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288-(156) DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 132

QUADRO LXXXIII

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Este acentuado desvio das importações foi acelerado pela guerra. Já ele se notava no período anterior, embora a progressão fosse lenta, mas os esforços, feitos pela Alemanha para aumentar a sua quota-parte no abastecimento do País obstavam a que o fenómeno se acentuasse. O desaparecimento deste país da concorrência há-de contribuir para manter o actual estado de coisas.
Por outro lado, as dificuldades opostas pelos Estados Unidos à entrada de mercadorias do exterior e, no que diz respeito ao comércio nacional, dos vinhos e cortiça em obra impediam, e ainda impedem, a natural tendência para maiores relações com os países atlânticos no conjunto.
Apesar disso, a partir de 1938 acelerou-se a progressão. Os próprios Estados Unidos passaram a comparticipar em muito maior escala no comércio nacional, incluindo o da exportação. Em percentagem do valor as modificações que &e deram no comércio importador e exportador, reunidos, podem deduzir-se do quadro que segue e que se refere aos principais países:

QUADRO LXXXIV

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A guerra operou alteração considerável nas relações comerciais de Portugal. Os territórios que beneficiaram desse desvio foram os Estados Unidos, com um aumento na percentagem de 11,5 por cento, e o Império Colonial Português, com o aumento de 7,2 por cento no total do comércio externo português.
As diminuições sofridas pela Alemanha, Inglaterra e outros países europeus foram beneficiar especialmente aqueles dois territórios e um pouco o Brasil e a Suíça. É notável o incremento do comércio com este último país, apesar das dificuldades de transportes. Contudo, parece não poder manter-se o ganho do passado.

Exportação

107. Vale a pena comparar o caminho seguido pelas exportações desde 1938 e compará-lo com a origem das importações. Verifica-se claramente que u Europa comprou bastante mais do que vendeu, relativamente a outros continentes.
Até certo ponto pode surpreender esto facto, porque a penúria de cambiais no período de após guerra, tão conhecida, limitou muito o seu poder de aquisição. Mas, por outro lado, era, e é, grande a carência de mercadorias neste continente, algumas de imediato consumo. Daí derivaram, em parte, as compras feitas em 1946, apesar de grandes dificuldades financeiras.
A Europa comprou em 1946 bastante mais a Portugal do que a América, não obstante este continente lhe ter vendido muito mais.
As percentagens para as exportações em 1938 e 1946, por continentes, são as que vão mencionadas no quadro seguinte.

QUADRO LXXXV

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Nota-se a grande percentagem em peso (60 por cento) das mercadorias enviadas para a Europa em relação ao seu valor (43,1 por cento). Isto deve-se a este continente ter consumido em 1946 a maior parte das matérias-primas pobres exportadas pelo País, como pirites e outras, todas de valor relativamente baixo.
Também se verifica que a América, principal fornecedor de Portugal em 1946, apenas tomou 27,2 por cento das suas exportações, menos 15,9 por cento do que a Europa, apesar do saldo positivo do mercado brasileiro.
A questão merece ser vista com grande cuidado, não apenas pelo que ela significa sob o ponto de vista financeiro - um desvio para o continente americano das economias nacionais -, mas até por possíveis dificuldades no futuro com as nações europeias.