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898 I SÉRIE-NÚMERO 20

moral para afirmar agora o que afirmamos-, reconhecemos, quando foi caso disso, há muitos meses atrás, que a acção do Executivo estava a ser globalmente positiva.

O Sr. António Capucho (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Findo aquele prazo, e independentemente de um balanço mais pormenorizado e sectorial que porventura venhamos a fazer, chegámos às conclusões que decorrem do que dissemos quanto às GOPs e ao OE: o Governo mostra-se incapaz de promover, ou sequer propor, transformações estruturais, e fraqueja em diversos domínios e sectores, sem embargo de terem sido piores que este vários executivos que o precederam, inclusive o último, PS/PSD. Por outras palavras: o PRD julga que era e é possível fazer mais e melhor do que este governo tem feito e está a fazer. Por isso dissemos e repetimos:
a) Votaremos contra uma moção de confiança que o Executivo apresente;
b) Pensamos que se deve procurar uma alternativa governamental que seja vantajosa para o País e para os Portugueses.

Vozes do PRD: - Muito bem!

O Orador: - Se houver quem, sendo fundamental para ela, a não deseje ou não seja capaz de contribuir para a sua construção, ter-se-ão de retirar daí as devidas ilações políticas e ponderar a outra luz as soluções possíveis, pois, em democracia, há sempre soluções.
Seja como for, hoje como ontem, entendemos que a estabilidade política - de que a estabilidade governativa é um factor importante mas não único - constitui um valor fundamental para o País, que não pode estar constantemente em eleições. Eleições que não receamos, mas que devem ser apenas um último recurso, dado os evidentes custos que comportam para o País, como o presidente do nosso partido também salientou em declarações no fim-de-semana. Entendemos ainda, como dissemos logo no debate do programa deste Executivo, e mantemos, que uma fórmula de governo minoritário é legítima e pode ser, em certas circunstâncias, aconselhável, se não a única possível.
É neste contexto e dentro destes parâmetros que o PRD caracteriza a nova fase política em que entrámos e a sua acção próxima.
A acção precisa de um pensamento e de uma doutrina que lhe dêem sentido e força, mas o pensamento e a doutrina sem a acção em política nada ou pouco valem.
À esquerda não devem bastar os discursos, por mais brilhantes que sejam, nem devem bastar a reflexão e os debates, por mais profundos que se apresentem.
O desafio que se nos depara é mais difícil, mais exigente, mais concreto, mas é o único que tem a ver realmente com os Portugueses que dia a dia vivem, lutam, sofrem e sonham nesta pátria que é a nossa e que a todos cabe engrandecer.
Pela nossa parte, PRD, estamos aqui a dizer que aceitamos o desafio.

Aplausos do PRD.

O Sr. Presidente: - Para interpelar a Mesa, tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Lima.

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Sr. Presidente, deu-me a sensação de que, a certa altura do discurso do Sr. Deputado José Carlos Vasconcelos, vi um braço furtivo, que da bancada do PS se levantava a pedir esclarecimentos. Gostaria de concretizar se foi um braço, se uma sombra, ou se não foi coisa nenhuma.

Risos do PSD.

O Sr. Presidente: - A Mesa não viu qualquer sinal, Sr. Deputado.

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Anoto, Sr. Presidente, anoto!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Lopes Cardoso.

O Sr. Lopes Cardoso (PS): - Sr. Presidente: Da bancada do PSD não se levantou nenhum braço nem nenhum pé?!

Risos do PS e do PCP.

O Sr. Presidente: - A Mesa também não deu por isso, Sr. Deputado.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Moreira.

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Pretendo nesta minha intervenção abordar' dois assuntos: o primeiro refere-se à passagem dos 150 anos do Município de Paços de Ferreira e à visita que os deputados do PSD eleitos pelo círculo do Porto efectuaram ao concelho; o segundo refere-se ao 1.º Congresso Nacional de Folclore e Etnografia para Jovens e às suas conclusões.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em 6 de Novembro findo perfez 150 anos sobre a criação do concelho de Paços de Ferreira, que resultou da reforma administrativa efectuada no reinado de D. Maria II.
Paços de Ferreira é um concelho do distrito do Porto, no coração de Entre Douro e Minho, com uma área de 72 km , 16 freguesias e cerca de 45 000 habitantes.
No dia 6 de Novembro de 1836, Paços de Ferreira inicia uma nova fase da vida colectiva. No entanto, só no princípio do século XX são dados os primeiros passos no sentido de uma industrialização. Com efeito, ainda em 1950 mais de 40% da população activa do concelho trabalhava na agricultura e somente 15% trabalhava na indústria de madeira. A partir dos anos 60 tudo se modificou, passando cerca de 45% da população activa a viver do trabalho da madeira e dos moveis, verificando-se simultaneamente um grande incremento nas indústrias metalomecânica e têxtil e, mais recentemente, nas indústrias extractivas (granito) e no vestuário. A percentagem da população activa na agricultura reduz-se para cerca de 15%, notando-se, contudo, uma certa modernização na empresa agrícola, sobretudo no que concerne à pecuária. Paços de Ferreira é assim, e sem favor, dentro da região norte uma zona de concentração industrial de enorme relevância e de grandes potencialidades alternativas relativamente ao grande Porto, mercê da sua situação geográfica, abundância e habilidade de mão-de-obra e disponibilidade de algumas infra-estruturas.