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I SÉRIE - NÚMERO 17

mês, à semana, ao dia, ou mesmo à hora, pela perpetuação da falta de perspectivas de realização pessoal e profissional.
Agradecer-vos a prioridade que não deram à educação, que a todo o custo querem dar ao sector privado, as menos escolas, o mais difícil e selectivo acesso, as propinas que escandalosamente querem aumentar e as instalações desportivas que não construíram pelas quais querem agora responsabilizar as autarquias, agradecermos pelos cálculos em que os decréscimos no investimento são transformados em acréscimos, as quebras em subidas, a míngua em fartura.
Mas, não se pode ter tudo, não é verdade Sr. Ministro da Educação, perdão Sr. Secretário de Estado. Agora o que não podemos comprometer é o futuro de todos nós pondo no prego a reforma educativa.
Agradecer-vos, em particular ao Sr. Ministro das Finanças, a manutenção da falta de habitação própria para os jovens, as dificuldades ao crédito, o lavar de mãos desta responsabilidade, situações bem reais no nosso dia a dia apesar das tentativas falhadas do Ministro Cadilhe de tentar dizer que o preto é branco.

Risos do PSD.

Agradecer-vos, Sr. Ministro, pelo encerramento das rádios locais que frustra a actividade profissional e a criatividade de milhares de jovens, que um pouco por todo o País se empenharam nesses projectos. O mais escandaloso é que vai ser pela mão do ministro da Juventude que essa decisão vai ser concretizada (já nem sequer a juventude o ministro salva).

Vozes do PCP: - Muito bem!

A Oradora: - Agradecer-vos, Srs. Ministros, pela inviabilização de muitos projectos de associativismo juvenil, pelo sistemático incumprimento da lei das associações de estudantes.
Recordo-vos o esforço que não fizeram e que pelos vistos pretendem continuar a não fazer para alterar todo este estado de coisas, forçando os jovens a tentar encontrar na droga ou mesmo na criminalidade as respostas que lhes são negadas pelas entidades responsáveis.

Uma voz do PSD: - Os fracos de espírito!

A Oradora: - Lembrar-vos que continuam por aplicar leis fundamentais como o planeamento familiar e a educação sexual, chegando-se ao ponto de ameaçar com a prisão as jovens que não tendo possibilidade de acesso a métodos de planeamento e educação sexual, se vêm confrontadas a tomar opções dolorosas como a interrupção voluntária da gravidez. É demais!
Assim não pode ser, Srs. Ministros.
Também não será seguramente com estes métodos que poderemos dar resposta a flagelos gravíssimos como a SIDA.
A terminar queria recordar-vos que não se apoiam os jovens e as suas organizações tentando amarrá-las ou controlar ou como diria o Sr. Secretário de Estado Carp, "JSDeizar" a juventude portuguesa.
A isso dizemos não. Obrigada!
Somos jovens, queremos construir, temos aspirações e sonhos, temos direito a um presente e a um futuro, não podemos aceitar que os senhores o queiram condicionar ou mesmo comprometer.
Por isso dizemos não ao Orçamento que trouxeram a esta Assembleia.

Aplausos do PCP.

Uma voz do PSD: - Isto é espantoso!

A Sr.ª Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Ministro-Adjunto e da Juventude.

O Sr. Ministro-Adjunto e da Juventude (Couto dos Santos): - Sr.ª Deputada, ouvi com muita atenção o seu discurso e, de facto, choca-me que, pelo menos no sector juvenil, a perestroika não tenha ainda chegado ao Partido Comunista Português.

Aplausos do PSD.

Tantas críticas, tantas observações e não foi capaz de estabelecer um diálogo aberto, co-responsável pelo sector que, aliás, lhe fez um desafio durante o discurso.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Mas, infelizmente, tinha de ler o discurso. O problema é seu.

Uma voz do PCP: - Mas não é uma cassette! Vozes do PSD: - É sim!

O Orador: - É pena porque os jovens portugueses merecem mais. Recordaria, Sr.ª Deputada, que nos últimos três anos o desemprego diminuiu. Os jovens compraram mais casas e digo-lhe que só este ano compraram mais 34%.

O Sr. Rogério Moreira (PCP): - Compraram menos!

O Orador: - A droga foi atacada num plano global, envolvendo a sociedade civil, envolvendo homens da imprensa, homens da comunicação social, colectividades e associações.
O serviço militar está regulamentado. O apoio a jovens agricultores e a jovens empresários, diria mesmo, faz inveja ao de alguns países europeus.

Protestos do PCP.

Neste momento, a formação profissional é das melhores que existem nos países dos doze, e fez-se um grande esforço. A reestruturação do ensino está em marcha e o acesso ao ensino superior tem crescido.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Está em voo!

O Orador: - Srs. Deputados, penso que os jovens portugueses mereciam mais. Conforme dizia no meu discurso, valeria a pena, no sector da juventude, darem contribuições positivas, porque era disso que o Governo estava à espera. O Governo esperava que todas essas ideias, essas sugestões e até essas críticas tivessem, pelo menos, uma tradução prática em propostas de medidas.

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): se o Governo as vota!

Então vamos ver