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7 DE DEZEMBRO DE 1982 775

subconscientemente, tem em mente os perigos que advieram para os satélites da União Soviética, dada a sua dependência financeira em relação à Rússia...

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Também o senhor?

O Orador: - ... perigos esses que acabaram por se consubstanciar na invasão...

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - A sua economia já não da para mais!

O Orador: -..., pelos «tanques soviéticos, da Hungria, da Checoslováquia e no estabelecimento do domínio de uma ditadura militar na Polónia, por decisão soviética.
Estará isso no seu subconsciente?

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Que o Sr. Deputado Silva Marques diga isso... agora você?!

O Sr. Costa Andrade (PSD): - Esses já não são comunistas!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Octávio Teixeira, a sua intervenção foi objecto de 4 pedidos de esclarecimento; consequentemente, dispõe de 12 minutos para responder.
Tem a palavra.

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Gostaria de iniciar a minha resposta às interpelações com duas notas prévias. Em primeiro lugar registar, pela sua generalidade, as intervenções dos Srs. Deputados da AD. E repito, na sua generalidade, elas revelaram falta de seriedade perante o problema que está aqui a debater-se, perante as questões graves que estão aqui a debater-se. Inclusivamente, parece que não ouviram sequer a intervenção do Sr. Ministro de Estado e das Finanças e do Plano sobre a gravidade da situação.
Por conseguinte, parece-me que estão a tentar brincar com essa gravidade e com os problemas que daí decorrem.

Aplausos do Sr. Deputado Joaquim Miranda (PCP).

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Costa Andrade (PSD): - Explique lá porquê!

O Sr. Sirva Marques (PSD): - Responda, responda às questões!

O Orador: - Como segunda nota prévia, gostaria de deixar aqui muito claro, para aqueles que ainda não o entenderam, duas questões: primeiro, estamos a falar - a interpelação é feita - sobre o problema da situação económica, financeira e social de Portugal. Para aqueles que ainda não o tinham percebido, é isto. Se, eventualmente, alguma vez quiserem discutir os problemas da economia mundial e, inclusivamente, os problemas, quer do mundo capitalista quer do mundo socialista, estamos dispostos a debatê-los numa sessão convocada para isso, não para tentar esquecer os problemas do País.

Aplausos do PCP. Uma terceira questão:...

O Sr. Silva Marques (PSD): - Não fuja às questões! Responda às questões que lhe foram postas!...

O Orador: - Não fujo às questões, Sr. Deputado. Não fujo.

O Sr. Costa Andrade (PSD): - Está, está!

O Orador: - Quem está a ser interpelado neste momento - houve talvez esquecimento dos Srs. Deputados - é o Governo. O Partido Comunista não está a ser interpelado, não necessitou de interpelação, ninguém propôs uma interpelação ao Grupo Parlamentar do Partido Comunista.

Aplausos do PCP.

Vozes do PSD: - Está, está!

O Orador: - Para terminar, quero dizer que nas reuniões de líderes, propusemos para esta interpelação o aumento de tempo a conceder aos partidos. Esse nosso pedido de aumento de tempo não foi aceite pelo que vou, muito sucintamente, cingir-me às poucas questões postas com um mínimo de seriedade...

O Sr. Silva Marques (PSD): - Mas não aceitaram.

O Orador:-... e, fundamentalmente, para tentar clarificar algumas questões que possam ter sido mal interpretadas.

Uma voz do PSD: - Não é verdade.

O Orador: - Assim, começarei por responder ao Sr. Deputado Álvaro Barreto e, já agora, ligo-a à resposta a uma questão posta pelo Sr. Deputado Fernando Cardote relativamente, por um lado, às razões da interpelação é, por outro, à questão do horizonte temporal das nossas medidas. Gostaria que os Srs. Deputados como, pelos vistos, não estiveram completamente alentos ou não perceberam - lessem a minha intervenção, porque qualquer desta» 2 questões está aí esclarecida.
Ainda em relação ao Sr. Deputado Álvaro Barreto, concretamente sobre a evolução dos salários reais e, nomeadamente, de 1980, quero dizer-lhe que percebo que o Sr. Deputado está a trabalhar com aquela taxa de inflação dada pelo índice de preços no consumidor, de 16,6%. Se o Sr. Deputado e não vale a pena eu esclarecer aqui porque sei que percebe vir os dados do INE sobre o consumo privado, verificará que a taxa para 1980, será 19:5 %.
Por conseguinte, o problema dos salários reais, o tal aumento de 10 % que teria havido, desaparece.
Em relação ao pedido de esclarecimento formulado pelo Sr. Deputado Fernando Cardote, apenas mais uma referência acerca das carpideiras dos desastres: não sei se estava a referir-se a mim, se