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1276 I SÉRIE - NÚMERO 33

nos conduziria a proposta das direcções regionais de Agricultura, trabalho que ainda não é do conhecimento público mas que, segundo notícia publicada no Diário de Coimbra já está na posse da CEE. A ser verdade, é muito estranha a situação. A ela nos opomos frontalmente.
Neste trabalho das direcções regionais o queijo da serra está a ser tratado como os tapetes de Arraiolos: basta conhecer o segredo para se fabricarem em qualquer parte do País.
O queijo da serra da Estrela tem de ser dignificado, tem o seu lugar natural para ser fabricado, o único que lhe garante a qualidade, e esse lugar é, naturalmente, o seu berço, a região da serra da Estrela. Para quê complicar as coisas de solução simples se, como muito bem diz o Dr. Vieira de Sá, «o trabalho reduzido apenas a uma simples demarcação da região não serve absolutamente para nada e não abona em favor da competência de quem promove tais iniciativas».
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não podemos perder mais tempo. É necessário avançar com soluções urgentes. E estas passam forçosamente pela criação da zona demarcada, controle de qualidade, selo de garantia, assistência técnica e financeira, criação de uma estação zootécnica de ovinos para apuramento da raça na região da serra da Estrela, criação de cooperativas, contraste leiteiro, câmaras de cura, assistência permanente aos rebanhos, melhores condições aos pastores de forma a dignificar a profissão e garantindo-lhes as mesmas condições de um trabalhador normal.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Salvemos o queijo da serra. Ainda estamos a tempo.

Aplausos do PS, do PSD e da UEDS.

O Sr. Rogério de Brito (PCP): - Sr. Presidente, peço a palavra para formular pedidos de esclarecimento.

O Si: Presidente: - Com certeza, Sr. Deputado. No entanto, devo avisá-lo de que o tempo que V. Ex.ª gastar ao formular o seu pedido de esclarecimento será descontado no tempo do PCP.

O Sr. Rogério de Brito (PCP): - Então o pedido de esclarecimento que pretendo formular ficará para outra ocasião, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Patrício.

O Sr. Jorge Patrício (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A Juventude Comunista Portuguesa realizou o seu II Congresso nos passados dias 15 e 16 de Dezembro.
Constituiu uma importante manifestação de vitalidade, alegria e combatividade de milhares de jovens comunistas, tendo confirmado plenamente que a juventude tem esperança, que a juventude tem certeza no futuro.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Ao longo do congresso foi patente a solidariedade e amizade recíprocas entre a Juventude Comunista Portuguesa e as dezenas de delegações da juventude de outros países, que em conjunto demonstraram a sua determinação e o apoio solidário à luta dos povos pela sua libertação.

Mas o congresso foi também, e sobretudo, um trabalho sério e objectivo na apreciação dos problemas e dificuldades dos jovens e dos caminhos necessários a percorrer para que tão grave situação seja alterada.
Culminando um intenso e amplo debate entre os jovens comunistas, o congresso permitiu um diálogo aberto a outros jovens, que, não sendo da JCP, quiseram dar o seu contributo positivo, discutindo e analisando connosco os problemas comuns, os malefícios que a política de direita tem trazido à juventude.
Ao longo dos trabalhos do congresso ficou claramente demonstrado que há saídas possíveis e que os problemas da juventude têm solução.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Estes quase 9 anos de política de direita significaram, e significam, o espezinhamento dos nossos direitos, a não satisfação das nossas necessidades, o hipotecamento do nosso futuro. São estes os traços essenciais que estão na base de tal política e nas pretensões de quem a pratica. A juventude é uma das camadas da população portuguesa mais afectada com as consequências de tal situação.
Mas, ao contrário do que afirmam os partidos do Governo e como reafirmou o nosso II Congresso, isto não constitui uma fatalidade à qual a juventude se deva submeter ou com a qual tenha de viver.
A verdade é que é necessária e possível uma outra política. No quadro da actual realidade juvenil torna-se necessário e urgente aplicá-la.
Os 25 pontos de uma nova política democrática para a juventude constantes na resolução política, do nosso congresso, como base para o diálogo e para a acção do movimento juvenil, é um contributo precioso e prova que é possível, com outro governo, resolver os problemas, satisfazer as aspirações e interesses juvenis, impedir o desastre nacional.
Desde logo é urgente combater o desemprego juvenil, apoiar os jovens desempregados e à procura do primeiro emprego, desenvolvendo uma nova política que, assente no desenvolvimento económico e no aproveitamento das nossas capacidades e riquezas nacionais, seja geradora de novos postos de trabalho, provoque a diminuição do desemprego e assegure a atribuição de um subsídio aos candidatos à procura do primeiro emprego.
E possível, necessário e urgente, a revisão da legislação em vigor sobre os contratos a prazo, assegurando o direito ao trabalho e as regalias sociais, eliminando as discriminações salariais e profissionais. Como também é imperioso e possível acabar com o trabalho infantil, garantindo as necessárias condições de vida às famílias por forma a assegurar o direito dos seus filhos ao ensino, ao desenvolvimento harmonioso e saudável. Implementar a aprendizagem e a formação profissional dos jovens, garantindo os seus direitos, as suas regalias e a respectiva inserção profissional, assim como apoiar a instalação dos jovens agricultores.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - A ruptura do sistema de ensino também pode ser evitada e, de acordo com as normas constitucionais, é necessário desenvolver uma nova política que garanta o desenvolvimento económico, social e cultural do País.
Com mais verbas para a educação podem criar-se condições de estudo e de trabalho nas escolas, pode desenvolver-se a qualidade pedagógica e científica do