O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

852

I SÉRIE - NÚMERO 24

de então para cá um tecido no Ministério cheio de células cancerosas, a necessitar do tratamento adequado.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Urge que de uma vez por todas se fechem os rombos e se comece a pôr o barco a navegar. Neste aspecto, justo é realçar a acção de Sottomayor Cardia e Vítor Crespo como os primeiros que tentaram tapar os furos e estancar as águas da confusão.
As populações estão ávidas do verdadeiro progresso, de estruturas novas, organizadas, ponderadas e voltadas para o futuro, já que os alunos que hoje frequentam as nossas escolas serão os homens que governarão Portugal no ano 2000. O interior do País espera com impaciência que lhe seja reconhecido, de facto, o estatuto da interioridade e lhe sejam dadas condições para que os seus filhos não tenham mais de demandar outras paragens, como Coimbra, Lisboa, Porto, consumindo os parcos haveres familiares.
Foi por isso, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que Viseu e o meu distrito, cujas potencialidades e tradições são de todos bem conhecidas, rejubilaram com a abertura da sua Escola Superior de Educação e esperam ansiosos a abertura efectiva do seu instituto superior politécnico.
E aqui cabe uma referência especial para o papel que as escolas superiores de educação haverão de ter e que constituem uma proposta inovadora que irá necessariamente promover a qualidade do ensino infantil e básico em Portugal, como consta no programa preliminar das escolas superiores de educação de Maio de 1978. E cabe também referir que temos de fazer um esforço para formarmos um professor que de base tenha a mesma formação superior, com as consequentes especializações posteriores, como, aliás, acontece com os outros cursos superiores.
E cabe também aqui referir que apenas se pretende, e cada vez mais é essa a vontade da equipa ministerial, dignificar a carreira docente, de que os actuais professores do ensino primário têm sido os heróicos pilares.
É preciso que o ânimo não lhes falte, Srs. Membros do Governo, já que a sabedoria, o engenho e a arte se lhes reconhece.
E disso são prova mais que evidente as dezenas de escolas primárias, preparatórias, secundárias e superiores de educação que por esse Portugal além foram construídas. Que o negue quem puder ou ousar. Poderá alguém de boa fé e pés assentes no chão contestar o enormíssimo esforço que tem sido feito em Portugal desde 1980 no campo da educação, com falhas que se reconhecem e têm de ser corrigidas para o dotar com novas e modernas estruturas voltadas para a Europa a que queremos pertencer de pleno direito?
Temos hoje universidades em Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Lisboa, Évora, Faro, Angra do Heroísmo, Horta e Ponta Delgada. Existem institutos universitários, criados e a funcionar, em Vila Real e Covilhã. A rede de estabelecimentos de ensino superior politécnico abrange Bragança, Porto, Viseu, Guarda, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Tomar, Santarém, Setúbal, Faro e Funchal, alguns dos quais a implementar em breve e outros já a funcionar. Completou-se a construção dos edifícios para as Escolas Superiores de Educação de Leiria, Porto e Castelo Branco.
Sendo o Ministério da Educação o mais sensível de todos, por no seu bojo caberem os problemas económicos, políticos e sociais, já que tem a ver com os pais, os filhos e os professores e chega a todos os caminhos deste Portugal com 846 anos de história, compreende-se, que, por isso mesmo, seja sempre o mais atacado e a forma mais directa de se malhar no Governo por inteiro. É isso, Srs. Deputados, o que se pretende, e nada mais.
Assim, temos de fazer um enorme esforço, todos nós, Srs. Deputados da fatia democrática, para salvarmos este país, prenhe de importantes valores morais e culturais que outros tentaram destruir e ainda tentam, mas que não conseguiram nem conseguirão jamais.
Agora é tempo de arregaçar as mangas. Como afirmou Francisco Sá Carneiro, "acima dos partidos está a democracia e acima da democracia está Portugal".

Aplausos do PSD e do PS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.º Deputada Helena Cidade Moura.

A Sr.ª Helena Cidade Moura (MDP/CDE) - Sr. Deputado Antas de Barros, o meu partido não dispõe de tempo, mas foram nos concedidos mais 5 minutos. Assim, queria apenas perguntar-lhe, já que tenho uma informação diferente em relação à sua intervenção, quantas Escolas Superiores de Educação e quantos Institutos Superiores Politécnicos estão a funcionar. Há quanto tempo foram nomeadas as comissões instaladoras respectivas?

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Antas de Barros.

O Sr. Antas de Barros (PSD): - Sr.ª Deputada Helena Cidade Moura, tinha muito prazer em discutir com V. Ex.ª a questão que me colocou mas, pela informação que tenho do meu partido, não disponho de tempo.

O Sr. Rogério Pinho (PCP): - Aí está a resposta adequada para quem não sabe o que responder!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Helena Valente Rosa.

A Sr.ª Helena Valente Rosa (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: É com justificada apreensão que se assiste a duas interpelações sobre política educativa no espaço 6 meses.
É com justificada apreensão que quase todos os dias somos confrontados com críticas sobre a situação escolar do nosso País, através dos órgãos de comunicação social, e assistimos a manifestações públicas de desagrado sobre determinadas medidas tomadas pelo Ministério da Educação.
Se a memória não nos falha, constatamos que nada disto é inédito e que estamos perante situações que não trazem consigo qualquer novidade.
Aqueles que, pelas suas funções, têm estado mais ligados a este Ministério sabem as dificuldades que se deparam na gestão de uma casa tamanha. Nunca se consegue tê-la arrumada!