O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2550 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 103

Gerou-se, a partir deste momento histórico, um clima depressional na Europa, que, na sequência desta política, haveria de permitir à Rússia impor a nova teoria da coexistência pacífica, habilmente ideada pelos seus técnicos para a conquista, sem perda de vidas, do mundo ocidental. E assim foi iniciada a dissolução da resistência ocidental, sem que a Rússia arriscasse um único soldado.
A América do Norte, isolada, por via dos graves erros cometidos pelos seus políticos, foi conduzida a aceitar essa política e procurar nesta situação de paz podre, que VI designada algures por mole, recuperar a posição perdida no domínio bélico, especialmente no que se refere a mísseis de longo alcance.
O coroamento desta política de suicídio lento, em que a América do Norte teve posição de responsabilidade, veio a consumar-se na já célebre conferência de Viena de Áustria, onde, certamente, o russo impôs as linhas gerais desta coexistência pacífica dos dois grandes, linhas que pela sua irregularidade e talvez imprecisão iriam ocasionar, mais tarde, avanços e recuos frequentes das duas partes e com desfechos que o mundo ocidental dificilmente poderia vir a entender.
Foram estes, por exemplo, que levaram os diplomatas russos e missões várias, técnicas umas, de espionagem outras, a fazer várias vezes as malas no Congo, levando num desses recuos os Andrades na sua bagagem, ficando, porém, aí instalado, comodamente, o outro parceiro deste jogo diplomático, protegendo o criminoso Holden Roberto. Como, também, marchas e contramarchas semelhantes viriam a amuar os Fidéis de Cuba, como animariam os Ben-Bela da Argélia.
E já não falo desse itinerante imperador de opereta, sustentado pelos Ingleses durante a guerra, restituído ao trono mais tarde, caído depois nos braços da Rússia, para se instalar agora nos domínios «onusianos» como campeão do anticolonialismo, desempenhando, com rigor, as suas funções de agente soviético encapotado debaixo do manto da realeza, até ao momento em que a Somália russificada seja campo de acção para o desenvolvimento de nova e importante linha de acção comunista dirigida contra a África Oriental, no caminho para ambicionadas minas de ouro. Por agora assiste-se, apenas, aos primeiros preparos.
Assim, o grande erro da política americana, selado no pacto de Viena, foi fundamentalmente este. A troca da amizade sincera dos velhos países da Europa, países donde partiram os descobridores e colonizadores das Américas, por falsas e perigosas relações de coexistência pacífica - que de pacífico nada têm- com os responsáveis pelo estabelecimento, em espaço imenso, da mais dura das escravaturas que foi dado conhecer ao Mundo. E esta errada e perigosa política foi aceite pela América do Norte, com todas as suas ruinosas consequências, apenas, é meu convencimento, para ganhar tempo na corrida pela supremacia dos meios técnicos de destruição.
Por esta forma se criou a contradição entre a posição tradicional da América, intimamente ligada ao Ocidente europeu, e a da América conusiana, atraída para pólo oposto, por ideais congeminados pela psicotecnia subversiva russa, tendo, como guarda avançada, os socialismos britânico, belga e italiano e outros movimentos da mesma índole, mas hoje em parte dominados, embora todos eles desejosos de algo conquistar de prestígio no final desta luta insana entre duas concepções opostas da vida humana - a do homem livre em face do homem escravo.
Não deve, assim, ser entendida de outra forma a posição «neniana» no governo cristão progressista italiano, isto é, de simples ponto de apoio camuflado do comunismo moscovita.
Neste movimento de rapina comandado pela Rússia, não ficou também de fora dele aquele sector largamente influente na política americana - o dos grandes monopólios, que julgam poder conquistar, no decorrer desta luta, repositório assaz valioso de combustíveis líquidos e de variadas matérias-primas em que o solo americano se tem mostrado pouco rico. De resto, já tinham a experiência frutuosa da República da Libéria. Era assim necessário, apenas, uma generalização do método, usando slogans mais aliciantes.
Neste clima habilmente criado pelo comunismo e seus pares, de ilusões e de mentiras, nasceu a guerra pelo cobre, no Catanga, guerra de que saíram vitoriosos os monopolistas americanos.
Os accionistas belgas e ingleses da Union Minière ainda protestaram e o Russo não deixou mesmo de rugir, mas as fronteiras definidas pelo pacto de Viena não o deixaram ir mais além. Contudo, a Rússia, utilizando já novos slogans, não perdeu o fito de conseguir outros êxitos, enquanto prepara os sindicatos congoleses para nova investida.
Assim, como, derivativo, propõe-se iniciar agora, como disse, a campanha pela conquista da riqueza aurífera da África do Sul, para somar estas importantes reservas às já muito vultosas que possui no seu território, permitindo-lhe, num futuro próximo, maior largueza na aquisição de cereais nos mercados do Novo Mundo, que a sua agricultura colectivizada já não é susceptível de produzir em quantitativo suficiente para o sustento dos seus povos. Esta a razão da afanosa ofensiva contra a África do Sul, tomando como pretexto o apartheid sul-africano.
Enquanto a Rússia vai conquistando a África Negra e o mundo árabe, para ajuste final de contas com o seu mais poderoso inimigo, sem sofrer uma única baixa nos seus exércitos, utilizando soldados irlandeses, indianos, suecos, polacos, abexins, noruegueses, coreanos, vietnamianos ou tunisianos com armas compradas para lá da cortina de ferro e aos fabricantes ocidentais, vão os seus serviços secretos amolecendo e dissolvendo as resistências do Ocidente. E fazem-no usando métodos dos mais modernos, fundados nas técnicas psicológicas da condução das multidões constituídas por indivíduos atrasados ou mesmo evoluídos. Se para uns chegam as emissões de Moscovo contando histórias da carochinha em que o cordeiro é sempre a Rússia e o lobo mau o país colonialista, para outros usam métodos mais científicos.
Assim, procuram atingir os alicerces da própria família, actuando sobre a juventude inexperiente e generosa, procurando, por habilidosas vias, mudar-lhe o sentido nobre da vida, animalizando-a e despertando nela baixos instintos.
E para tal conseguir são vários os meios e os métodos de acção. Desde a propaganda das aberrações no mundo das artes e das letras ao desenvolvimento de sentimentos cafreais ao som de batuques, tudo serve para gerar e reproduzir teddy-boys, que ainda hoje se pensa no Ocidente serem apenas produto dos tempos modernos e nada mais. E então esquece-se a larga contribuição que deram para a sua formação as inúmeras B. B. e ainda os gostos impingidos a milhões de indivíduos dos dois sexos através de hábeis ditadores das modas, e como não chegou o centro comunista parisiense, instalaram-se outros na Itália e nas Américas.
E pergunto apenas, para meu esclarecimento, se esses mesmos métodos de sedução e de dissolução da juventude foram, em qualquer época, consentidos na Rússia comunista ou nos países satélites?