O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

288-(146) DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 132

[Ver Quadro na Imagem]

Os artigos para vestuário incluem chapéus, bonés, calçado e outros. Beneficiaram em 1946 de uma larga exportação para a Suécia, que se elevou a mais de 20:000 contos. Os chapéus entraram por esse facto com cerca de 35:000 contos para a balança comercial. Outros países, como a União Sul-Africana e a Suíça, fizeram encomendas de certo interesse, que mostram as possibilidades da indústria chapeleira, se convenientemente organizada. O calçado e os restantes artigos de vestuário têm o seu principal mercado nas províncias ultramarinas.
Também é de notar em 1946 a exportação de mais de 2:000 contos de chapéus de chuva e o envio de algumas partidas de interesse para a Colômbia, a Irlanda e outros países. Há na verdade algumas esperanças na expansão de pequenas indústrias que até agora só viviam do mercado interno.
Os objectos de escritório seguiram quase todos para o ultramar, assim como os fósforos, e, embora a maior parte dos produtos de perfumaria também para lá fosse dirigida, ainda uma parte se encaminhou para o estrangeiro.
Coisa idêntica aconteceu com medicamentas, más a Inglaterra, o Brasil, a França, a Noruega e outros países importaram algumas centenas de milhares de escudos.
Quase todos os vernizes e tintas foram para território português, com excepção do que foi consumido em navios estrangeiros. Dos artigos de ourivesaria e joalharia, além do que foi para a nossa África e Ásia, há importantes saídas para o Brasil e União Sul-Africana, além de outros destinos.
Estamos hoje a exportar brinquedos para diversos países americanos e europeus e esta indústria parece ter tendências e possibilidades de desenvolvimento.
Mais de metade do valor dos artigos de fotografia e cinematografia foi para Espanha. Já constituem parte do intercâmbio cinematográfico que ùltimamente se desenvolveu entre os dois países ibéricos.

As manufacturas diversas, não especificadas, constituídas por muitos artigos, dirigiram-se principalmente para o Império Colonial, mas também seguiram encomendas importantes por via postal para os Estados Unidos e outros países.

A ORIGEM E O DESTINO DO COMÉRCIO EXTERNO PORTUGUÊS

I

O comércio com os principais países

90. A Inglaterra ocupou até há poucos anos o lugar principal no comércio externo português, tanto na importação como na exportação. São conhecidas as causas, que têm sido largamente comentadas através dos tempos. E não vale a pena agora debater um assunto que, filiado em acontecimentos e relações políticas bem conhecidos, tem sido alvo de apreciações de diversa natureza nem sempre serenas e imparciais.
Já na década passada se acentuou uma gradual e lenta deslocação das importações e exportações. A América do Norte, com a sua política de protecção pautal, tem impedido a entrada de produtos manufacturados e vinhos, mas comprava, em relativamente larga escala, a cortiça para a sua indústria transformadora.
Esta matéria-prima e as conservas constituíram por bastante tempo o fundo das nossas exportações para os Estados Unidos da América. Mas a balança comercial com este país foi sempre deficitária.
O Império Colonial, servido por carreiras marítimas portuguesas para as costas Ocidental e Oriental de África, ocupa há muito tempo o primeiro lugar na exportação do labor das indústrias manufactureiras, principalmente nos produtos têxteis, e fornece à metrópole parte de certas matérias-primas de origem vegetal, como as oleaginosas, e ùltimamente o algodão, além de substâncias alimentícias, entre as quais o açúcar.
A influência do Império Colonial na balança de pagamentos não se circunscreve, porém, às relações de permuta de matérias-primas, substâncias alimentícias e produtos manufacturados. Incide também em elevado grau no mercado de cambiais.
Lisboa funcionou sempre como centro de negócios de produtos coloniais: do café, do cacau, das oleaginosas e de muitos outros. Os lucros das transacções ficam na metrópole e deles saem os capitais invertidos depois, no ultramar em empresas e explorações diversas. A balança de pagamentos, sobretudo nos últimos anos, adquire, por esse facto, um reforço de cambiais de grande interesse para a economia nacional.
Em 1946 vieram das províncias ultramarinas 15,1 por cento das nossas importações e mandámos para lá 22,5 por cento das exportações, calculadas pelo valor. Importámos 334:200 toneladas e exportámos cerca de 85:000.
A Inglaterra, os Estados Unidos e o Império Colonial são os três principais vendedores e compradores de mercadorias consumidas internamente ou enviadas para o estrangeiro. Em 1938 e 1946, em percentagens, os números são os seguintes:

QUADRO LXXI

[Ver Quadro na Imagem]