160 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 182
ali encontrarão, graças à Providência, remédio para os seus inales, atinja o seu Min, entrando em franca actividade.
Sr. Presidente: a V. Exa. peço me seja permitido deixar aqui um pequeno apontamento, referenciado a uma instituição de caridade e assistência que à criança vim prestando uma assistência médico-cirúrgica de alto valor, com reconhecimento carinhoso e sincero do povo portuense, que sabe apreciar e louvar o bem que pratica e distribui em favor da saúde e da vida de seus filhos.
Quero referir-me ao Hospital de Crianças Maria Pia, notável instituto, que à custa de sacrifícios vem realizando obra de vasta projecção na medicina infantil, cujos reflexos se hão-de sentir intensamente pelas gerações que recuperaram saúde e alegria dentro de estabelecimento hospitalar tão digno de admiração.
Quem uma vez tenha aproveitado a oportunidade de visitar o Hospital de Crianças Maria Pia ficará rendido em face em que é permitido observar ao percorrer as mais modernas instalações, dotadas das melhores condições de higiene e asseio, possuidoras dos meios e requisitos mais modernos para exercício profissional dos que ali exercem a sua actividade, em ambiente tão carinhoso e tão belo. Os seus 157 leitos estão sempre ocupados por pequeninos doentes, nada lhes faltando paru. com a bênção de Deus e a sabedoria do seu corpo clínico, tão carinhoso como amigo, debelar os inales de que sofrem.
Na primorosa e delicada simplicidade das suas instalações, constantemente melhoradas; no amoroso acolhimento com que os pequeninos doente são recebidos e tratados pelas santas senhoras, irmãs de caridade, que galvanizam esses pequenos seres no amor com que os tratam; na dedicação, sem limitações, que os médicos põem na sua missão, e ainda na grandeza do seu coração e no tão abnegado como generoso labor administrativo, exercido por individualidades onde a nobreza de carácter se casa bem com o amor aos doentinhos, numa exteriorização do sentimentos e virtudes cristãs bem patentes e bem demonstradas, reside o segredo da vitória de uma obra que humanamente constitui reduto defensivo de alto valor da saúde das crianças, seres tão pequeninos, lutando contra a enfermidade que os ataca.
Mus uni hospital da categoria do Hospital de Crianças Maria Pia, vivendo das esmolas dos seus desvelados protectores, sem fundos suficientes para viver tranquilamente a sua existência, necessita do merecido apoio das entidades respectivas, com limites certos, de harmonia com a importância do volume dos serviços prestados. Só com o auxílio financeiro substancial do Governo se pode firmemente acautelar o interesse crescente da instituição, verdadeiramente modelar, onde tanto se trabalha em favor da criança. É de inteira justiça prestar homenagem ao Estado e ao seu Governo, que, atento às necessidade, das crianças, não tem esquecido o Hospital Maria Pia, destinando-lhe verbas que muito ajudam a sua manutenção e o seu desenvolvimento, dentro de uma inteligente actualização.
Muito haveria que dizer acerca deste magnífico Instituto, onde a criança é tratada, e até educada. com inexcedível carinho, por todos reconhecido.
Ao Governo dirijo sentido apelo pedindo que não esqueça dar auxílio estável, permanente, a tão bela instituição, onde reina e floresce devotado carinho e acendrado amor pela criança doente, que sob a protecção, o sacrifício e a vontade da sua mesa administrativa e as bênçãos do Deus continuará apaixonadamente na tarefa para bem da criança doente, que ao Hospital
Maria Pia vem buscar alegria e saúde, para ser amanhã elemento prestável à sociedade e útil à Pátria.
Sr. Presidente: vem o Ministério da Educação Nacional, com os seus múltiplos departamentos, realizando obra de reconhecida projecção na restauração e remodelação dos meios necessários à execução de um programa inteiramente adequado às nossas necessidades e as nossas possibilidades. Estamos absolutamente convencidos de que alguns projectos e reformas e outras realizações não tem sido possível executá-los pela carência de certas facilidades, visto que sem o auxílio necessário não podem realizar-se tarefas que exigem verbas de certo volume. Mas, seja como for, há que prestar u devida justiça ao ilustre titular da pasta da Educação Nacional e ao distinto e, considerado Subsecretário, que, inteligentemente, um esforço bem compreendido, vêm realizando obra admirável no Ministério que dirigem, dando prestígio ao ensino e aos seus mestres, prestigiando-se eles próprios, nas mais diversas manifestações de educação e cultura, e que têm dado o magnifico concurso de uma competente chefia no aproveitamento e no desenvolvimento educativo da gente moça de Portugal.
Há que render-lhes a homenagem que merecem pela sua destacada acção perante problemas que equacionaram e resolveram.
Sr. Presidente: é o ensino primário a base em que assenta a educação do povo. Não pode nem deve diminuir-se tão alta função, tornando-se delicadíssima a missão do professor, visto que da sua acção educadora, assente nos princípios de bem servir, depende o futuro de novas gerações, que um dia serão úteis à Pátria e à humanidade.
Do ensino primário e ascende ao secundário, e deste ao superior, numa cadeia continua de ensinamentos, que levam a mocidade até às Universidades, onde vão buscar cultura e técnica, que lhe proporcionarão méritos ganhos pelo estudo, com possibilidade para atingir as mais altas funções nos diversos ramos das actividades mais compatíveis com as suas tendências para determinadas especialidades.
São os mestres competentes e dignos no exercício do seu cargo que dão verdadeiro prestígio e reconhecida valorização às escolas; mas são os Ministros no exercício da sua magistratura quem, através das reformas inspiradas no melhor sentido educativo, cultural e técnico, traçam as directrizes a seguir por aqueles que amanhã substituirão os que hoje executam pesadas e delicadas tarefas em favor do progresso da Nação. Bem merece o Ministro da Educação, pelo muito que realizou, bem coadjuvado pelo ilustre Subsecretário que dedicadamente o vem acompanhando no desempenho de tão alta missão.
Sr. Presidente: é legalmente obrigatória gratuita a instrução primária nas quatro classes. Dessa obrigatoriedade resultará, como se espera e se deseja, um aumento de frequência e de esforço a despender pelo professorado do ensino primário, dedicados servidores do Estado e da Nação, a quem é duvida a melhor homenagem a o maior agradecimento.
Não sabemos neste instante quais serão os números representativos das crianças que no ano corrente estão frequentando as escolas primárias. Em Outubro passado, segundo afirmações feitas pelo Sr. Ministro da Educação Nacional, esse número elevava-se a 860 000 nas quatro classes, havendo a juntar a este mais 100 000 de adultos, números que bem traduzem o labor esforçado que o professor primário não se cansa de prestar. Presentemente deverá andar à roda de 1 milhão o número de alunos matriculados, fruto da campanha magnifica e vitoriosa que o Ministério da Edu-