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4 DE MARÇO DE 1948 288-(159)

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(a) Positivo.

A simples leitura dos números demonstra logo que com quase todos os países aumentámos o déficit em. escudos. Deve ter-se em conta a diferença de preços entre 1938 e 1946 para tirar qualquer conclusão relativa ao grau de aumento real, e isso só poderia ser feito pelo exame atento das mercadorias importadas e exportadas.
Com os Estados Unidos o aumento foi considerável e só ele absorveu quase metade do déficit total (2.273:000 contos). Em 1938 não atingia 20 por cento do desequilíbrio, que foi de 1.160:278 contos.
A Inglaterra, que era a nossa principal fornecedora e compradora antes da guerra, viu o seu comércio diminuir bastante. O déficit, que era de mm pouco menos de 15 por cento em 1938, passou em 1946 para, sensìvelmente, 13 por cento. Manteve as compras dentro de limites idênticos aos de 1938.
São estes os dois países com os quais mantemos maior déficit.
Em 1946 os deficits com os Estados Unidos e a Inglaterra, considerando-se neles incluído todo o Império Britânico, Curaçau, a Suécia, a Argentina e a Suíça, somam cerca de 2.384:000 contos, mais do que todo o déficit da balança comercial. Foi para estes seis países que se encaminhou grande parte do comércio importador nacional. Em 1938 os mesmos países não atingiam metade do déficit. Houve, por consequência, um desvio de outros países para aqueles, em parte devido ao desaparecimento da Alemanha como grande exportador para Portugal, de que foram herdeiros os Estados Unidos.

Saldos positivos

112. Com poucas nações temos saldos positivos e quando os temos são em geral bastante pequenos. O somatório dos saldos positivos, incluindo os dos fornecimentos à navegação estrangeira, não passou em 1946 de 684:616 contos. Os principais países que tiveram saldos positivos superiores a 3:000 contos nos dois anos de 1938 e 1946 foram os que seguem:

QUADRO LXXXIX

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(a) Negativo.

O comentário sugerido por estes números leva à conclusão de que Portugal alargou a sua esfera comercial até zonas com as quais em 1938 tinha limitadas relações, como, por exemplo, a Palestina, e que em geral esses novos contactos foram frutíferos, visto na maior parte serem positivos os saldos das trocas entre elas.
Com os países que principalmente exportam para Portugal, como a França, a Suíça, as nações escandinavas, a Inglaterra, os Estados Unidos e outros, mantiveram-se os saldos negativos. O déficit com alguns deles agravou-se em 1946, mas não foi tão grande o desequilíbrio no conjunto por terem aparecido novos compradores de mercadorias portuguesas em diversas partes do Globo.
Há vantagem em intensificar, tanto quanto possível, estas novas relações comerciais e dar preferência nelas à compra dos produtos de consumo interno. Mas nalgumas há possibilidades de colocação de produtos nacionais, principalmente conservas e cortiça em obra, que conviria explorar.

CONCLUSÕES GERAIS

1. A discussão do comércio externo que acaba de ser feita, rola a vá ao longo período de quarenta e seis anos de uma maneira geral e aos anos de 1938 e 1940 em pormenor mostra-nos os pontos mais débeis da economia nacional.
Publica-se no fim do parecer um rápido addendum relativo ao comércio externo de 1947, o qual, já composto, teve de ser alterado por virtude da vinda de alguns elementos que o completam. Ele confirma as conclusões que seguem.
Não é fácil deduzir dos números, com exactidão, a influência do déficit da balança comercial na balança de pagamentos, por ter havido um longo período em que os valores da exportação se não ajustavam à verdade. Contudo, as correcções introduzidas nos últimos dez anos permitem supor que agora os valores se aproximam da realidade, dentro dos limites que usualmente se aplicam na estatística.
Não é possível, por estas razões, come era desejo de quem escreve, mostrar, em súmula e com exactidão, a influência dos saldos negativos na nossa vida social durante o último meio século. Ela deveria ter sido, porém, muito grande e concorreu, sem sombra de dúvida, para o baixo nível de vida que durante tanto anos prevaleceu e ainda prevalece em muitas zonas do País.
As causas basilares dos deficits da balança comercial filiam-se principalmente na insuficiência da produção