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1506 I SÉRIE - NÚMER0 39

internacionais, assim como pretendemos ser esclarecidos sobre as transacções de urânio português com o estrangeiro.
Somos da opinião de que um problema deste teor se reveste de grande gravidade, pelo que os Portugueses não podem continuar a viver intranquilos, sabendo que a nossa democracia pode ser utilizada para finalidades pouco transparentes e ilegais.
É ao Governo que compete tomar medidas adequadas para tranquilizar o País, pelo que vou entregar na Mesa um requerimento, acompanhado das fotocópias da documentação em que baseei esta minha intervenção, ao qual espera o Grupo Parlamentar do MDP/CDE a resposta urgente que o assunto exige.

Aplausos do MDP/CDE, do Sr. Deputado José Lelo (PS) e da deputada independente Maria Santos.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado António Capucho.

O Sr. António Capucho (PSD): - Sr. Deputado João Corregedor da Fonseca, ouvi a sua intervenção atentamente e V. Ex.ª trouxe à colação duas questões que não são impertinentes mas que talvez fossem mais eficientemente colocadas noutra sede - V. Ex.ª é livre de escolher a sede que pretende -, mostrando-se preocupado pela leitura da imprensa estrangeira a propósito do nosso país.
Sr. Deputado, tirando esses dois casos que citou, e um deles é do meu desconhecimento, a leitura da imprensa estrangeira sobre Portugal devia levá-lo para um caminho manifestamente diverso, no sentido de se congratular pelo efectivo êxito da política governativa.
Por exemplo, V. Ex.ª não leu, faz hoje oito dias, o Financial Times, em que em meia página se elogia o Secretário de Estado do Ambiente e a política de Ambiente prosseguida pelo actual governo?
V. Ex.ª não lê todos os relatórios internacionais sobre o sucesso das políticas, designadamente no campo financeiro e económico, do governo Cavaco Silva?
E vem aqui um representante de um pequeno partido socorrer-se da leitura de jornais para atacar o Governo em matéria de dois pontos que - insisto não são impertinentes, esquecendo toda a outra imagem verdadeiramente espectacular que o nosso país, através da acção governativa, tem merecido, designadamente na Europa. O Sr. Deputado cometeu um pecado por omissão extremamente grave, devia pedir a absolvição sobre esta matéria.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Corregedor da Fonseca.

O Sr. João Corregedor da Fonseca (MDP/CDE): Sr. Deputado António Capucho, V. Ex.ª deu um exemplo de como se se pretende fugir de assuntos sérios, se foge tranquilamente.
É evidente, Sr. Deputado, que o PSD e o Governo por mais de uma vez se socorreram do Sr. Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Pimenta, que é a grande bandeira do Governo.
A imagem deste governo não resulta do desenvolvimento económico, da baixa da inflação em termos rigorosos, de uma política laboral consciente, da diminuição do desemprego, mas sim da política do Sr. Secretário de Estado Carlos Pimenta contra os clandestinos em áreas que devem ser - e o MDP/CDE defende-o ecologicamente preservadas.
Mas já agora, Sr. Deputado António Capucho, também lhe digo que o Sr. Secretário de Estado Carlos Pimenta não se tem preocupado muito com a invasão do nosso país por indústrias altamente poluentes que os países ricos da CEE transferem para Portugal.
Por outro lado, o Sr. Deputado refere o MDP/CDE como um pequeno partido. O MDP/CDE é um pequeno partido mas tem voz e assento parlamentar! Pensei que V. Ex.ª estava preocupado não só com este problema, que é extremamente grave - e farei seguir para todos os grupos parlamentares a documentação que aqui tenho -, porque, tal como diz este jornalista, há matérias radioactivas que ele teve a oportunidade de verificar numa casa de campo próxima de Lisboa, mas também pelo facto de o Governo não fiscalizar esta matéria.
Sr. Deputado, existe, desde 1975, um decreto-lei do Ministério da Defesa referente ao controlo de matérias-primas e produtos industriais de alto risco no domínio da segurança e estamos extremamente preocupados com o facto de estarmos a verificar que o condicionamento e a segurança destas matérias-primas não está a ser preservado.
Entendemos, Sr. Deputado, que este problema é muito grave, assim como é muito grave o contrabando de armamento para outros países, nomeadamente para zonas em guerra como é o caso do Golfo Pérsico. V. Ex.ª citou o Financial Times e eu posso citar-lhe o Washington Post que é um jornal tão prestigiado como esse e que refere claramente o papel de Portugal nesta transferência de armamento para o Golfo Pérsico e não só nesse caso.
Nesse sentido, Sr. Deputado, um jornal suíço classifica Portugal como "uma república de bananas" onde o contrabando de armas, de drogas e de matérias radioactivas se faz livremente sem grandes dificuldades!
Espero que V. Ex.ª, como presidente do grupo parlamentar mais votado e que apoia o Governo, manifeste outro tipo de preocupações que não aquelas que manifestou ao atacar este pequeno partido que tem tido mais voz nesta Câmara do que o seu grande partido, que é várias vezes superior ao nosso em número de deputados, mas apenas nisso.

O Sr. Andrade Pereira (CDS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Andrade Pereira, V. Ex.ª pede a palavra para que efeito?

O Sr. Andrade Pereira (CDS): - Para interpelar a Mesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Andrade Pereira (CDS): - Sr. Presidente, a minha interpelação à Mesa vem ainda a propósito do voto a que se referiu há pouco o Sr. Deputado Borges de Carvalho.
V. Ex.ª já decidiu que a decisão do assunto ficará para a próxima conferência de líderes e não vou, obviamente, interpor recurso dessa decisão da Mesa. Agora, sendo como sou um deputado que ainda está na fase de aprendizagem do Regimento, começo a ter realmente alguns problemas.
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