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4 DE MARÇO DE 1948 288-(121)

das quais pertenciam ao bacalhau 43:048, número parecido com o de 1926, que foi de 43:803 toneladas.
A diminuição no consumo de bacalhau que os números assinalam não é certamente devida apenas à guerra. Deve também derivar da elevação gradual do preço, que o torna cada vez menos acessível às classes mais pobres. E isso será um bem se este alimento for substituído por outro de mais valor nutritivo e higiénico, como peixe fresco, obtido tia pesca costeira. Mas os números de 1947 hão-de trazer nova subida.
Tem havido sensível progresso no quantitativo de bacalhau pescado por navios nacionais. A indústria desenvolveu-se bastante nos últimos tempos e a frota nacional aumentou muito.
Os navios portugueses pescaram 9:569 toneladas em 1938, quase o dobro de 1934. Neste ano a pesca havia sido de 4:528. Houve aumento na pesca a partir de 1938. Os números em toneladas reduzidos a bacalhau seco, para a importação, pesca nacional e consumo provável, são os seguintes l:

QUADRO XXXI

Consumo provável de bacalhau

[Ver Quadro na Imagem]

Assinalam-se no quadro duas coisas muito importantes e ambas benéficas. A primeira é o constante aumento da pesca nacional.
A média pescada no quinquénio 1939-1943 foi quase o dobro da do quinquénio anterior: 14:753 toneladas, contra 7:517. E, apesar das dificuldades, o progresso aumentou.
A segunda é a baixa contínua na importação, que do número máximo de 49:106 toneladas, em 1936, desceu para 16:333, em 1946. A média da importação passou de 39:244 toneladas para 16:341.
Estas modificações tiveram sensíveis reflexos no consumo e na exportação.
Se os números dizem a verdade, o consumo deve ter diminuído para cerca de 33:000 toneladas no quinquénio 1940-1944. E não parece ter aumentado depois da guerra, dada a baixa importação.
Esta baixa no consumo, se, como acima se disse, for acompanhada pela substituição do bacalhau seco por peixe fresco, parece dever ser um bem, no dizer dos higienistas. Em todo o caso, o preço deve já hoje limitar o consumo deste alimento, que não pode ser extensivamente utilizado por todas as classes.

Diversas substâncias alimentícias

46. Além dos farináceos e das pescarias, importam-se variados alimentos, de origem ultramarina ou de outras, que pesam sensìvelmente na balança comercial. Os mais importantes são o açúcar, os óleos alimentares, as especiarias, o chá e o café, o cacau e, ùltimamente, a carne e a manteiga.
O quadro XXXII exprime a importância destes produtos nos anos de 1938 e 1946.

QUADRO XXXII

Importação de diversos produtos alimentares

[Ver Quadro na Imagem]

Nota-se que o açúcar é de todos o mais importante, embora seja ainda muito baixo o seu consumo em Portugal. Vinha todo, pràticamente, dos domínios ultramarinos. Mas em 1947 houve importações de outras proveniências, o que é, seguramente, um mal.
A média da importação de açúcar em 1930-1939 foi de 68:841 toneladas, no valor de 80:267 contos, e no quinquénio 1940-1944 subiu para 73:608 toneladas, no valor de 106:318 contos. A importação de 194o desceu para 72:536 toneladas, mais baixa que a média do quinquénio anterior. A subida de 1946 não representa progresso sensível, nem em relação ao ano anterior nem ao de 1938.
O País deve estar preparado para muito maiores importações de açúcar, que é alimento de alto valor calorífico, porque o consumo actual ainda é muito pequeno.
A importação de perto de 1:000 toneladas de azeite em 1946 teve contrapartida na exportação para o Brasil.
O País, depois de abastecido, tem possibilidades de exportar logo que entrem em produção as grandes plantações feitas nos últimos tempos.
Há ainda duas mercadorias incluídas na lista acima transcrita com tendência pira grande aumento, que são as carnes e as forragens, uma e outra ìntimamente relacionadas.
A questão das carnes tem sido muito discutida ùltimamente, e a sua importação acentuou-se em 1947. Se não for convenientemente estudada e resolvida, ameaça

1 Revista do Centro de Estudos Económicos n.º 2, p. 166