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4 DE MARÇO DE 1962 379

Precisamos de enaltecer a comoção rural e de premiar, o seu contágio.
Em todos estes domínios a vontade e o capital dos particulares não devem negar o seu concurso, antes virão a tirar, além do lucro real, o lucro da tranquilidade social, que lhes deve parecer, ao menos, o melhor nos tempos que vão correndo.
O Estado entrará na justa medida das suas possibilidades, calculada serenamente, som atropelos da técnica do fomento à técnica do pagamento.
Ë importante considerar as forças do Tesouro até às linhas dos seus limites, para dentro deles, sem euforias prejudiciais, compor os grandes e os pequenos quadros de acção.
Tem-se dito que a agricultura constitui o mais poderoso esteio da nossa economia, aquele que ocupa mais de metade dos trabalhadores portugueses e mais enche o volume das nossas exportações.
É de crer que ao Estado, no capítulo de assistência técnica e financeira à lavoura, caiba o maior quinhão de actividade. É então para desejar que essa assistência se afirme e traduza cada vez mais em realidades produtivas. Informar, ensinar, auxiliar o agricultor, pondo-lhe à disposição técnicos capazes, meios de observação, resultados de experiências, créditos suficientes, é, sem dúvida, uma grande e necessária tarefa licitamente posta, à consideração e à determinação dos Poderes Públicos.
Através da lei dos melhoramentos agrícolas muito se tem feito, como ficou demonstrado com a exposição dos números que citei, e não é justo esconder ou esquecer os passos seguramente ciados com a montagem de estações agrárias, de postos agrícolas, de campos de experiências e de casais-tipos, mas há, na verdade, que criar o espírito de evangelização agronómica num corpo de técnicos apóstolos, que se misturem com os lavradores e agricultores e com eles sofram e resolvam as dúvidas o as incertezas da terra, aplicando métodos já ensaiados, indicando medidas de emergência, evitando a tempo os erros, corrigindo a horas as imperfeições, ou recolhendo dados e observações para enfrentar as nossas dificuldades e as nossas contrariedades. O nosso agricultor é pertinaz, não tem repugnância pelas inovações seguras, e possui, em alto grau, a crença no valor da terra, o que é extremamente importante. Urge aproveitar, polarizar e estimular estas qualidades essenciais e pô-las ao serviço da batalha pela nossa emancipação dos produtores externos, que nos custam, por vezes, muito caro em divisas difíceis de mobilizar.
Pelos dois mapas seguintes, que me foram directamente fornecidos pelos serviços do Instituto Nacional de Estatística, poderá ver-se em que medida dependemos dos territórios ultramarinos e do estrangeiro.

Subsistências

(Toneladas)

[Ver Tabela na Imagem]

Estes elementos foram calculados somando a 2.ª, 3.ª e 4.ª secções da classe IV e subtraindo-lhe os artigos seguintes: 603, 608, 614, 615, 616, 617, 619, 619-A, 620, 621, 622, 623, 624, 625, 626, 630, 631, 637, 639, 640, 611, 642, 643, 644, 645 e 646, 579 e 581 (biscoitos e bolachas, caramelos, chocolate, conservas alimentícias de peixe, idem não especificadas, extractos de malte, farinha de peixe, forragens, frutas frescas, gelatinas, glucoses, gorduras alimentícias não especificadas, leite em pó, maltose, lactose, etc., melaço, óleo de coco, presunto, queijo, chicórias não preparadas, idem preparadas, substâncias não especificadas, sumo de frutas, uvas, vinagre, xaropes), 579 (cercais, excepto trigo e milho) e 581 (farináccos, lentilhas e cevadinha).

A mercadoria preponderante em peso e valor foi o trigo, cujas importações nos diferentes anos foram as seguintes:

[Ver Tabela na Imagem]