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1412 I SÉRIE - NÚMERO 40

contra a corrente monocórdica e cinzenta a que a situação nos tem habituado.

Vozes do PSD: - Cinzenta, não: laranja!

Risos.

O Orador: - Sim, laranja - como preferem esse nome, não vou recusar-me a usá-lo.
O que é um facto é que eu estava realmente à espera que V. Ex.ª amargasse essa «laranja»...

Risos do CDS.

... assim como estava à espera sempre do discurso laudatório, que veio hoje.
A propósito do Instituto da Juventude, teve de fazer a sua «Via Sacra» de arrependimento e de penitência.

Risos do CDS.

Compreendo que seja assim. Era apenas para confirmar essa regra de que «quem dá uma no cravo tem de dar logo duas na ferradura». Compreendo que seja assim!...
A pergunta simples que quero fazer-lhe é esta: Sr. Deputado Carlos Coelho, no seu «governo sombra» - melhor do que este que está ao sol! - mantinha o Ministro da Juventude e Desportos?

Risos do CDS, do PS, do PCP e do PRD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Espada.

A Sr.ª Isabel Espada (PRD): - Sr. Deputado Carlos Coelho, antes de colocar-lhe as perguntas, devo dizer-lhe que considero que V. Ex.ª tem todo o direito de fazer os exercícios de redenção que achar necessários.

Protestos do PSD.

É natural que o Sr. Deputado tenha aproveitado esta oportunidade exímia para, depois da presença do Sr. Ministro-Adjunto e da Juventude em sede de comissão fazer no Plenário uma intervenção no período de antes da ordem do dia.
Ao dizer isto, não quero que pense que estou a chamá-lo oportunista, mas o que é facto é que foi uma oportunidade bem aproveitada.
Em relação ao Instituto da Juventude, há um aspecto que só por si indica uma enorme contradição. Enquanto que o Sr. Ministro-Adjunto e da Juventude começou por dizer que a proposta de criação do Instituto da Juventude era um acto meramente administrativo e que, por esse facto, nem era preciso levá-la ao Conselho Consultivo da Juventude para que este desse o seu parecer, o Sr. Deputado Carlos Coelho transfere este acto, pura e simplesmente administrativo, para a grande reforma da política global de juventude.
Gostava que V. Ex.ª me explicasse esta contradição entre as suas palavras e as do Sr. Ministro e que me dissesse por que razão este diploma, se é a grande reforma da política global de juventude, não foi levado ao Conselho Consultivo da Juventude.
Em relação aos Conselhos Consultivos Regionais de que falou, sabe bem que na altura em que esta matéria foi discutida chegámos à conclusão de que estes conselhos não tinham rigorosamente quaisquer poderes.
São, pois, uma falsidade, uma vez que não têm acção em área alguma; apenas dão parecer sobre matérias em relação às quais o Governo, neste caso o Instituto da Juventude, lhe apetece remeter.
Aquando da presença aqui do Sr. Ministro-Adjunto e da Juventude, tive ocasião de dizer que, na minha opinião, o Instituto da Juventude esvazia as competências do Ministério da Juventude, mas pode ser uma vantagem para o Sr. Ministro, uma vez que tem outras tarefas a cumprir, nomeadamente noutras áreas. Portanto, todas as funções que o ministério tinha são remetidas para o Instituto da Juventude. Neste momento - até se vê nos anúncios da televisão -, aquilo que era da responsabilidade do ministério passou a ser da responsabilidade do Instituto da Juventude!...
A última questão que eu gostaria de colocar-lhe é esta: o Sr. Deputado acabou a sua intervenção dizendo que os jovens tinham ganho com este instituto. Sr. Deputado, no último ano, o que é que os jovens têm ganho em áreas como a da educação, a da habitação, a do ensino, a do trabalho? Concretamente, gostava que me indicasse quantos postos de trabalho foram criados para os jovens...

Vozes do PRD: - Muito bem!

Protestos do PSD.

A Oradora: - ... e o que é que se conseguiu de bom em teremos educacionais, porque, isso sim, é que é importante, Sr. Deputado.
Para além do Instituto da Juventude - a grande reforma da política de juventude! -, quais foram as outras grandes reformas noutras áreas?

O Sr. Presidente: - Para responder, se o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Coelho.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Srs. Deputados, é sempre com muito regozijo que o presidente da JSD constata que a atenção generalizada com que a Câmara acompanha as posições que a JSD torna públicas, aqui e lá fora.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Vou responder a cinco questões concretas que me foram colocadas e, por uma questão de cavalheirismo, começo por responder à Sr.ª Deputada Isabel Espada que me colocou duas questões diferentes e que me ajudam a identificar a irrazoabilidade das posições que a Oposição tem divulgado a este respeito.
Diz a Sr.ª Deputada Isabel Espada, com um ar indignado, o seguinte: «Se é assim tão importante, por que é que o Governo não submeteu a reforma dos serviços ao Conselho Consultivo da Juventude? Se é assim tão importante, por que é que o Governo não suscitou a participação do parceiro social ou dos jovens?»
Bem, Srs. Deputados, desafio a que me digam qual o governo, que, depois do 25 de Abril, naturalmente, que tenha procedido à reforma dos serviços dependentes dos membros do Governo dialogando com os parceiros sociais. Os parceiros sociais são ouvidos para a discussão das políticas e, naturalmente, o Sr. Ministro Couto dos Santos tem de desafiar as organizações de juventude a pronunciarem-se sobre aquelas questões a