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150 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 119

guerra e de os confrontar com os elementos correspondentes da população a que dizem respeito creio que será levado a tirar as seguintes conclusões, a primeira das quais muito estranha, de facto, e em contradição com os aumentos substancias verificados em vários sectores da produção nacional.

Estimativa provisória do rendimento nacional português efectuada em cumprimento do artigo 9.º da Lei n.º 2:045
Unidade: 1.000:000 escudos
Rubricas 1938 1047 1048 1949 1900 00

[ver tabela na imagem]

(a) Estimativas baseadas em dados incompletos o sujeitos a correcção.
(b) População estimada para o meio do ano, em função do censo anterior, excepto para 1950, em que se tomou já a população apurada polo censo desse ano.
(c) Segundo os índices anuais médios do custo de Tida em Lisboa.

Rendimento nacional ao custo dos factores em 1938 por cada pessoa empregada ou vivendo da respectiva actividade (asando a distribuição por profissões do censo de 1940):

Agricultura, silvicultura e pecuária-2.350*90: Pesca -3.743*;
Indústrias extractivas e transformadoras - 9.327*70 (ou 12.601*, consoante o que se tiver entendido por indústrias transformadoras e serviços).

Nota. - As duas últimas rubricas do quadro, bom como a observação final fora deste, foram estabelecidas com base em elementos que não sei só serão concordantes com os critérios seguidos na elaboração da estimativa do rendimento. Não pude, porém, adoptar outros por o Ministério das Finança» não ter fornecido com o seu quadro quaisquer pormenores sobre a orientação geral que presidiu à respectiva elaboração.

1.º Que o rendimento nacional parece não só não ter aumentado efectivamente no seu conjunto como ter baixado muito sensivelmente a respectiva capitação de 1938 para cá (cerca de 12 por cento);

2.º Que o rendimento nacional se distribui presentemente quase na mesma proporção pelas seguintes ordens de actividades: agricultura e silvicultura; pesca, indústrias extractivas e transformadoras; outras actividades;

3.º Que, tendo em atenção o número de pessoas que se empregavam nos trabalhos da exploração da terra e na indústria, a capitação do rendimento desta era, pelo menos, cerca de quatro vexes maior que a daquela à data do último apuramento que se conhece das profissões (censo de 1940).

Estas três impressões, além da sua manifesta relevância, julgo bastarem para definir a nossa panorâmica económica actual - em tempo de paz e ainda sem grandes despesas de rearmamento - e nos fazerem meditar, só por si, e muito seriamente, nos cuidados que o aumento da produção nos deve merecer nos anos mais próximos.

Por outro lado, não parecem também ser melhores os horizontes da política internacional, dominada fundamentalmente por dois receios: ou o de uma guerra que tudo arrase, ou o de uma inflação perigosa - como consequência de um rearmamento preventivo, por tempo indefinido -, que acabe por pôr em risco as mais sólidas economias mundiais.

E neste quadro portanto, e quando vemos - como há poucos dias vimos ainda, a propósito da organização da defesa nacional - os próprios peritos militares preocupados com o equilíbrio dos termos do binómio potencial económico-potencial militar, como base indispensável dessa defesa, e afirmar - como se fez no respectivo parecer da Câmara Corporativa- que anda à volta de quatro mil o número de produtos de indústrias de paz que podem classificar-se como estratégicos, que nós vamos decidir - reparem V V. Ex.ªs também, pela terceira vez em menos de quinze anos! - sobre uma matéria de interesse vital para o futuro da indústria portuguesa : o da revisão do seu regime de condicionamento!
Como todos nós sabemos, a economia de um país - e a indústria não foge a essa regra, antes pelo contrário- é algo de muito melindroso e complexo, que se não constrói de um momento para outro, mas ao longo de muitos anos, à custa de um trabalho insano e de uma orientação perseverante, que tenham tido em conta as realidades dos vários condicionalismos que caracterizam esse mesmo país.

Quer isso dizer que sé deve ser sempre muito prudente no estudo dos caminhos que em tal matéria convém seguir e que, escolhidos estes, se devem evitar constantes mudanças de rumo, que muitas vezes pouco resolvem ou resolvem mal, até porque chega a não haver tempo de formar uma ideia, impessoal e desapaixonada, dos benefícios ou malefícios do rumo anterior.

«Estudar na dúvida e realizar na fé» foi conselho que nos deu alguém que muito bem nos conhece nas nossas qualidades e defeitos.

A sombra desse lema e de doutrinas e orientações específicas -claramente definidas e firmemente defendidas contra tudo e contra todos, mesmo nas horas mais críticas - executaram-se tarefas definitivas magníficas em matéria financeira, de política externa, de reer-