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22 DE ABRIL DE 1987 2697

de águas minero-medicinais, de rico e variado artesanato, e com um vasto e rico património histórico-monumental e cultural.
Tem tudo para ser terra de riqueza e desenvolvimento, para alterar radicalmente o significado de interioridade (assim se referiu o jornalista João Fonseca numa extensa reportagem sobre a Beira interior).
O estigma que durante séculos amarrou a nossa agricultura a esquemas de subsistência pode diluir-se na avidez da procura de produtos alimentares. Devemos tomar consciência de que o nosso mal se chama «rotina». Não faltam aí exemplos de arrojadas iniciativas individuais, a demonstrar o fundado desta visão de optimismo e de esperança.
Temos, aliás, a sorte de produzir um pouco de tudo. Não podemos é continuar desgarrados e sem um minuto de planificação, a arrancar hoje a vinha para fazer pomar, amanhã o pomar para repor a vinha.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Fazer do distrito da Guarda um pólo de desenvolvimento é uma batalha que não podemos perder.
O nosso distrito, porta privilegiada para os países da Comunidade Europeia, deverá participar activamente na construção da Europa dos Doze, preservando a sua personalidade própria. O distrito da Guarda recusar-se-á a ser apenas um ponto de passagem de pessoas e mercadorias.

Aplausos do PS e do MDP/CDE.

O Sr. Presidente: - Para formular pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Andrade Pereira.

O Sr. Andrade Pereira (CDS): - Sr. Presidente, hesitei um pouco ao usar da palavra para formular pedidos de esclarecimento, porquanto sei que o meu grupo parlamentar tem pouco tempo, mas vou apenas utilizar um minuto.

O Sr. Presidente: - Então, o companheiro de V. Ex.ª que ainda pretender fazer uma intervenção disporá de três minutos.

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Vou ser muito breve, pois apenas gostaria de dar conta de quanto é sempre agradável ouvir um deputado, seja de que bancada for, pugnar pelos interesses da sua região, no caso concreto do distrito da Guarda. Portanto, não poderia deixar de me congratular com isso.
Ao ouvir o Sr. Deputado Carlos Luís focar concretamente o problema da raia dá-me ideia que se esqueceu de que recentemente tomou posse o gabinete coordenador da raia, no qual deposito muitas esperanças, porque da sua direcção faz parte o jovem e trabalhador presidente da Câmara Municipal do Sabugal, que é a terra do Sr. Deputado. V. Ex.ª não alimenta essa mesma esperança?

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Luís.

O Sr. Carlos Luís (PS): - Sr. Deputado Andrade Pereira, de facto deposito grande esperança no Sr. Presidente da Câmara Municipal do Sabugal. Faço parte - e disso me orgulho - do actual gabinete da zona da raia e espero que os múltiplos projectos que foram enviados à CCR sejam, na medida do possível, desconcentrados para esse gabinete e que das palavras se passe aos actos.
Como o Sr. Deputado Andrade Pereira afirmou, devo dizer que não foquei apenas a zona da raia, mas todo o problema da Beira interior. Como sabe, toda ela é uma zona raiana altamente subdesenvolvida.
Oxalá o gabinete da CCRC, recentemente criado e sediado em Vilar Formoso, possa vir a contribuir para o desenvolvimento da zona raiana, que tanto o merece.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Horácio Marçal.

O Sr. Horácio Marçal (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Aveiro é um distrito com problemas de litoralidade, que lhe advêm da sua longa costa marítima e do grande desenvolvimento dos concelhos da orla atlântica, a par do incremento dos do centro litoral, como os de Águeda, Albergaria-a-Velha, Santa Maria da Feira, Oliveira de Azeméis, São João da Madeira, Anadia, Vale de Cambra, etc.
Apesar dos difíceis acessos rodoviários às zonas interiores, a indústria e o comércio aveirense têm-se pautado por um desenvolvimento harmónico, pesem, embora, as carências que se verificam neste distrito, o terceiro do País em peso económico e arrecadação de impostos por parte do Estado.
Para que o Estado acompanhe este incremento aveirense há que concretizar projectos pendentes nos sectores da saúde, segurança social, educação, rodoviário, águas, saneamento, turismo, etc.
Alguns destes problemas já foram referidos neste hemiciclo, motivo pelo qual não os vamos escalpelizar todos em pormenor.
Hoje decidimos tomar a palavra para alertar a Assembleia da República, o Governo e a Nação para a necessidade premente de se definir o projecto dos acessos ao porto de Aveiro e acelerar a construção das obras daquele porto.
A IPS (Aveiro-Vilar Formoso) está em vias de conclusão e vai accionar-se o terceiro lanço entre Albergaria-a-Velha e Aveiro.
Mas, Sr. Presidente e Srs. Deputados, há que avançar de imediato com a ligação desta via ao porto de Aveiro, pois este, situado no concelho de Ílhavo, não pode, por carência de vias rodoviárias e ferroviárias, ficar isolado do resto do distrito e do centro do País.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O porto de Aveiro não dispõe de estruturas mínimas para o incremento do distrito e da região, o que faz que os industriais, para exportarem os seus produtos, tenham de recorrer ao porto de Leixões e, muitas vezes, ao porto de Vigo, em Espanha, onde as taxas alfandegárias são muito menores que as dos nossos portos.
Por estas e muitas outras razões impõe-se dar condições de desenvolvimento às indústrias e comércio do centro do País e o melhor meio de levar os nossos produtos à Europa comunitária e ao resto do mundo é criarem-se as condições mínimas para que o produto do trabalho das nossas empresas possa ombrear com o dos outros países mais evoluídos.

Vozes do CDS: - Muito bem!