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288-(152) DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 132

O que mandou para a metrópole em 1946 vale como indício e abre caminho para futuros desenvolvimentos.

98. A maior exportação de Angola para a metrópole deu-se, porém, nas substâncias alimentícias. Em 1946 mandou 269:706 contos, ou 159:692 toneladas. Os farináceos ocupam por muito o primeiro lugar, com o milho em grão (92:787 toneladas) e o feijão (10:461 toneladas). Os que vieram de Angola em 1946 importaram em 154:510 contos, contra 15:173 em 1938, ou 28:036 toneladas. Foi longo neste aspecto o caminho percorrido, tanto em tonelagem como em valor, o que não é bom sintoma para a agricultura metropolitana.
Mas o que na verdade surpreende é que Angola exporta já para Portugal continental mais pescarias do que dele importa, incluindo conservas. Os números são, respectivamente, 479 toneladas e 2:667 contos para a importação de Angola e 184 toneladas e 1:888 contos para a exportação para Angola. Em valor, os números eram semelhantes em 1938 - 776 contos importados e 616 exportados para lá.
Sabe-se que uma parte importante do açúcar consumido em Portugal é angolano. Da grande província ultramarina vieram 28:400 toneladas em 1938 e um pouco mais de 31:100 em 1946. E há possibilidades de acompanhar, na parte correspondente, o desenvolvimento do consumo metropolitano.
A traços largos, são estas, além do café, as principais importações de Angola. Ainda não são o que poderiam e deveriam ser. A província está no caminho de desenvolvimento, como o atestam as suas cidades do litoral, principalmente Luanda e Lobito. A produção que derivou das necessidades de guerra activou bastante o seu progresso. A província deve dar prioridade à melhoria dos instrumentos produtores e utilizar de preferência as suas reservas monetárias e cambiais na formação de um núcleo de organismos produtivos que possam desafiar em tempos futuros as baixas inevitáveis nos preços e a abundância nos mercados.
Angola tem sofrido crises - algumas inevitáveis, outras que resultaram de incúrias ou erros.
Deve-se evitar a monocultura, aperfeiçoar as indústrias agrícolas, não caminhar demasiadamente longe na industrialização - que é hoje em muitos países uma arma de dois gumes. E sobretudo procurar estreitai-as suas relações comerciais com a metrópole, que ainda é mercado certo, embora modesto, nos tempos de crise.
Há queixumes recíprocos, inevitáveis entre gente da mesma família. Mas o que já há feito em Angola prova a possibilidade de fazer muito mais. A economia de um país novo, com tão variadas características como as de Angola, terá de ser desenvolvida metòdicamente e com base nos recursos da província e nos mercados do Mundo.
É para os mercados externos que Angola terá de mandar no futuro grande parte da sua produção, mas nunca os responsáveis pelo seu desenvolvimento devem esquecer que nos momentos de crise a metrópole é o único e melhor apoio da província.

Exportações

99. Viu-se atrás o que vem de Angola. Convém agora indicar o que para lá mandamos.
Também neste capítulo houve grande progresso. O que se exportou foi além de 23:595 toneladas, no valor de 61:325 contos, em 1938, e atingiu 38:810, no valor de 426:349 contos, em 1946. É muito apreciável este desenvolvimento do comércio com aquela província.
As principais mercadorias, num e noutro daqueles anos, foram:

QUADRO LXXIX

Principais exportações para Angola

[Ver Quadro na Imagem]

Nas matérias-primas pesa o cimento. A exportação deste material foi de 8:243 toneladas em 1938 e 5:735 em 1946. É bem pouco para as possibilidades da metrópole e de Angola.
A ambição de a província vir a construir uma fábrica de cimentos, já planeada, parece ser Justa em vista do desenvolvimento na construção durante os últimos anos e das possibilidades futuras. A metrópole nunca conseguiu, por motivos que conviria indagar, abastecer a província de cimento. Houve sempre importação de outros países. Talvez isso seja devido ao custo de transportes. Impõe-se, contudo, a necessidade do consumo de cimento por preços razoáveis, dadas as obras de utilidade pública que é mister executar, tais como pontes,