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2126 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 84

exportações e da alta do seu valor médio, o saldo negativo baixou cerca de 3 000 000 de contos relativamente ao ano anterior.
Efectivamente, de 18 791 000 contos em 1961, as importações baixaram em 1962 para 16 863 000 contos. As exportações, em contrapartida, de 9 504 000 contos subiram para 10 551 000 contos.
Nas importações pesaram nomeadamente as máquinas e aparelhos eléctricos e não eléctricos, num total que excede a ordem de grandeza dos 3 000 000 de contos, o algodão em rama, com 2 200 000 contos, os automóveis e respectivos acessórios, com 1 100 000 contos, o ferro em bruto e semitrabalhado, com cerca de 1 000 000 de contos, as ramas de petróleo, com cerca de 800 000 contos. Na importação de géneros alimentares vem à frente o trigo, num total de 544000 contos, e o açúcar, com 500 000 contos. Só estas sete rubricas totalizam mais de 9 000 000 de contos, ou seja mais de metade da nossa importação total e quase tanto como as nossas exportações.
Para a baixa de 2 000 000 de contos verificada nas importações metropolitanas em 1962 relativamente ao ano anterior contribuiu decisivamente o menor volume das compras ao estrangeiro de material de transporte e de ferro em bruto. Em 1961 tinham-se feito grandes importações deste metal e tinham-se adquirido lá fora três magníficas unidades da nossa frota mercante: o Príncipe Perfeito, o Infante D. Henrique e o Funchal. Só estas duas secções da pauta: «Material de transporte» e «Metais comuns e respectivas obras» contribuíram com cerca de 1 500 000 contos para a baixa verificada no volume do nosso comércio importador em 1962.
As estatísticas de importação, tão cuidadosamente organizadas, reflectem as exigências do País em substâncias alimentares, matérias-primas, equipamento e a medida em que as indústrias novas ocorrem já a importantes necessidades do consumo. E, ao mesmo tempo, exprimem melhores condições e mais altos níveis de vida. A importação de aparelhos de televisão excedeu 60 000 contos, a de aparelhos receptores de radiodifusão 56 000 contos, a de aparelhos telefónicos 25 000 contos, a de máquinas de costura para usos domésticos 38 000 contos, a de relógios 24 000 contos.
A defesa da saúde também tem a sua expressão na balança comercial do País. Em 1962 importaram-se 212 000 contos de medicamentos, afora 36 000 contos de antibióticos.
Como já disse, o nosso comércio de exportação registou em 1962 um apreciável aumento de volume e de valor relativamente a 1961. São as matérias têxteis e respectivas obras, que abrangem uma vasta e rica gama de mercadorias, desde os fios aos tecidos de algodão; materiais fortes e resistentes como os cabos e cordas de sisal e produtos delicados e finos como os bordados da Madeira, que constituem o primeiro valor do nosso comércio de exportação: 2 600 000 contos. Vêm depois a cortiça com 1 436 000 contos, as conservas de peixe com 1 193 000 contos, os vinhos, na variedade dos seus tipos, com 783 000 contos, e as madeiras com 500 000 contos. Mantiveram-se sensivelmente nos níveis do ano anterior as exportações de conservas de peixe, de vinhos, de cortiça. Mas, no respectivo conjunto, melhoraram as suas posições os vinhos do Porto e da Madeira, as conservas de anchovas e a cortiça em bruto. Aumentaram também as exportações de certos fios e tecidos de algodão, de amêndoa em miolo, de azeite, de pez, de máquinas e aparelhos, etc. Baixou a exportação de madeiras, de pneumáticos, de determinados tecidos de algodão. Os produtos minerais tiveram também, em 1962, uma quebra de exportação de cerca de 50 000 contos. As frutas, que tão grande importância podiam e deviam ter na nossa balança de comércio, como se acentua no parecer das Contas, representaram, no ano de 1961, um valor de exportação de cerca de 140 000 contos.
Mas não são só as grandes rubricas e as produções tradicionais que preenchem o nosso comércio exportador. Nele estão integradas indústrias novas que agora ensaiam as suas primeiras vendas lá fora e actividades regionais - as rendas, os bordados, a cerâmica, os vimes, etc. - que, embora de âmbito reduzido, interessam sectores importantes de trabalho e bem merecem ser protegidas e acarinhadas.
Em 1961 o ultramar português representou 12,5 por cento no comércio metropolitano de importação e 23,22 por cento no comércio de exportação. No ano último manteve-se a mesma percentagem na importação e baixou ligeiramente a percentagem no conjunto dos valores exportados.
No nosso comércio com o estrangeiro, em 1962, a Alemanha continua a ocupar o primeiro lugar entre os países nossos fornecedores, com uma percentagem de 15,9 por cento nas nossas importações totais. Vêm depois a Inglaterra com uma percentagem de 14,8 por cento, a França com 9,4 por cento, os Estados Unidos da América com 8,8 por cento. Ocupam também posições importantes no nosso comércio de importação a Itália, o grupo Bélgica-Luxemburgo, a Holanda, a Suíça, etc.
Tem sido a Inglaterra há anos o nosso primeiro mercado comprador. No ano último essa posição coube aos Estados Unidos da América, com uma percentagem de 13,1 por cento no conjunto da exportação. Vêm a seguir a Inglaterra, com 12 por cento,' e a Alemanha, com 7,8 por cento. Com este país continua a verificar-se um grande desequilíbrio nas nossas relações comerciais. Tendo-lhe comprado, no ano último, produtos no valor de 2 860 000 contos, só lhe vendemos 825 000 contos.
Por razões que já aqui desenvolvidamente expus em anos anteriores, continuam, infelizmente, a ser diminutas as nossas relações comerciais com o Brasil. Em 1962 comprámos-lhe cerca de 130 000 contos de mercadorias, não tendo as nossas vendas atingido os 90000 contos. O Brasil, que foi outrora grande comprador de produtos portugueses, não chega a representar hoje 1 por cento do nosso comércio externo: nem nas importações nem nas exportações.
No nosso comércio com a Europa Ocidental em 1961 foi com os países da Comunidade Económica Europeia que mantivemos mais intensas relações mercantis, embora nesse ano tivessem aumentado, numa proporção maior, as importações e exportações de e para os países que formam a Associação Europeia de Comércio Livre. A importação dos países que constituem o Mercado Comum foi naquele ano de 7 167 000 contos, ou seja 38 por cento da nossa importação total, e a exportação de 2 038 000 contos, correspondentes a 21,7 por cento do total da nossa exportação. O saldo negativo foi de 5 129 000 contos.
Relativamente aos países da Associação Europeia de Comércio Livre, a importação foi de 4415000 contos, ou seja uma percentagem de 23,4 por cento, e a exportação de 2 030 000 contos, ou seja uma percentagem de 21,7 por cento.
Em 1962 a importação dos países do Mercado Comum foi de 6 177 000 contos, ou seja uma percentagem de 36,6 por cento, e a exportação para aqueles países de 2 437 000 contos, ou seja uma percentagem de 23,1 por cento.
Quanto aos países da Associação Europeia de Comércio Livre, a importação foi de 3 909 000 contos (percentagem de 23,2 por cento) e a exportação de 2 134 000 contos (percentagem de 20,2 por cento).