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434 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 75

vir do pessoal da Armada, todos os sacrifícios da Nação pura dotar eficazmente a sua marinha militar, e deixar consignada ao ilustre titular da pasta da Marinha a admiração que lhe consagram todos os que têm a honra de servir na corporação a que pertence, fazendo justiça ao seu anseio de a elevar ao nível que merece, que tradicionalmente lhe compete e que ao País convém que inteiramente atinja. Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Bartolomeu Gromicho: - Sr. Presidente: pode parecer estranho que ou, que não sou economista, suba a esta tribuna para comparticipar na discussão do momentoso aviso prévio apresentado a esta Câmara, pelo ilustre e tão autorizado Deputado Sr. Engenheiro Mendes do Amaral.
Depois de compreensíveis hesitações, deliberei vir trazer a ainda modesta achega para liquidar uma dívida a certo imperativo de consciência.
Realmente não trago estatísticas nem críticas acerca das realizações operadas por impulso e à sombra da Lei n.º 1:914, de 24 de Maio de 1935.
Oradores abalizados o tom feito com o conhecimento minucioso o completo de causa.
Do resto, o que foram essas extraordinárias realizações num período relativamente curto de quinze anos, em que se investiram para cima de uma dúzia de milhões de contos, sabe-o o Pais em peso e aprecia-o a Nação, que lhe está colhendo o usufruindo os seus magníficos resultados.
Só bem entendi o alcance do aviso prévio em debate, ele destina-se em parte a uma revisão e apreciação parlamentar da vasta obra realizada, mas principalmente a traçar directrizes do futuro com base na experiência do passado.
Ora a Lei n.º 1:914, na sua intenção e na sua execução, foi mais do que uma lei restrita de fomento económico. Foi essencialmente uma lei de reconstrução nacional. E assim se explica a diversidade de sectores em que a sua acção se fez sentir magnânimamente.
No sector económico avultam as obras, nunca demais citadas da rede de estradas, portos, hidráulica agrícola, melhoramentos rurais, colonização interna, electrificação em plano nacional, repovoamento florestal, etc.
No apetrechamento escolar do Pais basta citar a obra formidável da rode de liceus e o Plano dos Centenários de escolas primárias, que avolumam e se espalham de Norte a Sul.
Nestes e noutros edifícios de utilidade pública foram despendidos, como aqui já foi afirmado, 1.600:000 contos.
Está quase no seu termo o plano dos liceus; encontra-se muito avançada a construção de escolas primárias teve já o seu inicio a construção de escolas industriais.
Todo este belo recente passado, em projecção acentuada no presente, inocula-nos no espírito a esperança de que a obra encetada, e já executada em tão largas proporções, possa ser prolongada e concluída num próximo futuro.
Nenhumas dúvidas nos assaltariam se não fosse a hora incerta que vivemos no campo internacional.
Confiemos em Deus que esta hora tormentosa passe e permita que Portugal continue a trilhar o caminho seguro que o levo à completa prosperidade.
E, quando digo completa prosperidade, tenho em mente o lema, ou o limite, que a Revolução Nacional se impôs de dar um lar e pão a todos os portugueses válidos e amparo cristão a todos os desfavorecidos da sorte e da fortuna.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: dentro do segundo objectivo do aviso prévio - as directrizes do futuro -, permito-me, como alentejano, reforçar o que tão judiciosamente foi há dias exposto pelo distinto Deputado Sr. Matos Taquenho no que respeita à irrigação do Alentejo.

esde menino o moço que ouço falar na decantada irrigação do Alentejo.
Assim este primacial problema tivesse o feliz desencantamento do desaparecido mito da ponte sobre o Tejo.
O que se tem operado no domínio da hidráulica agrícola é simplesmente assombroso - no já efectuado o no que está em via de conclusão.
Mas, quando atentamos no mapa das províncias do Alentejo, hemos de reconhecer que as belas obras em conclusão ou em breve início se localizam todas na periferia dessa província das searas, dos montados e, por vezes, da desolação.
Barragens do vale do Sado, de Silves, de Idanha-a-Nova o, brevemente, do Ribatejo são só por si obras que honram o Governo e a Nação o dão a justa medida do que pode a engenharia portuguesa ao serviço de uma grande causa.
No Alentejo, porém, que há neste sector? Há alguns projectos, é certo; mas não pé vislumbra no momento qualquer esboço de gesto do execução.
Não se tom dito aqui nesta tribuna - eu próprio o ano passado acentuei, embora sem nenhuma autoridade (não apoiados) - que as crises periódicas do Alentejo, tratadas em aviso previu, só virão a ter o sua maior e mais adequada solução no dia em que a cultura de se queira for substituída, nas zonas para isso apropriadas, pelo regime de regadio? Porque se espera?
Não é do conhecimento das estações competentes que as três pequenas barragens particulares daquela região são um índice do que convém construir em larga escala?
Não será absurdo que falte periodicamente, direi melhor, perigosamente, o trabalho, desde tempos imemoriais, numa província rica de solo, que em extensão valo um terço do País o em população é a mais rarefeita do continente?
Há neste momento milhares de braços inactivos, milhares de olhos perscrutando as vastas campinas em busca do abençoado pão, ò pão do trabalho, que não vislumbram.
Ha que enfrentar com decisão o problema do fomento hidroagrícola, para que, em vez da desnecessária emigração, que será útil de outras províncias superpopuladas, se faça naquela vasta e rica torra do Alentejo a migração racional e bem orientada, de molde a levar a felicidade a milhares de lares e a prosperidade produtiva, que enriquecerá mais a Nação.
Seria estultícia da minha parte supor que trago novidade a esta Assembleia ou ao Governo, mas julgo do meu dever, mais que do Deputado, de homem que vive e sente o pulsar da sua província e os anseios da população alentejana, de insistir calorosamente, de gritar, se tanto for necessário, pela solução do problema hidroagrícola, ato hoje moura encantada dos dilatados planos alentejanos.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: peço licença para abordar outro aspecto do «caso Alentejo» para ser considerado nos futuros planos de trabalho a elaborar: as estradas da rainha província e em particular as do meu distrito.