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I SÉRIE - NÚMERO 57

O Orador: - ... «é incorrecto»...
O Sr. José Magalhães (PCP):. - Exacto!
O Orador: - ... «é chantagista»...
O Sr. José Magalhães (PCP): - Exacto!
O Orador: - ... .«é clientelista»...
O Sr. José Magalhães (PCP): - Exacto!
O Orador: - ... « é arrogante»...
O Sr. José Magalhães (PCP): - Exacto!
O Orador: - ... «é primário e autoritário.»...
O Sr. José Magalhães (PCP):. - Exacto!
O Orador: - «é -insidioso»...

Vozes do PCP: - E mais!

O Orador: - Depois, o Sr. Deputado José Manuel
Mendes, como se não bastasse todo este rol de calú
nias que veio aqui derramar sobre o Governo, ainda
traz à colação, como uma grande derrota do Governo,
a questão da visita da delegação parlamentar à União
Soviética, como se não tivesse sido uma grande der-
rota que devia cobrir de ridículo e de vergonha a opo-
sição parlamentar, que se aproveitou indecentemente de
uma situação de política externa para a transformar
numa questão de política interna de ataque ao PSD e
ao Governo.

Protestos do PS, do PRD, do PCP e do CDS.

O Sr. Deputado José Manuel Mendes foi, de facto, aqui muito lograz, foi contumaz...

Protestos do PCP.

... mas mostrou que não é capaz de abdicar do ódio que tem dentro de si, do ódio da sua bancada contra aquele governo que tem feito. de facto muito por, este pais e a quem os Portugueses reconhecem justiça e o direito de continuar a governar.

Aplausos do PSD..

Risos do PCP.

O Sr. Jerónimo de Sousa, (PCP): - Nunca se põe uma pergunta assim!

O Sr. Presidente: - Para contraprotestar, tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Mendes.

O Sr. José Manuel Meardes (PÇP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: 0 Sr. Deputado Mendes- Bota não mereceria resposta se não estivesse em causa algo de extremamente grave, que é o comportamento, a todos os níveis, de aleijão do Governo que apoia.
O Sr. Jorge. Lemos (PCP): - Pelo menos!

O Orador: - Porque acabou, no meio da sua prédica, por conseguir - e foi a única coisa bem feita que

fez arrolar, de forma correcta, as acusações que dirigi ao governo de Cavaco e Silva, merece que lhe diga duas coisas muito simples.
A sua intervenção é a demonstração inequívoca da imersão sistemática dos factos e da tentativa de «vender», inverídica mas assumidamente, para o exterior um produto que sabe que se não conforma com a realidade e com a objectividade das circunstâncias.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - O Sr. Deputado Mendes Bota proeurou passar por, cima da série de sinalizações a que procedi dos graves comportamentos governamentais. Mais do que isso, tentou branquear uma acção que continua a ser produzida à revelia da Constituição e das leis, em rebelião institucional. E, em vez de verberar, como devia, a inexistência de Plano, a intenção de contrabandear umas GOPs que efectivamente não existem, faz coro com todos os que, na ínsula. do seu extremo isolamento, buscam defender um governo condenado às latrinas da história.-
É o que tenho a dizer; com o Sr. Deputado não se justifica mais!

Aplausos do PCP, do MDP/CDE e de alguns deputados do PRD.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Mário Maciel.

O Sr. Mário Maciel (PSD)- - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Profundo conhecedor da sociedade humana e suas relações interindividuais, brandindo o contundente bisturi da ironia para dissecar os 'seus podres, já o grande Eça de Queirós reclamava direitos de consumidor.
Deliciosa é a sua carta dirigida ao mui digno director da Companhia das Águas e membro do Partido Legitimista na qual se insurge contra os cortes de água na sua cozinha e quarto de banho. Não resisto a citar algumas passagens: «Abundam os carlistas e escasseiam as águas, eis uma coincidência histórica que deve comover duplamente uma alma sobre a qual pesa, como a de V: Ex.a, a responsabilidade da canalização e a do direito divino
Se eu tiver fortuna de exacerbar até às lágrimas a justa comoção de V. Ex.a, que essas lágrimas benditas de industrial e de político caiam na minha banheira.» E rematava Eça de Queirós: « Eu não peço indemnizações pela perda que estou sofrendo, eu não peço contas, eu não peço explicações, eu chego a nem sequer pedir água. Quero apenas esta pequena desafronta, bem simples e bem razoável: eu quero cortar uma coisa a V. Ex.a!» Fim de citação.
Neste tempo, não havia ainda o Dia Mundial do Consumidor, a 15 de Março, mas fervilhavam já ideias e movimentações associativistas para a defesa dos direitos do consumidor. 'Efectivamente, esta tomada de ,consciência desencadeou-se em 1900 nos Estados Unidos da América e incrementou-se nos anos 30 e 60. Na ,Europa,' as primeiras, associações de consumidores apareceram a seguir à Segunda Guerra Mundial, em, 1953 na Holanda e em 1957 na Grã-Bretanha, Bélgica e França. Hoje existem organizações de consumidores poderosas na Alemanha, Itália e Suíça.
Curiosamente, foi nos países mais industrializados que esta atitude defensora dos consumidores ganhou