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25 DE NOVEMBRO DE 1988

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mercado de trabalho, e através do apoio e estímulo ao espírito de iniciativa e capacidade empreendedora dos jovens, para que eles se assumam cada vez mais como consumidores activos do mercado de trabalho sob pena de pôr em causa da sua autonomia.
A quarta prioridade consiste no desenvolvimento do projecto VIDA, combatendo global e integradamente o problema da droga e procurando, também através da educação para a saúde e de campanhas de informação e sensibilização, alertar os jovens para os problemas da SIDA, um verdadeiro flagelo do final deste século e que poderá conduzir a uma mudança radical nas atitudes e comportamentos da juventude.
A quinta prioridade refere-se ao acesso à informação, que constitui hoje a base para a existência de uma verdadeira igualdade de oportunidades e o elemento fundamental na formação de uma consciência crítica nos jovens.
Vamos, por isso, prosseguir a construção de uma rede de centros de informação para a juventude, através do centro nacional, dos centros regionais e dos centros de apoio local.
A sexta prioridade é dirigida para as novas áreas de intervenção política e social e que são tão caras aos jovens: a cultura, a ciência e tecnologia, o ambiente, o desporto e tempos livres.
Saliente-se, contudo, que o orçamento, enquanto instrumento para a execução das medidas de política não deve ser encarado apenas numa perspectiva contabilística de receitas-despesas ou de números abstractos.
Tem de ser o fio condutor de um projecto global de sociedade, que ataque os problemas concretos dos jovens e que, simultaneamente, os prepare para os desafios do futuro. Tem de ter uma dimensão social, educativa e cultural.
Por isso, a execução deste orçamento tem de expressar uma política de juventude que seja justa nas medidas, mobilizadora nas acções, referencial nos valores e construtivamente crítica nas posições que assume e nas soluções que propõe.

Aplausos do PSD.

A execução do orçamento e plano de actividades para 1989 tem, assim, subjacente o desenvolvimento e formação integral dos jovens, com respeito pelos seguintes princípios: valorizar a diferença, respeitar a livre iniciativa e reconhecer o mérito; defender os valores da democracia, da solidariedade, da justiça social e do direito à diferença; estimular o pensamento crítico e o debate de ideias como forma de encontrar novos valores e pontos de referência de vanguarda e de novas expressões culturais; construir o "Portugal 92" e participar activamente na criação do espaço europeu, procurando reforçar a nossa identidade, a nossa cultura e os nossos valores; evitar que os valores economicis-tas e o individualismo se sobreponham aos valores culturais, ideológicos e de solidariedade; estimular o espírito crítico dos jovens e a sua vontade de fazer coisas novas, numa perspectiva de modernização permanente do tecido social.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Após três anos de execução de uma política global de juventude consolidaram-se programas, criaram-se espaços próprios de participação para os jovens, reforçaram-se os mecanismos de coordenação intersectorial e resolveram-se muitos dos problemas que afectavam a juventude portuguesa.
Importa agora manter viva a chama e evitar que a juventude seja uma moda, para que este projecto político tenha uma correspondência real no sentir dos jovens.
Importa ainda valorizar e dar ênfase às questões ideológicas e culturais, para que os jovens não se deixem arrastar pelas soluções fáceis e pelas perspectivas de curto prazo.
Os jovens de hoje são diferentes dos de ontem, e os de amanhã ainda mais diferentes serão.
Esta é uma realidade insofismável e saudável, porquanto esta mutação constante traduz a característica mais importante da juventude. Em cada momento geram novas ideias e mantêm uma saudável insatisfação em relação ao quotidiano, marcando, desta forma, a diferença e funcionamento como o despertar das consciências para os desafios do futuro.
E não vale a pena estabelecer pontos de referência no passado, daí extraindo ilacções que mais não servem do que satisfazer o ego nostálgico de alguns políticos ou candidatos a fazedores de opinião.
Os jovens portugueses têm demonstrado que não precisam de paternalismos, nem de alfarrabista das ideologias.

Aplausos do PSD.

Os jovens portugueses sabem que num regime democrático é através do diálogo, da participação e da existência de uma consciência crítica e política que melhor poderão participar na construção de uma sociedade mais moderna, desenvolver o seu potencial de criatividade, de crítica construtiva e de irreverência positiva.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Para terminar, uma nota final.

Pela primeira vez nesta Câmara e em Plenário, um Governo toma a iniciativa de inserir no debate, com importância política, o orçamento da juventude.
Esperamos, assim, colher deste diálogo, que julgo será construtivo, contribuições positivas.
Esperamos, também, que este novo espaço político para os jovens se mantenha e alargue no futuro, para bem da democracia e do País.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula Coelho.

A Sr.º Paula Coelho (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: As questões de juventude não se esgotam, Srs. Deputados e Srs. Ministros, nos spots publicitários com ou sem altas vantagens ou nos folhetos publicitários mais ou menos curtidos. São peças agradáveis mas não passam de analgésicos para um sector que reclama importantes intervenções cirúrgicas. É como apagar incêndios com baldes de água ou melhor é ir para a selva de canivete.
Pese o tom humorístico das comparações, elas dão bem a medida da gravidade dos problemas.
Surpreende-nos neste debate observar a "preocupação" do Governo com a juventude, afinal a tão badalada "nova geração" tratada assim desta maneira... de facto Srs. Ministros parece que só nos resta agradecer.
Agradecer os presentes bem amargos que nos trazem nesta quadra natalícia. Agradecer-vos pelos empregos que continua a não haver, pelos postos de trabalho ao