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1038 I SÉRIE - NÚMERO 24

É que, para uma população de 600 000 habitantes, justifica-se plenamente em Aveiro um hospital com estas valências, pese embora toda a grandiosidade, apetrechamento, preparação humana e avanço tecnológico dos hospitais de unidade de Coimbra, a 50 km.
Aveiro merece e deve ter um hospital, com todas as, especialidades referidas, com perspectivas de futuro, a não ser que não se queira rentabilizar as centenas de milhar de contos ali investidos, o que S. Ex.ª o Sr. Primeiro-Ministro terá oportunidade de verificar no próximo dia 21.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Mas os problemas da saúde deste distrito não ficam por aqui, pois o Orçamento do Estado continua a ignorar o Hospital Distrital de Águeda, sito, numa zona próspera e de alta sinistralidade, a quem, para substituir a falta do apoio do Estado, ainda há dias a Tabaqueira ofereceu 15 000 contos de aparelhagem para vários serviços carenciados. O Hospital de Águeda necessita de ser humanizado, ampliado e dotado com condições mínimas, como seja a de uma mera cozinha, que nem sequer tem!
Mas as carências nos cuidados de saúde não ficam por aqui, pois em Ovar foi retirada a especialidade de ortopedia ao hospital, o que veio abrir uma lacuna gritante naquela zona populosa e industrial.
Por outro lado, o Centro Hospitalar de Aveiro Norte (Oliveira de Azeméis e São João da Madeira) continua a ter insuficiências e carências, que, pese embora as insistências, não têm sido resolvidas.
Debate-se, neste campo ainda o distrito com o tão prometido hospital da Feira, o concelho mais populoso do distrito. Ficamos na esperança de que a verba atribuída este ano no Orçamento do Estado constitua, na realidade, a expressão de uma vontade política do Governo em avançar de vez com o tão necessário hospital de terras de Santa Maria da Feira.
No que concerne aos cuidados primários, continua parcialmente desactivado o Centro de Saúde de Vale de Cambra, onde a Câmara Municipal e o Estado investiram avultadas verbas.
Também não se perspectiva a curto prazo o início das obras do Centro de Saúde de Sever do Vouga, que serve uma zona serrana altamente carenciada, assim como também na zona do concelho de Castelo de Paiva.
Há muitas carências no sector da saúde no distrito, mas estas são, na essência, as grandes questões que nos preocupam e para as quais, para bem das populações, nós gostaríamos que fossem solucionadas a curto prazo; daí as levantarmos aqui hoje neste hemiciclo, na fundamentada esperança de que o Governo, tome as providências julgadas necessárias e oportunas.

Uma voz do CDS: - Muito bem!

O Orador: - No próximo fim-de-semana o Sr. Primeiro-Ministro, Prof. Cavaco Silva, e outros governantes percorrerão o distrito de Aveiro, fazendo muitos quilómetros e demorando pouco tempo em alguns concelhos.

O Sr. Soares Cruz (CDS): - Campanha eleitoral!

O Orador: - Fiquemos todos com a esperança de que o Exmo. e Digno Chefe do Governo tenha o tempo suficiente para verificar in loco que nos assiste razão quando aqui levantamos estes problemas, que nos preocupam e devem também preocupar o Governo.
Como sem saúde não há bem-estar e progresso, justifica-se que para um planeamento eficaz e racional dos estabelecimentos de saúde se conclua com urgência a carta hospitalar sanitária do País.
Daí o levantarmos aqui estas questões, na esperança de que o Ministério da Saúde tome as medidas urgentes e justas que se impõem na zona aveirense.

Aplausos do CDS.

Ò Sr. Presidente: - Srs. Deputados, o período de antes da ordem do dia já terminou. Como, porém, os partidos dispõem de tempos ainda não esgotados e foram produzidas declarações políticas, a Mesa considera o período de antes da ordem do dia automaticamente prolongado até ao esgotamento desses tempos.
Há algumas objecções?

Pausa.

Não havendo objecções, vai então prolongar-se o período de antes da ordem do dia até ao esgotamento dos tempos disponíveis.
Inscreveram-se para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Horácio Marçal os Srs. Deputados Ângelo Correia, Silva Martins, Corujo Lopes, Ferraz de Abreu, Adérito Campos e Lopes Cardoso.
Tem a palavra o Sr. Deputado Ângelo Correia.

O Sr. Ângelo Correia (PSD): - Sr. Deputado Horácio Marçal, não quero propriamente pedir esclarecimentos, mas sim prestar um esclarecimento.
Quero, em primeiro lugar, congratular-me com a declaração que o Sr. Deputado fez sobre o distrito, que é verdadeira e justa. Estou, pois, de acordo com as suas primeiras palavras.
Estarei também de acordo com as suas preocupações, algumas das quais, todavia, não têm completa razoabilidade.
Permita-me que aproveite a circunstância para dar dois esclarecimentos.
Quando o Sr. Deputado Horácio Marçal citas dúvidas sobre o Hospital de Aveiro-Norte e sobre o Centro de Saúde de Sever do Vouga, gostaria de lembrar ao Sr. Deputado que o PIDDAC para os próximos quatro anos contemplaria, em algumas dezenas de milhares de contos, a edificação do Hospital de Aveiro-Norte, ou seja, da Feira, para o qual já existe terreno, cedido pela Misericórdia local, de alguns milhares de metros quadrados, do qual está em vias de expropriação uma restante parte. Quero ainda dizer-lhe que o Centro de Saúde de Sever do Vouga também já foi contemplado nesse mesmo PIDDAC.
As duas dúvidas que neste aspecto o Sr. Deputado Horácio Marçal teria não têm, pois, razão nem fundamento.
Em relação à questão do Hospital de Aveiro, a dúvida que o Sr. Deputado Horácio Marçal coloca é pertinente.
Quero dizer-lhe que, apesar de hoje o Sr. Deputado aqui ter feito esta referência, tive oportunidade, há cerca de três semanas, quando fui alertado pela