos, tais como tomates e cebolas. A Inglaterra importou em 1937 cerca de 1 milhão e meio e libras de cebolas, a maior parte das quais vieram da Holanda (£ 578:000), Espanha (£ 238:000), Egipto (£ 336:000) e de outros países (£ 347:000). De tomates foram por aquele país importados em 1937 perto de 4 milhões e meio de libras esterlinas, de territórios britânicos cerca de metade e o resto da Holanda, Canárias (£ 1.843:000) e outros países (£ 7:000).
Não era difícil que Portugal comparticipasse neste comércio importador inglês, dada a sua balança comercial deficitária com aquele país e as relações políticas e económicas que há tão longos anos existem entre os dois povos. É certo que nos anos mais próximos há-de diminuir muito a importação de frutas e produtos vegetais frescos. Mas a sua crescente importância na alimentação, reconhecida hoje por todos, e o seu consumo cada vez maior hão-de certamente suprir noutros países as falhas que porventura se dêem no consumo inglês.
Ora, Portugal tem condições próprias paia a produção de fruta e vegetais, incluindo citrinos. A Palestina, as Canárias, a Espanha e a Itália, a primeira sobretudo, poderiam servir de exemplo. Não é impossível alargar muito a produção de frutas. Há para isso necessidade de estabelecer um plano de conjunto, convenientemente orientado, com objectivos definidos e adoptado sem transigências de qualquer espécie no que diz respeito a qualidades, a métodos de cultura, a desinfecções, a conservação, a embalagem e outros meios de melhorar o rendimento.
Não há razões especiais que impeçam a exportação anual de umas centenas de milhares de contos em frutas e produtos hortícolas frescos e em conservas.

IV

Equipamento mecânico e eléctrico e transportes

80. Embora tenha havido apreciáveis progressos nas indústrias mecânicas, nunca fomos, nem certamente poderemos ser, um país exportador de equipamento mecânico e eléctrico, pelo menos dentro dos anos mais próximos. O que se produz internamente serve para atender as necessidades da actividade nacional e é já indício seguro de que é possível em certos aspectos alargar muito a produção e evitar por esse modo a vinda de coisas que poderiam ser fabricadas dentro do País. Mas ainda há duas ou três coisas que nos faltam, e talvez que a mais importante seja a técnica. Enquanto não forem atendidas certas circunstâncias, de que se trata largamente noutro lugar, não poderá haver progresso por aí além.
Não tem, pode dizer-se, expressão numérica a exportação desta classe. Em 1946 somou tudo 2:422 toneladas, no valor de 53:800 contos (1:181 contos-ouro). Em 1938 a exportação fora de 10:559 toneladas, mas neste caso a verba mais importante é representada pela venda de um navio de pequeno valor monetário. Anteriormente haviam sido construídos barcos em estaleiros portugueses e em 1934 a exportação atingiu 57:874 con-