21 DE ABRIL DE 1971 1839
[Ver Tabela na Imagem]
Salientam-se no parecer a importação de cereais, com 1550 milhares de contos (1 438 000 em 1968), açúcar com 582 000 contos (641 000 em 1968) e oleaginosas com 939 000 contos (779 000 em 1968).
O alto valor das importação de cereais diz respeito, principalmente, a trigo em grão, cerca de 610 000 contos, a milho, 775 800 contos (em 1966 foram 566 000 contos) e arroz, 138 800 contos. A elevada importação de trigo resultou das más condições do ano agrícola, que reduziu a produção a 51,1 por cento em relação ao ano anterior (382 000 t). Outro tanto não se pode dizer com a produção de milho, que se apresenta sensivelmente constante ao longo de decénio (547 000 t), e, no entanto, a importação atingiu a elevada verba de 775 000 contos.
A produção de arroz tem subido em resultado da entrada em exportação dos novos regadios do Sul.
A exportação teve um aumento de 11 por cento em relação ao ano anterior, sendo os principais produtos da nossa exportação o vinho (1718 milhares de contos), a cortiça a importação de cereais, com 1550 milhares de contos (l 438 000 em 1968), açúcar com 582 000 contos (641 000 em 1968) e oleaginosas com 939 000 contos (779 000 em 1968).
O auto valor de importação, de cereais diz respeito, principalmente, a trigo em grão, cerca de 610 000 contos, a milho, 775 800 contos (em 1966 foram 566.000 contos) e arroz, 138800 contos. A elevada importação de trigo resultou das mm condições do «uno agrícola, que reduziu-a produção a 51,1 por cento em relação ao ano anterior (382 000). Outro tanto não se pode dizer com a .produção de milho, que se apresenta sensivelmente constante ao longo do decénio (547 000 t), e, no entanto, a importação atingiu a elevada verba de 775 000 contos.
A produção de arroz tem subido em resultado da enteada em exploração dos novos regadios do Sul.
A exportação teve um aumento de 11 por cento em relação ao ano anterior, sendo os principais produtos da nossa exportação o vinho -(1718 milharás de contos), a cortiça (1641 milhares de contos), os têxteis (1352 milhares de contos), as conservas de peixe (1097 milhares de contos), as madeiras (745 milhares de contos), os resinosos (478 milhares de contos), os derivados do tomate (864 milhafres de contos) e a celulose e aglomerados (1249 milhares de contos).
Nota-se um acréscimo progressivo na exportação de vinho, na celulose e aglomerados, o que, quanto o estes últimos, se deve acentuar nos próximos anos.
O autor do parecer, ao analisar a situação da balança comercial, diz que «o problema português, hoje como no passado, é essencialmente um problema de produção», para concluir que «deverão ser desviados os investimentos para as empresas mais produtivas e melhorado o rendimento do trabalho, para não se manter este desequilíbrio».
As importações de produtos derivados da agricultura atingiram cerca de 5753 milhares de contos, o que bem pode dar ideia da importância deste sector na balança comercial.
Ora, muitos dos produtos importados poderiam, ser produzidos no País, contribuindo para o equilíbrio da balança comercial e para a; melhoria da situação da nossa lavoura.
O aproveitamento conveniente e intensivo dos regadios, a orientação da lavoura para a introdução de novas culturas e de movas (técnicas, a modernização dos métodos de exploração, ensinando-a e apoiando-a na comercialização dos seus produtos ou na sua industrialização, são um vasto campo, que encerra possibilidades enormes.
Faz pena ver extensas áreas, onde se despenderam verbas avultadíssimas, que poderiam contribuir para a valorização da produção agrícola e se encontram abandonadas ou entregues a culturas tradicionais sem qualquer interesse económico.
Nos novos regadios do Sul começa a introduzir-se a cultura do arroz, que dentro de pouco tempo motivará a ruína daquela cultura nos campos a norte do Lis, quando podiam é deviam estes regadios ser aproveitados para uma exploração intensiva de culturas industriais, muito mais valiosas e de maior interesse para o Pais.
Mas os 15 000 ha de riquíssimos solos do vale do Mondego aguardam os investimentos necessários para poderem permitir uma exploração racional de novas culturas, que aumentarão o rendimento do trabalho e contribuirão para a valorização da produção agrícola nacional. E, nas condições actuais da economia portuguesa, não poderemos desperdiçar assim este rico potencial.
O plano do Mondego vai entrar em execução com construção, da barragem da Aguieira, como já foi anunciado. A realização dias obras provocará uma reconversão de culturas, novos sistemas de comercialização e a instalação de unidades industriais para o aproveitamento e valorização dós novos produtos cultivados. É um trabalho extenso, que deve ser realizado com antecedência, e cremos que pouco ou nada, neste momento, está feito.
A valorização humana das populações deve acompanhar também todo o desenvolvimento económico. É de inteira justiça referir o trabalho extraordinário que os cursos de extensão agrícola familiar da Direcção-Geral dos Serviços Agrícolas têm desenvolvido no distrito neste sentido, sendo dignos do maior louvor, mas impõe-se, porém, o desenvolvimento deste serviço, de forma que maior número de grupos - de trabalho façam a cobertura com -, peta da região e se estendam o mais possível a todos os distritos.
É toda uma problemática complexa que tem de ser equacionada e estudada com tempo bastante, para na. altura precisa tudo poder arrancar simultânea e harmònicamente.
Só assim, virados para uma nova agricultura de mercado, a todos os níveis, poderemos reduzir a importação de produtos alimentares, aumentar o valor da exportação desta actividade e promover essa classe de lutadores, verdH/deiros heróis, que são os nossos trabalhadores da terra.
Figura na lista da exportação uma nova rubrica que está a tomar posição de relevo no quadro da exportação. É a celulose e aglomerados de madeira, cuja exportação, como já se referiu, foi de 1 249 000 contos em . 1969. Em 1970, o valor bruto da produção deste sector ultrapassou os 2,5 milhões de contos, dos quais se destinaram à exportação (só celulose) 1 330 000 contos.
Dada a importância desta actividade e a gravidade dos problemas que a rodeiam, vale a pena um pouco na análise da conjuntura, até porque dentro em breve passará a ocupar o primeiro lugar na exportação, ultrapassando assim a cortiça.
O autor dó parecer, com o seu lúcido espírito e profundo conhecimento destes - problemas, diz «que não é ousado nem fantasista estimar possibilidades de exportação de produtos florestais -celulose, papel e outros, como folheados, prensados e mais em pelo menos meia dúzia de milhões de contos numa dezena de anos». E continua: «Aqui está um poderoso auxiliar da exportação à espera do uso da inteligência e do labor dos homens», e lança um repto:
A Assembleia Nacional faria bem em debater esto magno problema de que depende uma parcela dó