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4 DE MARÇO DE 1948 288-(155)

[Ver Quadro na Imagem]

A grande alteração para mais que se deu nas relações entre a metrópole e Moçambique teve lugar na exportação de produtos algodoeiros de lá para cá e de cá para lá. Viu-se atrás que em 1946 importámos 300:000 contos de algodão em caroço e em rama. Vê-se agora que mandámos em troca 232:000 contos de produtos algodoeiros, sem contar com as remessas postais.
A balança comercial quase se equilibrou naquele ano. Houve o saldo positivo a favor da província de um pouco mais de 21:000 contos, que foi sensìvelmente idêntico ao de 1938, ou 18:277 contos.
Também se acentuou em 1946, em relação a 1938, a exportação de certo número de manufacturas diversas especialmente utilizadas em Moçambique, como materiais de construção, entre os quais convém destacar o fibrocimento, a vidraça e outros e obras de ferro e aço.
Também se nota progresso sensível em artigos de papelaria e livros, nos medicamentos e em trabalhos de ourivesaria.

105. Para terminar este curto apanhado das relações comerciais da metrópole com as duas grandes províncias ultramarinas, tão dissemelhantes na sua estrutura económica e tão iguais no amor pátrio, dá-se a seguir um quadro que mostra, em contos, para 1938 e 1946, as características do seu comércio com a metrópole:

QUADRO LXXXII

Comércio com Angola e Moçambique

[Ver Quadro na Imagem]

Nos dois anos mencionados houve sinal negativo na balança comercial da metrópole em relação às duas grandes províncias. Os saldos variaram e representam umas dezenas de milhares de contos que a metrópole para lá manda todos os anos.
Esta diferença é, evidentemente, compensada por encargos de outra natureza que as províncias ultramarinas liquidam por serviços prestados pela metrópole, alguns dos, quais conviria rever no sentido de os tornar menos onerosos, como o caso de fretes marítimos e ainda outros.
É até certo ponto interessante notar o grau de identidade dos quantitativos do que se importa e exporta de Angola e Moçambique. Em 1946 foram da mesma ordem de grandeza, tanto nas importações como nas exportações.
No caso destas últimas houve apenas a diferença de 1:100 contos entre as duas províncias ultramarinas nos dois anos considerados.

IV

A distribuição geográfica do comércio externo português

(1938-1946)

Importação

106. A guerra exerceu, como a irás se disse, forte deslocação nas relações comerciais portuguesas.
Os principais países importadores e exportadores eram a Inglaterra e a Alemanha, que em 1938 recebiam 36,6 por cento das exportações e enviavam 40 por cento das importações.
As dificuldades com que luta a Inglaterra em matéria de produção interna e de cambiais, por um lado, a crise que a Alemanha agora atravessa e a poderosa influência da economia norte-americana no abastecimento europeu, por outro, tiveram como resultado forte desvio do comércio externo português.
A América passou a ser o continente que nele comparticipa em maior grau, seguida pela Europa e África.
A comparação dos valores e a tonelagem relativa aos dois anos que, em especial, têm sido apreciados neste estudo sugerem algumas, reflexões de interesse.
Em 1938 o comércio externo português, tanto da importação como da exportação, fazia-se, em mais de 80 por cento, com a Europa e as províncias ultramarinas. A Europa ocupava, porém, o lugar de principal fornecedor e era neste continente que se consumia a maior parte da exportação.
As coisas modificaram-se profundamente de 1938 para cá. Em 1946 a América mandou cerca de metade da tonelagem importada (51 por cento) e a quota-parte da Europa reduziu-se para menos de um quarto (23,4 por cento). Do mesmo modo as províncias ultramarinas elevaram a sua percentagem, o que é na verdade bastante apreciável, para 13,4 por cento.
As percentagens, relativamente aos valores, não condizem com as do peso, pela razão de se ter deslocado para a América o comércio importante dos carvões, que é bastante volumoso e de valor unitário mais baixo.
Por isso a comparticipação da Europa, em valor, não diminuiu tanto como a do peso. As percentagens são, respectivamente, 39,4 por cento e 38,2 por cento. E o ultramar português aumentou a sua exportação para a metrópole de 10,18 por cento em 1938 para 15,10 por cento em 1946.
As percentagens, em síntese, para a importação dos cinco continentes foram as que vão mencionadas no quadro da página seguinte,