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17 DE ABRIL DE 1952 711

simbra, Setúbal, Palmela, Seixal, Almada, Barreiro e Moita.
Desta maneira verifica-se que o II Serviço concluiu o inquérito agrícola e florestal em cento e três concelhos.

III SERVIÇO. - Inquérito e carta pecuária:

Relatórios concluídos: concelhos de Vila do Bispo, Algezur, Lagos, Monchique, Portimão, Silves, Lagoa, Albufeira, Loulé, Faro, Alportel, Olhão, Tavira, Vila Real de Santo António, Castro Marim e Alcoutim.
Relatórios em curso: Mértola e Almodôvar.
Resumindo: a tarefa realizada pelo III Serviço, forçosamente diminuta pela escassez de meios, postos à sua disposição, foi a seguinte: concelhos concluídos, 16; concelhos em curso, 2.

IV SERVIÇO. - Amostragem:

Encontra-se concluída a amostragem em toda a província do Algarve, abrangendo 530 amostras, que definem uma área de 507:000 hectares.
O IV Serviço também realizou a planificação da amostragem nas províncias do Minho, Alto Alentejo e Baixo Alentejo e o enquadramento das amostras nas fotografias aéreas respeitantes ao Alto Alentejo.

V SERVIÇO. - Ordenamentos:

a) Cartas de solos:

Encontra-se concluído o estudo dos solos em toda a província do Algarve, compreendendo a superfície de 507:000 hectares.

b) Ordenamento:

Está terminado o trabalho de campo do ordenamento em toda a província do Algarve, embora se esteja ainda a proceder a uma última revisão em sete concelhos.
E o que poderemos antever, como resultados fundamentais para o progresso agrícola e florestal do nosso país, logo que estejam concluídos os estudos do Plano de Fomento Agrário (P. F. A.), base do racional planeamento da nossa agricultura?
Considero, pelos resultados parciais já do meu conhecimento, resultados apoiados em longos e minuciosos estudos técnicos, agrícolas, florestais e pecuários, levados a cabo pelas estações e postos agrários, postos experimentais de culturas de sequeiro e de regadio, serviços florestais, pecuários e de colonização interna e estabelecimentos de investigação científica do departamento de agricultura, e que os serviços do Plano de Fomento Agrário tem vindo a confirmar e a ordenar, que, de facto, poderemos antever reais possibilidades de acréscimo do nível de existência do povo português.
E, para tal, não haverá necessidade de incomportável recurso a capitais de investimento. Bastará que sejam dadas à lavoura apenas as necessárias condições para um trabalho contínuo de valorização da terra. Digamos mesmo que, antes de terminadas certas obras naturalmente morosas, nos domínios da produção de energia e de extensificação do regadio, deverão realizar-se, paralelamente, campanhas de valorização do sequeiro, intensificando a cultura cerealífera e estimulando ao máximo a criação de gado, bem como levando a cabo o repovoamento florestal do Sul do País com espécies adequadas de rápido crescimento. Assim se conseguirão anular algumas, deficiências alimentares da grei e criar condições favoráveis para o estabelecimento de indústrias complementares das actividades agrícolas e florestais, anulando os efeitos desastrosos das crises cíclicas dos assalariados rurais.
Poderemos reduzir ao seguinte esquema as directrizes a seguir para se atingirem os fins enunciados:
Melhor compartimentação da paisagem agrária do Sul, divulgando o povoamento florestal nas terras impróprias para a cultura cerealífera e forraginosa, e, como consequência, o estabelecimento de indústrias transformadores das matérias-primas, originadas por esta extensificação florestal;
Fomento da produção forraginosa e extensificação da área de pastagens naturais. Consequências:

a) Fomento da produção pecuária: mais e melhor gado, mais matéria orgânica restituível aos solos e maior fertilidade;
c) Maior produção unitária de cereal panificável.

A existência de mais e melhor gado e maior produção imitaria de cereal panificável permitirão um maior rendimento agrícola, mais e mais elevados salários, maior poder de compra, desenvolvimento do comércio e indústria e, como consequência, maior emprego de mão-de-obra nestes misteres.
A produção de mais e melhor gado e, consequentemente, maiores possibilidades de proteína animal, conjugadas com maior rendimento agrícola e maior poder de compra do povo português, facultarão, como resultado final, um regime alimentar equilibrado da grei.
Para se conseguir os objectivos sinteticamente referidos será necessário decerto reduzir nas paragens do Sul a área dedicada actualmente à cultura frumentária - mais de uma centena de milhares de hectares de terrenos delgados e esqueléticos, que a carta dos solos facilmente demarcará.
Mas no Norte e Centro litorais, em perfeito equilíbrio com a cultura forraginosa e com a bouça, voltará o trigo a dominar na sua região eleita. Regressará também este cereal «s férteis várzeas das bacias hidrográficas do Minho e do Douro è Beira litorais, com o ensejo de culturas melhoradoras, como a beterraba sacarina e outras, bem como o milho do restivo, na sequência de rotações e sucessões de elevada intensidade agrária.
A divulgação larga da ensilagem económica, em trincheiras, completará o esquema enunciado. E não haverá que temer então que se verifique a necessidade, que já hoje se antevê, do deslocamento da cultura orizícola, pelo menos, das terras menos aptas para as bacias hidrográficas do Tejo, do Sado e, de futuro, do Guadiana, visto ser possível realizar outros cultivos mais interessantes para a economia do lavrador e com grau de vantagem para o consumidor, que assim poderá obter este cereal com uma redução apreciável de preço. Este tenderá a nivelar-se com o preço do mercado internacional, facultando-nos uma possível exportação quando se verifiquem excessos que não se justifique manter para a campanha imediata.
Neste melhor ordenamento cerealífero será muito possível que o centeio, que hoje recobre terras abruptas facilmente erosionáveis das Beiras e Trás-os-Montes, se desloque, com vantagem, para certas manchas alentejanas onde seja de aconselhar a manutenção da cultura cerealífera, mas onde hoje, teimosamente, se queimam ainda seareiros de trigo, num jogo miserável de roleta agrária.
Quanto ao milho de regadio, as formas híbridas e outras melhoradas constituirão o necessário complemento do trigo e do centeio na confecção de um pão nacional, dando ao mesmo tempo forragem abundante para o gado. De resto, é esta a mais valiosa utilização que é hoje dada ao milho nos países mais progressivos. Assim, nos Estados Unidos da América - o maior produtor mundial de milho - 90 por cento da produção deste ce-