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4348 I SÉRIE - NÚMERO 111

mação correcta em nenhuma circunstância. Isto é que, neste momento, eu quero afirmar, porque me parece gravíssimo.
Esperam que todos os profissionais, quando apresentam o seu trabalho, tenham sido manipulados por esta ou por aquela força e não entendem que eles têm o direito de escolher a informação que for a mais adequada a cada momento.
E o que é certo é que são até jornalistas, alguns que trazem esta acusação permanente contra os profissionais da RTP, e envolvem com descrédito todos os outros, como se não tivessem nenhum valor.
Não queria deixar de pedir uma reflexão e que se tenham em melhor conta os profissionais da comunicação social portuguesa.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Narana Coissoró.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Primeiro, Sr. Presidente, farei um protesto. É o seguinte: o Sr. Deputado Igrejas Caeiro, de repente, num golpe de magia quer deturpar o inquérito, quer deturpar as intervenções que aqui se fizeram e quer meter os jornalistas da comunicação social, muito especialmente os da RTP, nas conclusões do inquérito, através das palavras que o meu grupo parlamentar proferiu nesta reunião.
Ora, eu devo dizer ao Sr. Deputado do Partido Socialista que o inquérito não tem uma única linha contrária à dignidade dos jornalista da RTP. Muito pelo contrário, o n.º 4 - sob a epígrafe «Política de pessoal» - diz:
Constatou-se existir o subaproveitamento de 2400 trabalhadores da RTP, independentemente da consideração de tal número poder ou não ser excessivo.
Não há, portanto, aqui, qualquer menosprezo, qualquer beliscadura que seja quanto à dignidade profissional e quanto ao modo como os jornalistas exercem a sua missão dentro da RTP ou de outros órgãos de comunicação social. O que há são conclusões contra uma determinada política que o conselho de gerência e a tutela governamental sobre esta RTP vêm exercendo nos últimos anos. É bom que se saiba e que todos os jornalistas saibam que neste inquérito, nesta Assembleia da República e da parte do Grupo Parlamentar do CDS não houve um única palavra contrária à dignidade, profissionalismo e isenção dos jornalistas da comunicação social, pelo menos em relação à esmagadora maioria deles - aqueles que não deturpam as palavras dos outros - e muito principalmente da RTP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado João Corregedor da Fonseca.

O Sr. João Corregedor da Fonseca (MDP/CDE): - Gostei muito de ouvir a intervenção demagógica do Sr. Deputado Igrejas Caeiro, quando referiu os jornalistas e a sua isenção, e quero recordar ao Sr. Deputado Igrejas Caeiro - que já exerceu funções na rádio - que o Congresso dos Jornalistas, que se realizou em Portugal, e o Sindicato dos Jornalistas, permanentemente se têm manifestado contra este estado de coisas que está a acontecer na comunicação social.
E a propósito do problema dos jornalistas eu gostaria de perguntar ao Sr. Deputado Igrejas Caeiro quantos jornalistas competentes, isentos, capazes, estão colocados na chamada, «prateleira» da RTP? Qual é o número exacto de jornalistas da RTP? Parece que ultrapassa os 200, tranquilamente. Diga-me, também, Sr. Deputado Igrejas Caeiro, por que razão há umas semanas foram admitidos na RTP creio que 6 jornalistas e qual a cor política desses 6 jornalistas - escolhidos a dedo -, pois o que se diz na RTP é que, dos 6, 5 são do PS.
Aliás, há 8 dias na RTP passou-se o mesmo, pois além de existirem dezenas de chefes, subchefes e tetra-chefes - e os chefes todos que entendam - para melhor controle da RDP entraram 10 profissionais para funções de quadros de chefia, afectos ao PS.
Portanto, eu gostaria de saber, Sr. Deputado, quantos jornalistas competentes, isentos, não influenciáveis é que estão colocados na prateleira. E, apesar do exagero dos jornalistas existentes na televisão - e nós vemos a vergonha dos noticiários do Telejornal diário -, para que é que foram admitidos, recentemente, outros jornalistas e qual a sua cor política?
Portanto, Sr. Deputado, gostaria, também, que explicasse a toda esta plateia de deputados, quantos profissionais são utilizados como contratados a prazo e como tarefeiros. Quais são os profissionais que fazem o Telejornal? São os jornalistas profissionais, competentes e isentos, ou são, de maneira geral, jornalistas contratados a prazo, tarefeiros - alguns dos quais se encontram há anos numa situação ilegal - e que terão de obedecer aos chefes, aos «tetrachefes» e aos pequenos comissários políticos que lhes ordenam determinado tipo de trabalho, que se eles se recusarem vão para a rua - daí o serem influenciáveis e o colocarem no ar o noticiário que nós conhecemos. Em todo o caso, a responsabilidade do noticiário, como V. Ex.ª sabe, em última análise, é de quem manda na RTP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Beiroco.

O Sr. Luís Beiroco (CDS): - Prescindo, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Nesse caso, tem a palavra o Sr. Deputado João Amaral.

O Sr. João Amaral (PCP): - Sr. Presidente, desejo produzir um protesto em relação à última intervenção aqui proferida.
De facto, há múltiplas vias para fazer desviar a atenção da Comissão Permanente daquilo que está em discussão. Uma delas é invocar aquilo que não consta do inquérito nem aqui foi discutido e que é a respeitabilidade, a honorabilidade e o trabalho de um jornalista em concreto.
Pela nossa parte, repudiamos totalmente esse tipo de linha, considerando não ser mais do que uma linha de diversão, tanto mais que as conclusões do inquérito nada referem sobre esse tipo de actividade, mas, sim, sobre as responsabilidades de quem interfere, condiciona e manipula trabalho - o qual se gostaria que fosse executado de outra forma, principalmente por quem o pretendia executar.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Entendemos que a análise daquilo que resulta do projecto de resolução, em função do inquérito, está feita. Esta tentativa tardia - ligada, aliás, aos incidentes regimentais relati-