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4 DE MARÇO DE 1948 288-(119)

É notável a semelhança das (percentagens da produção de triga no Alentejo em relação ao resto do País. Anda, nos treze anos examinados, à roda de 60 por cento. Só em 1945 desceu a 56,8 por cento.
No ano da máxima percentagem do Alentejo - o de 1942 - ela não vai além de 64,5 por cento, que é, contudo, vizinha de dois terços da produção total.
Nos anos que se seguiram a 1934 o distrito com maiores colheitas depois dos do Alentejo foi Santarém, mas nos últimos anos, a partir de 1940, Lisboa suplanta-o quase sempre.
Os distritos de Setúbal e Faro têm produções da mesma ordem de grandeza em quase todos os anos a partir de 1936 - antes disso as de Setúbal eram sensìvelmente maiores.
Bragança produz mais do que Castelo Branco, mas um e outro só foram uma ou duas vezes além de 20:000 toneladas por colheita e a não ser nos anos maus, como os de 1936, 1937 e 1940, os produções oscilam entre 12:000 e 15:000 em cada um dos distritos.
O resto do País quase não conta.
A questão do trigo é essencialmente uma questão alentejana e está ligada à economia daquela vasta província.
Tem grandes reflexos na vida demográfica de todo o País, porque a cultura extensiva impede a intensificação populacional.
Os distritos alentejanos são os de menor densidade demográfica. Por isso ela é de fundamental importância para o País e urge estudá-la cuidadosamente.

Outros produtos farináceos

40. Mas, além do trago, as importações acusam elevada tonelagem de outros produtos farináceos. Entre eles merecem relevo especial os diversos tipos de farinhas e o milho em grão.
O quadro XXIX dá ideia, da importância dos farináceos na balança comercial em 1938 e 1946.

QUADRO XXIX

Importação de farináceos

[Ver Quadro na Imagem]

41. Os números apontados acima, indicativos da importação de substâncias alimentícias, exprimem, melancòlicamente, factos desoladores da nossa ineficiência agrícola.
Importaram-se 74:000 contos de batatas, mais cerca de 68:000 contos do que em 1938. Qual a razão?
É evidente que há dentro do País possibilidades vastas para a produção de batatas para consumo interno. Melhores culturas, mais aperfeiçoados meios de conservar o tubérculo e incentivos à produção são a base do desenvolvimento desta indústria agrícola - que aliás se pratica em quase todo o nosso território.
Contudo, o que se passou em 1947 indica não estar organizado o seu consumo.
A impressão que o exame das importações deixa é a de confusão. Não houve nina directriz que orientasse os importadores. E daí resultou considerável desequilíbrio comercial, em parte devido à compra de coisas que se poderiam dispensar ou adquirir em melhores condições.
Um dos casos mais salientes é o da importação de massas para sopas. Vieram em 1946 do estrangeiro 98:500 contos, ou 15:600 toneladas. Em 1938 a importação fora apenas de 77 toneladas, no valor de menos de 300 contos. E o exame do tipo de massas para sopas importadas mostra logo serem artigos de luxo. O caso da farinha para caldos é idêntico. De 172 toneladas em 1938, no valor de 651 contos, a importação em 1946 passou para 11:710 toneladas, no valor de 44:064 contos.

42. A importação de farináceos atingiu 412:730 toneladas, no valor de 952:409 contos, soma bastante alta para um país considerado essencialmente agrícola. Havia sido cerca de 45 por cento em tonelagem e 17 por cento apenas em valor em 1938.
Fomos tributários da América do Norte e do Sul de grande parte desta elevada soma, principalmente dos Estados Unidos, Argentina e Canadá. Da Europa vieram as batatas e da África algum milho, o feijão, e outros produtos de menor valia.
A origem dos farináceos é a seguinte: Angola manda-nos géneros pobres, milho, feijão e um pouco de arroz. Além do trigo, as mercadorias caras, como as massas para sopas, a farinha para caldos e a farinha de trigo, vêm principalmente dos Estados Unidos e, em menor quantidade, da Argentina, Canadá e Brasil. Com os produtos do trigo gastaram-se em 1946 as seguintes importâncias:

Contos

Farinha de trigo ............. 61:462
Farinha para caldos .......... 44:064
Massas para sopas ............ 98:748
Trigo em grão ................ 390:376
Total .......... 594:650

De produtos de trigo importaram-se neste ano 204:751 toneladas, das quais 156:050 eram trigo em grão, contra