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288-(148) DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 132

A Palestina compra caixas de madeira para embalagem dos seus citrinos, que exporta em largas quantidades. É um cliente relativamente novo, com o saldo positivo para a nossa balança de 53:000 contos. Finalmente a Venezuela vende também óleos minerais e compra pouco.
O saldo negativo mais do que anulou no ano de 1946 o da Palestina. As cifras foram da mesma ordem de grandeza.
Restam os casos da Alemanha e Itália, com as quais mantínhamos largas relações comerciais em 1938 e que desapareceram quase por completo em 1946, por virtude dos acontecimentos conhecidos.
Mas não pode haver dúvidas de que mais cedo ou mais tarde estes dois países virão a reocupar um lugar importante no comércio externo português, tanto no importador como no exportador.
As percentagens para os dois anos são as que seguem:

QUADRO LXXIV

[Ver Quadro na Imagem]

A diminuição na percentagem de importações da Alemanha foi de 16,26 por cento e nas exportações para este país de perto de 13 por cento. Ambas representaram um factor importante no comércio do anteguerra.
Os Estados Unidos foram os principais beneficiários, nas importações, do desaparecimento do mercado alemão, mas não compensaram, em percentagem de valores, o que a Alemanha adquiria.

II

Os saldos da balança comercial

92. O exame em percentagens, que acaba de ser feito, do comércio externo nas suas relações com os principais países necessitaria de ser completado com os números absolutos. Saber quanto em escudos se importou de um e outro dos países atrás citados, de modo a poder determinar-se onde se deram as deslocações mais importantes, para, em seguida, se verificar quais os produtos que a isso deram causa, esclarece mais profundamente a questão.
O quadro que segue tenta dar ideia do conjunto para os diversos países nos anos de 1938 e 1946.
Conjugado com as cifras das percentagens, torna compreensível as principais modificações que resultaram da guerra.

QUADRO LXXV

Importações e exportações

(Valores em contos)

Principais territórios estatísticos

[Ver Quadro na Imagem]

Não houve sensíveis alterações relativamente à natureza de saldos, a não ser no que diz respeito à Espanha e à Bélgica. No primeiro passou a haver déficit em 1946 e no segundo o saldo negativo mudou para positivo.
Já se verificou atrás que as relações da metrópole com as províncias ultramarinas haviam melhorado sensìvelmente. Daí resultou que o déficit da metrópole diminuiu. Com os Estados Unidos e dependências o déficit aumentou cinco vezes e com o Império Britânico o acréscimo foi de duas vezes e meia.
Os números dão ideia do esforço a realizar para diminuir o peso da grande diferença que existe em certos países entre as importações e as exportações.
Embora se possa dizer que estas em 1938 foram talvez um pouco superiores àquilo que os números mostram, em virtude das correcções que haja porventura necessidade de lhes introduzir, como já se explicou acima, os resultados de 1946 exprimem uma muito dolorosa realidade do comércio externo português, como aliás já os de 1938 assinalavam.