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4892 DIÁRIO DAS SESSÕES N.° 243

em 1960, atingiu 5 em 1972; Aljezur: de 4, em igual período, passou para 6; Alportel manteve-se em 10 unidades; Castro Marim: de 3, em 1960, atingiu 5 em 1972; Faro: de 28 passou para 32; Lagoa: de 3 passou para 10; Lagos: de 10 para 12; Loulé: de 18 para 22; Monchique manteve-se de 1960 a 1972 com 8 unidades; Olhão: de 12 para 14; Portimão: de 21 para 27; Silves: de 15 para 20; Tavira: de 11 para 15; Vila do Bispo tem-se mantido com 3 unidades; Vila Real de Santo António: de 6 para 12.
Parece-me muito pouco significativo o aumento do parque de automóveis de aluguer algarvio, não obstante em igual período terem sido solicitadas 862 licenças de aluguer por entidades que, necessariamente, iriam aplicar os seus capitais, as suas poupanças e, na maioria, o seu trabalho para ganharem...
Lisboa viu recentemente satisfeito o seu problema da falta de táxis. Quando conseguirá o Algarve o mesmo?
Estou certo, Sr. Presidente, de que S. Exa. o Ministro das Comunicações diligenciará para que os serviços competentes consigam um, equilíbrio de interesses que venha a permitir ao público o transporte que necessita, ao industrial a retribuição do capital que empregou e ao profissional um salário justo e a possibilidade de possuir, um dia mais tarde, a enxada que de momento é de outrem.
Sr. Presidente: Aproveito a ocasião para solicitar ainda ao Sr. Ministro das Comunicações que mande instalar em Faro uma delegação da Direcção-Geral de Viação, visando a resolução das dificuldades enormíssimas que pesam sobre todos os que necessitam dos serviços daquela Direcção-Geral, a nível central ou regional - Évora.
Sabe-se, todos o sabemos, do aumento espantoso do parque automóvel, razão por que se torna evidente a necessidade de proporcionar aos serviços as condições de poderem cumprir as suas obrigações com a rapidez e a facilidade a que o público tem direito.
Tenho dito.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: Vamos passar à

Ordem do dia

Continuação do debate do aviso prévio sobre a indústria do turismo no desenvolvimento económico e social do ultramar.
Tem a palavra o Sr. Deputado Barreto de Lara.

O Sr. Barreto de Lara: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Sr. Deputado Fernando Laima, e há quanto tempo isso já vai, quis ter a gentileza de me manifestar o seu propósito de vir a apresentar um aviso prévio sobre o turismo em Angola.
O aliciante e a oportunidade do tema entusiasmaram-me, naturalmente, e logo senti irresistível desejo de emprestar colaboração a tão valiosa iniciativa, que, se bem compreendida nos seus objectivos, poderá em futuro próximo constituir fluente canal de entrada de divisas de que Angola tão carecida está.
Simplesmente, o tempo decorrido desde então e o acrescento de esgotantes trabalhos e inadiáveis afazeres da minha vida profissional - o que chegou a fazer-me pensar em não subir a esta tribuna - limitam-me apenas ao alinhavo de breves e despretensiosas considerações. O que lamento, evidentemente, posto perante o quanto havia a dizer e o tanto que gostaria de dizer.
Mas ao silêncio, que poderia ser interpretado como desinteresse, ou bem pior, que não alcançasse a importância que o problema reveste para o Estado de Angola, preferi o inevitável, da superficialidade, numa opção pelo menor dos riscos.
Sr. Presidente: Angola, com os seus 1 259 000 km2 de superfície, apresenta perspectivas quase ímpares para o desenvolvimento a grande nível de uma indústria turística. Ponto é que seja devidamente estruturada e montada e em reais termos de possibilitar a desejada rentabilidade económica.
Dispondo de uma costa marítima de 1600 km, salpicada de maravilhosas ilhotas, não se sabe que mais admirar em Angola, se a beleza das suas praias no cristalino das suas águas e na moldura das suas areias, se os seus mares, onde espécies piscícolas raras fazem o deleite dos mais exigentes pescadores, se as suas matas povoadas de caça e o aliciante mistério das suas florestas imensas, se a grandiosidade das suas montanhas, ou a mística beleza dos seus pores do sol, se a luxuriante vegetação a par do exótico das dunas de areia dos seus desertos que parecem nunca mais ter fim.
Angola, Srs. Deputados, é um verdadeiro paraíso, sem paralelo em toda a África, e talvez sem igual, pela exuberância inenarrável dos seus contrastes, no mundo inteiro.
E o homem de hoje, cada vez mais envolvido no turbilhão trepidante da vida moderna que o esgota e diminui, anseia mais que nunca por paz, por sossego e pelo isolamento que só a entrega à Natureza proporciona. E é tudo isso, meus senhores, e muito mais que a minha palavra não consegue traduzir, é essa Natureza, por vezes tão rudemente bela, quanto outras tão ternamente meiga, que coloca Angola em posição turística ideal que dificilmente encontra paralelo.
Pois, apesar desta pálida descrição, naturalmente enfraquecida pelo descolorido da minha voz, Angola e turismo situam-se numa distonia chocante, mercê da fraqueza ou da ambição dos homens, se não até principalmente da sua incapacidade e incompreensão.
Anote-se, e a título de exemplo, que a todo o transe se pretendem manter reservadas para parques nacionais e reservas de caça extensas áreas que se aproximam dos 8 milhões de hectares, que representam nada menos que o dobro das áreas reservadas na África do Sul e seis vezes mais do que as áreas reservadas em Moçambique, teimando em incluir-se nelas regiões em que nada já o justifica. Refiro-me principalmente ao Bikuar, onde ,se começam a desenhar e a sentir pontos de fricção a que urge pôr cobro por soluções de inteligência, e não de megalómano capricho.
Atente-se que nas conclusões da Conferência de Protecção da Natureza, reunida em Sá da Bandeira, no ano passado, se fizeram, quanto ao Bikuar, recomendações, não só no sentido da necessidade de um reordenamento rural das populações ribeirinhas, como a desocupação pecuária e agrícola da região, e com todos os melindres que isso envolve, como ainda a necessidade da instalação de uma vedação anticaça ao longo de toda a linha de separação entre o