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1010 I SÉRIE - NÚMERO 23

Onde é que o Sr. Deputado ouviu tais afirmações por parte do PSD, por parte de membros responsáveis do PSD, nas últimas campanhas eleitorais? Onde é que o Sr. Deputado e meu amigo ouviu tais afirmações? Isso mais parecem aleivosias do que afirmações.

Vozes do PS: - É verdade!

O Orador: - Por outro lado, o Sr. Deputado retoma as velhas e revelhas afirmações de que o Governo não preencheu os lugares na Comunidade; os partidarizou...

Vozes do P§: - É verdade!

O Orador: - ...; não acompanha os assuntos de Bruxelas...

Vozes do P§: - É verdade! O Orador: - ...; fala do caciquismo... Vozes do f B: - ..., do chauvinismo... Vozes do P§: - É verdade!

O Orador: - ..., da arrogância, etc.
Ó Sr. Deputado, V. Ex.ª parece que está a fazer concorrência aos adjectivos, pois está a listá-los. Poderíamos, se calhar, somar o número de adjectivos que V. Ex.ª utilizou erroneamente!
Certamente que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, uma vez que eu não sou porta-voz do Governo, a propósito desta matéria, lhe dará outras informações que eu, no caso concreto, não pretendo dar. De qualquer maneira, quero fazer notar que as afirmações feitas por V. Ex.ª são suas e não dos responsáveis pela Comunidade Económica Europeia, que, em numerosas oportunidades, em numerosas ocasiões, têm elogiado a actuação do actual governo.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - O Cardoso Cunha, por exemplo!

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Jaime Gama.

O Sr. Jaime Gama (PS): - Sr. Deputado Guido Rodrigues, começando pelo fim, dir-lhe-ei que o País fará um dia - espero que o seu partido também e que o Governo, em particular, igualmente - o balanço do que tem sido o processo de adesão de Portugal às Comunidades Europeias neste primeiro ano de integração.

O Sr. Guido Rodrigues (PSD): - Exacto!

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Estamos tranquilos!

O Orador: - Espero que, na abertura dos trabalhos parlamentares, esta Assembleia, como lhe compete, se debruce em profundidade sobre o tema e, em certa medida, venha dessa forma suprir a lacuna do Governo na apresentação ao País e ao próprio Parlamento da formulação das políticas comunitárias. Nessa altura, teremos a ocasião de, em toda a extensão, ver até que ponto tem sido negativa a acção do actual executivo. O Parlamento concluirá a seu tempo!
Porventura, mais tarde do que aquilo que já hoje concluem inúmeros sectores técnicos da alta Administração portuguesa e daquilo que também já concluíram os empresários portugueses. Mas a seu tempo tiraremos essa conclusão!

O Sr. Guido Rodrigues (PSD): - Dá-me licença que o interrompa?

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Guido Rodrigues (PSD): - Agradeço-lhe, Sr. Deputado, por me ter permitido a interrupção.
V. Ex.ª está a retirar desde já a conclusão de que o resultado é negativo. Veremos, Sr. Deputado e meu amigo, se esse resultado será negativo ou se será positivo, como julgamos.

O Orador: - Sr. Deputado, sobre isso não tenho dúvidas. A minha intervenção foi um contributo e um alerta sobre o que penso serem essas características negativas. Espero também que o seu grupo parlamentar medite sobre algumas delas. Penso que também o pensa e penso que também é acessível a esse género de raciocínio.
Quanto ao facto de eu ter utilizado adjectivos, o Sr. Deputado enganou-se porque só referiu o exemplo de substantivos.

Risos do PS.

Não lhe querendo imputar um erro de classificação gramatical, chamar-lhe-ia a atenção apenas para essa diferença.
Quanto à primeira pergunta, que é a fundamental, devo dizer-lhe que o País sabe - eu sei-o de forma particular - a obstrução que o Partido Social-Democrata fez na fase final que antecedeu à assinatura do Tratado de Adesão, unicamente por razões de alvejamento ou flagelação política do então primeiro-ministro, porventura vendo aí a possibilidade de diminuir a sua capacidade de se transformar num candidato presidencial. Foi uma perspectiva politicamente errada, não só como os resultados vieram a demonstrar como até hoje o demonstram as relações do Governo com o Sr. Presidente da República - para quê tanta canseira ao longo deste trajecto para hoje ter uma atitude tão cooperante? -, e foi também um mau passo dado ao serviço do País. Isto porque o PSD fez nessa ocasião antepor a razões de interesse nacional razões de estratégia eleitoral sem fundamento.
E quando o PSD, de todo em todo, se viu obrigado a ter que acompanhar a assinatura do Tratado de Adesão - até exigiu que um dos seus membros do Governo viesse a subscrever o Tratado (somos o único país em que o Tratado de Adesão é também assinado por um ministro da Defesa)...

O Sr. Moreira (PSD): - Era vice-primeiro-ministro!

O Orador: ... -, nessa ocasião, o seu partido teve que encontrar uma saída política para essa questão, que foi a de dizer: «Sim, nós subscrevemos, mas vamos, se formos governo, renegociar o Tratado de Adesão.»